26 de abril de 2011

BAGAGENS FAMILIARES

Crônica: Rosane Leiria Ávila



O mês não é de agosto (nem de desgosto) e como afirmam os mais antigos, dedicados às superstições. Sutilmente evocadas no dia a dia, mesmo que nem as percebamos de imediato, elas podem, muitas vezes, atrapalhar a vida das pessoas. E duvido que não conheçamos pelo menos uma que deixe de fazer alguma coisa ‘porque isso não presta ou dá azar’. Ela não sabe bem dizer a razão, mas repete para outros e para si própria o que lhe foi passado.
Superstição não tem explicação científica e se baseia em crendice popular, passada de geração a geração. Nossas mães herdaram uma coleção delas de nossas avós, que por sua vez também herdaram de suas mães e assim sucessivamente. São alguns itens das enormes bagagens familiares.
Algumas que me ocorrem no momento: “Não guardar roupas pelo avesso; se colocadas por engano não podem ser desviradas antes do meio dia; deixar sapatos trocados ou virados com solas para cima dá azar; chinelo de cabeça para baixo pode provocar a morte da mãe; abrir guarda chuva dentro de casa pode atrair morte; lua nova de sempre ser olhada de frente, nunca de lado para mostrar que não se tem medo de bruxas; quebrar espelho dá sete anos de azar; derramar sal dá grande azar; passar por debaixo de escada também dá azar; toda sexta-feira 13 é dia ruim e podem ocorrer fatos desagradáveis; se for sexta-feira 13 de agosto é prenúncio de coisa pior ainda etc, etc.
Ainda lembro que quando criança, havia brincadeiras que não podia fazer sem receber uma reprimenda, como revirar os olhos, pular numa perna só ou andar corcunda, pois ‘os anjos podiam dizer amém exatamente naquele momento e eu ficaria torta e zarolha para o resto de minha vida’. E, por conta disso, morria de medo de que ele, meu anjo, fizessem tal maldade comigo!
Ainda há outras superstições como jamais afirmar ‘nunca’ ou ‘não posso’ em citações para si próprias. Mas, essas entendi o sentido tempos depois, e quem já leu o livro ou assistiu o documentário The Secret, sabe que é o próprio atuando: ou seja, a Lei da atração. Você atrai para si o que está pensando ou querendo. Coisa boa ou coisa ruim. As nossas emoções, que são produtos dos nossos pensamentos, produzem os acontecimentos do dia a dia; se tivermos emoções positivas, então, teremos bons acontecimentos, mas se, ao contrário, tivermos emoções ruins, serão elas que atrairemos para nossas vidas. Resumindo: se você afirma e se fixa em coisas positivas, elas vão acontecer porque o Universo atende os seus desejos.
Um exemplo citado no documentário é o de que quando acordamos de mau humor, atraímos uma sucessão de acontecimentos ruins ou pequenos transtornos. E que basta uma mudança no nosso temperamento para que coisas boas  voltem a acontecer e, assim, atrair mais coisas que manteriam bons acontecimentos. "Você atrai aquilo que transmite".


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