24 de outubro de 2010

Xixi na cama após os 5 anos requer tratamento

É importante entender que a enurese não significa mau comportamento


Considerado normal pela maioria dos pais, o xixi na cama pode significar um problema de saúde que requer acompanhamento médico e tratamento com medicamentos se continuar após os cinco anos de idade.


Segundo especialistas, 90% dos casos de enurese - nome científico da urina noturna involuntária - têm origens orgânicas ou hereditárias. Apenas 10% apresentam o problema por razões emocionais. "Há dois tipos de enurese: a primária, quando a criança nunca teve controle da urina desde o seu nascimento, e a secundária, quando ela volta a urinar na cama após já ter adquirido o controle urinário'', explica Antonio Macedo Junior, chefe da seção de urologia pediátrica da Unifesp.

Segundo os médicos, a enurese primária tem razões essencialmente orgânicas, entre as mais comuns está o fator hereditário, ou seja, a criança tem grandes chances de desenvolver o problema se os pais já tiverem apresentado a disfunção quando jovens. "Quando o pai e a mãe tiveram enurese, a criança tem 80% de chances de apresentar o problema'', diz o uropediatra Macedo Junior.

Uma deficiência na produção de um hormônio antidiurético é outra causa da enurese. "Nesses casos, a hipófise não libera quantidades suficientes de vasopressina, hormônio que tem a função de diminuir a produção de urina no período noturno'', afirma o neuropediatra Abram Topczewski, diretor da clínica da enurese do Hospital Israelita Albert Einstein.



O tratamento é feito com medicamentos que repõem o hormônio antidiurético, que diminuem a capacidade de contração da bexiga e que a dilatam. Como atividades complementares ao tratamento, a criança deve ter seus hábitos acompanhados pelo médico, para aprender aos poucos a segurar o xixi. (Por Fabiana Cambricoli – Folhapress)



Problema pode causar distúrbios psicológicos


Depois que o pediatra diagnosticar problema físico como a causa da enurese,
há remédios vendidos sob receita médica que podem ser úteis


As crianças que não abandonam o xixi na cama até os cinco ou seis anos de idade podem desenvolver problemas psicológicos e emocionais, segundo especialistas.

"Eles deixam de viajar com os colegas ou de dormir na casa de parentes com medo de passar vergonha. Isso pode afetar a autoestima da criança'', afirma Abram Topczewski, neuropediatra do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo o uropediatra Antonio Macedo Junior, da Unifesp, o jovem com enurese pode ter dificuldades para se relacionar. "Essas crianças têm mais chances de desenvolver uma depressão'', afirma. (Fabiana Cambricoli / Folhapress)



VERDADES E MENTIRAS


Um trauma pode provocar a urina involuntária.
Verdade. Crianças que sofreram violência ou viram uma briga familiar podem passar a fazer xixi na cama, mesmo que já tenham aprendido a controlar a urina.

Crianças com pais que tiveram enurese têm mais chances de ter o problema.
Verdade. A maioria dos casos de crianças que fazem xixi na cama por muito tempo se dá por fator hereditário. Se a mãe ou o pai já tiveram o problema, a criança tem 45% de repeti-lo.


Apenas crianças podem sofrer com a urina involuntária noturna.
Mentira. Se o problema persistir após os cinco anos e não for tratado, ele pode continuar até a adolescência ou a idade adulta.


A maioria dos casos de enurese tem origens emocionais.
Mentira. Segundo levantamento do hospital Albert Einstein, apenas 10% dos casos de crianças que fazem xixi na cama têm origens emocionais. 90% dos casos se dão por problemas orgânicos ou por fator hereditário.

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