13 de maio de 2011

União homoafetiva: A Liberdade de opção


Em busca de uma sociedade mais justa e igual, o Superior Tribunal Federal reconheceu por grande maioria a união entre pessoas do mesmo sexo. Para essas relações, ficam válidas as mesmas regras dos casamentos heterossexuais. Assim, os órgãos de governo e privados devem reconhecer as relações homossexuais. Aqueles que, na busca por seus direitos, se sentirem vítimas de preconceito podem recorrer à Justiça.

O presidente da Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Mulheres do Rio Grande, Hector Mattos, diz que espera, a partir de agora, uma reação adversa ao preconceito e que a realidade “passe a ser olhada pela compreensão em que o afeto, o carinho e a dignidade humana sobreponham-se aos limites do preconceito”. A sociedade agora tem como base legal a confirmação da legitimidade das relações entre pessoas do mesmo sexo, assim, colaborando com a disseminação do pensamento de que todos os homens são iguais de seus direitos. “Ainda se verificam atitudes preconceituosas que permeiam o senso comum. No entanto, a tendência é progressiva em direção ao respeito e exercício pleno dos direitos humanos das pessoas com orientação homossexual”, afirma Mattos.



Enfim, o beijo 
Com a legitimidade das uniões homossexuais defendida pelo STF, diversas reações foram expressas pela sociedade. E finalmente aconteceu, ontem à noite, o tão esperado beijo gay na novela “Amor e Revolução” do SBT. Depois de gerar tanta expectativa e inúmeros comentários na imprensa nacional, o autor Tiago Santiago cumpriu sua promessa e levou ao ar uma das cenas mais polêmicas da TV brasileira.


As atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre protagonizaram o primeiro beijo entre duas mulheres na TV, exibido na novela do SBT, “Amor e Revolução”



Na novela exibida pelo canal de Silvio Santos, o beijo foi muito divulgado e, inclusive, adiado. Ele deveria ter sido exibido na noite de quarta-feira, 11, mas por questões de estratégia do canal, ficou para ir ao ar um dia  depois, na quinta-feira, 12. Esta não é a primeira vez que um caso desses vira assunto na mídia. Por duas vezes, a Rede Globo ensaiou colocar uma cena similar no ar, mas, nas duas, desistiu na última hora. Dessa forma, o SBT saiu na frente e apresentou a cena entre as atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre. No Ibope a novela ainda amarga a quarta posição com 6 pontos de média e picos de 8, segundo dados prévios. No momento a Globo liderava com 28 pontos de média.


Repercussão
Para o presidente da Associação LGBT e Mulheres do Rio Grande, essas ações, tanto da mídia, quanto da Justiça, irão ajudar na aceitação da população. “Quanto à mídia, esta ajuda a reforçar a decisão proferida pelo Supremo, fundamentando as opiniões, e a outra parcela da sociedade se adapta a um novo conceito”, salienta.   
Na véspera da cena do beijo gay, o Jornal Agora foi às ruas e ouviu algumas opiniões como a de Thais Lopes, que diz que não tem nada contra a união homossexual. “As pessoas que fazem as suas opções, eu não tenho nada contra”, afirma ela.

É assim que pensa também Eriberto Furtado Soares, 65 anos: “Não tenho nada contra, para mim, isso é natural e não me provoca a menor diferença, cada um pode escolher”. Quando questionado sobre o que acha da cena exibida pelo SBT, mantém a opinião: “também não tenho nada contra, assiste à novela quem quer”, conclui. Assim, a sociedade passa por transformações no caminho de uma convivência pacífica e respeitando o direito de escolha de cada ser humano.

Por André Zenobini via Jornal Agora Online

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