"Talvez seja errado pensar que o amor, em si mesmo, produz felicidade. Na verdade, o amor produz altruísmo. A prática do altruísmo é que produz felicidade. Em quaisquer relações humanas, quando cada um se preocupa com a satisfação das necessidades do outro, há plenitude e bem-estar"
[Carlos Cardoso Aveline]**
A alquimia do amor é uma química oculta, ainda que a ciência decifre alguns de seus percursos, permanecem os mistérios. Faz parte da magia da vida.
Há, sim, uma magia, um encanto químico-energético que atrai, aproxima e une as pessoas.
As faíscas geradas no momento inicial da relação deixam de acontecer com o fluir do tempo por um esgotamento orgânico, por uma acomodação química cerebral.
É o que dizem as pesquisas atuais de neurociências, informando que as pessoas que sentem necessidade de sentir essa forma de estimulação prazerosa precisam recorrer a novos amores, capazes de detonar o mesmo abalo sísmico no cérebro.
Tornam-se dependentes de paixões efêmeras de modo muito semelhante a qualquer outra forma de dependência química.
Diferente da tempestade elétrica da paixão é o sentimento que sobrevive e se aprofunda ao longo do tempo de convívio. Este parece cada vez mais ser privilégio de poucos pares: a duradoura felicidade conjugal.
Casamentos já são difíceis neste mundo onde tudo se descarta, inclusive as pessoas; casamentos duradouros, cada vez mais raros.
Mas, esses casamentos que vão até que a morte separe serão sempre modelos de felicidade?
Um olhar atento permite identificar que muitos casais longevos não se apresentam como exemplos de felicidade: semblantes tristes, fechados; poucas conversas, raros carinhos denotam relações que se perderam nas agruras do convívio diário.
Relações amarradas em celebrações de festivas bodas, sobreviventes dos vários naufrágios de decepções, mas que azedaram ao efeito do tempo, se tornaram parcerias ranzinzas, convívios amargos.
Relações duradouras podem ser saborosamente doces ou se revelarem azedas, envelhecidas em lamúrias, exemplos de infelicidade crônica irreversível.
Outra é a história dos casais felizes, cuja relação só melhora ao longo do tempo.
Que especiais são os relacionamentos que se aprimoram com o passar da vida, ajustando seu compasso um ao outro. Há fórmula para se alcançar a benção de passar a vida em boa companhia?
Por certo não existe uma receita, mas se pode observar que são mais felizes no casamento – e na vida em geral - as pessoas capazes de sentir alegria com a alegria do outro; os que partilham ; os que toleram, que desenvolvem uma relação altruísta, de busca do bem estar do parceiro ou da parceira.
Essas ficam mais protegidas das decepções e amealham ao longo dos anos uma relação de mútuo respeito e consideração.
A plenitude, o bem estar se conquista na medida exata em que se vive para oferecer ao outro o melhor de si mesmo e se desenvolve maior tolerância com os erros alheios.
Esse jeito de ser e agir promove a química do altruísmo e esta é a fórmula mais segura de alcançar a felicidade serena e duradoura, no casamento ou fora dele.
**Aveline, Carlos Cardoso – O casal como centro da civilização;
** Acesse: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=270
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