E aqui estamos nós, com o retorno do frio intenso, também de volta às aulas.
É mais um recomeço: é mais uma perspectiva de que tudo seja mais tranqüilo, de que os alunos tenham voltado com mais vontade, com mais entusiasmo pelos estudos...
É uma perspectiva para nós mesmos, de igual forma: a vontade de que tenhamos “vontade”, garra, coragem, entrosamento, paciência, esperança de que se possa fazer o melhor dentro do possível e de que as frustrações que por ora “pintarem” não nos tirem o ânimo necessário para continuar... e acreditar.
Acreditar que ainda podemos fazer alguma diferença na vida de nossos adolescentes e crianças; acreditar que seremos capazes de “tocar” corações e mentes, através do conhecimento e da afetividade; acreditar que, talvez, possamos “emprestar nossos olhos”, às vezes já tão cansados, para que eles aprendam (ou reaprendam) a sonhar com um mundo melhor...
Porque se nós perdermos essa esperança que nos impele para a frente,como uma bússola ou um norte, perderemos, também, a razão de existirmos como professores, como mestres.
Nisso investimos nossas vidas e nossos sonhos.
A isso hipotecamos horas de estudo e reflexão; fizemos renúncias de horas de lazer, de horas de convívio com nossos familiares.
Portanto, é preciso ainda crer que tudo pode ser diferente e que nosso trabalho contribui – realmente – para a construção de uma sociedade melhor, mais justa, mais solidária.
É preciso acreditar que, apesar do mundo em que vivemos, com tanta violência e descaminhos, ainda é possível “criar” uma geração de seres inteiros, íntegros, responsáveis, otimistas e felizes. Uma geração de sonhadores. E que esse sonho se reparta entre todos como o pão da vida, o pão do amor!
Crônica escrita por Raquel Leiria Ávila
Profª. Ms. em Literatura Brasileira/UFRGS
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