Pelo menos não no mesmo período. Em Israel, por exemplo, a data nem é celebrada. Existe, porém, o Dia da Família, festejado em fevereiro.
Na Grécia antiga, a comemoração tinha caráter mitológico. Festejava a chegada da primavera e homenageava Rhea, a mãe dos deuses.
Entretanto, a festa do jeitinho que conhecemos teve origem nos Estados Unidos, no final do século 20, quando uma jovem chamada Anna Jarvis perdeu sua mãe e entrou em profunda depressão.
Em memória da mãe de Anna, algumas amigas combinaram uma celebração para todas as mães, sendo elas vivas ou mortas. Em pouco tempo, a festa se alastrou pelo país, sendo oficializada em 1914.
Em 32, o então presidente, Getúlio Vargas, oficializou a data no Brasil, sendo celebrada a cada segundo domingo do mês de maio. Mais tarde, já em 1947, a data foi anexada ao calendário Católico.
Também no segundo domingo de maio, o Dia das Mães é festejado na África do Sul, Austrália, Bélgica, China, Dinamarca, Alemanha, Estônia, Finlândia, Grécia, Itália, Japão, Canadá, Países Baixos, Nova Zelândia, Áustria, Peru, Suíça, Formosa, Turquia, EUA e Venezuela.
Já os portugueses lembram a data no primeiro domingo de maio. Mas existem datas fixas, como na Tailândia, que comemora no dia 12 de agosto, aniversário de sua Rainha, Mom Rajawongse Sirikit; e também dias variáveis no ano, como na Palestina e no Líbano, que comemoram na chegada da primavera.
É fato, porém, que todas as mães merecem a homenagem, pois são exemplos de força, garra, determinação, coragem e demais qualidades que, somadas, ultrapassam quaisquer gerações.
SÉRIE MÃES REAIS
No último Dia das Mães, em especial, a equipe do Mulher Interativa foi descobrir como era ser mãe numa data tão especial e significativa para essas mulheres.
Uma missão sensível, repleta de significados que começou na quinta-feira retrasada, quando a equipe de reportagem solicitou autorização à direção do Hospital Universitário da Furg.
Com autorização em mãos, foi a hora de, no domingo, conhecer “as novas mamães”, bem como “as suas histórias”. O equívoco dos jornalistas, porém, foi achar que a reportagem estaria no plural quanto às mães entrevistadas.
Para a surpresa dos repórteres, apenas uma mulher foi abençoada pelo título na maternidade do HU. Depois da surpresa, eles, então, bateram à sua porta...
Nove de maio
Um dia para toda a VIDA
Por Bruno Kairalla e Fernanda Miki
Editora: Rosane Leiria Ávila
Fotos-reportagem: Bruno Kairalla
Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
Exatamente às 02h34min do último domingo nascia, de parto normal, dentro do Hospital Universitário, o único bebê durante a madrugada e o dia de domingo.
Com dois quilos e 200 gramas, a pequena Gabriely dos Santos da Costa - nome que só após o nosso encontro seria oficializado, nasceu saudável, para orgulho dos pais, marinheiros de primeira viagem.
Aliás, uma viagem, para os dois, inesquecível.
O casal Adriana Oliveira dos Santos e Diego Machmillan da Costa, ambos de 20 anos, aguardava com ansiedade a primeira herdeira.
“Eu tinha muita curiosidade em saber como seria o rostinho, as mãozinhas e os olhinhos dela e se ela seria parecida com um de nós, ou com os dois. Agora vi que ela tem os meus olhos”, conta vantagem a mãe emocionada.
Além do "acaso"
Adriana e Diego se conheceram no início de 2007 e, em seguida, ataram o namoro.
Hoje, depois de três anos, consideram-se casados. Mas a história que une este casal é de longa data. Depois de ouvi-la, muitos mencionariam até aquela famosa expressão que “nada é por acaso”.
A primeira vez que suas vidas se entrelaçaram foi na Vila da Quinta – onde ela mora até hoje -, quando os dois tinham apenas 12 anos.
O pai de Adriana criava cavalos e Diego, que naquela época já adorava andar a cavalo, precisou solicitar seus serviços e conhecimentos para ajudar no parto de uma vaca que pertencia ao tio de seu cunhado.
“Lembro que na ocasião, a família estava dentro do carro, indo para o centro da cidade. Conheci todos, inclusive ela”, comenta.
Oito anos depois, Adriana estudava no centro e ele trabalhava na loja Super Um. Foi no trabalho de Diego que eles se reencontraram, e ela, muito descolada, depois das trocas de olhares pediu o número do telefone dele sem delongas.
O número pertencia à mãe dele, fato que na época gerou alguns imprevistos. Porém, nem mesmo os desencontros foram capazes de impossibilitar o contato dos dois.
“Foi engraçado, porque sempre acontecia algum imprevisto. Ou ele não estava, ou tinha entrado no banho, ou no dia marcado chovia. Mas foi até que conseguimos”, lembra Adriana, ao lado de Diego, todo sorridente com sua filha nos braços.
Outro detalhe: ela descobriu que Diego era na verdade uma paquera de sua colega. “Quando nós ficamos, não sabia que era o mesmo Diego. Como essa colega queria só ficar e eu estava decida a namorar, cobrei dele uma decisão”, salienta Adriana, sob os risos de Diego.
Entre encontros e desencontros, o casal mora juntos há dois anos e agora, finalmente, com mais um membro na família que cabe nos braços.
Os próximos passos é finalizar a casa que estão construindo, próximo à casa do pai de Adriana, na Vila da Quinta.
Ele que já trabalhou na área do Dique Seco, almeja iniciar cursos de soldador para trabalhar na área, enquanto, Adriana pretende se dedicar em tempo integral nos próximos meses à filha recém chegada.
Valores que se perpetuam
A nova mamãe destaca que sua gravidez não foi planejada, mas sim desejada. Confiante de que o companheiro era o homem certo para ser o pai de seus filhos, Adriana garante que seu instinto de mãe foi subitamente aguçado.
“Não sei explicar o motivo, mas quis ser mãe e resolvi arriscar. Cheguei até a pensar: se não for neste mês, não vou tentar mais”, brinca.
No entanto, em outro ponto da entrevista, talvez, a explicação do motivo de sua repentina vontade.
Antes mesmo de conhecer Diego, há quatro anos, Adriana perdeu a sua mãe, vítima de leucemia [câncer que afeta os glóbulos brancos, chamados de leucócitos, presentes no sangue], descoberta em estágio avançado.
“Foi o fim do mundo. Minha mãe era mais do que uma simples mãe. Foi meu maior exemplo de vida, uma amiga de verdade e minha confidente. Conseguia sempre ver o lado bom das coisas e me apoiava constantemente” declara.
Adriana garante que a perda foi a maior e mais dolorosa que sentiu na vida, porém, hoje lhe traz inspiração, ensinamentos e motivação. “Quero ser para a minha filha tudo o que a minha mãe foi pra mim. Quero ser amiga, carinhosa e presente. Sempre”, exclama a nova mãe.
E assim ficou decidido.
Teria filhos cedo e não teve jeito!
Mesmo relutante de início, Diego concordou com a idéia e partiram a trilhar o caminho da maternidade. Para o casal, a pequena Gabriely é o fruto de um amor inabalável pela vida.
“Ela é um pedacinho de mim e dele”, sorri Adriana, emocionada e com um protuberante brilho nos olhos.
E de fato, um pequenino e indefeso pedacinho, de olhinhos fechados, envolta em um cobertor cor de rosa, quietinha e sem sequer emitir um único som.
“Ela só chora na hora de mamar. Pelo menos por enquanto”, comemoram.
Nem mesmo o flash emitido pela câmera fotográfica perturbou o sono sereno e macio da pequena.
Da gestação ao parto
“A gravidez foi tranqüila e tivemos o apoio de todos, amigos e familiares”, asseguram.
O parto, porém, não foi para Adriana, assim tão tranquilo. Entre idas e vindas de um hospital ao outro, desde a quinta-feira [dia em que nossa equipe procurou autorização para entrevistá-los, lembra?!], Adriana sentia fortes dores.
A menina foi diagnosticada como prematura. Sendo assim, a mãe teve de tomar inibidores de parto e medicamentos à base de corticóide.
“Sábado, a dor já era insuportável, tinha seis dedos de dilatação e muitas contrações”, pontua Adriana. Na madrugada do “Domingo das Mães” nasceu a pequena, fruto de um parto demorado e muito dolorido.
“Na última vez que me mandaram fazer força eu já não conseguia mais, não agüentava, achei que ia desmaiar. O médico precisou intervir” relata Adriana.
Impedido de entrar na sala de parto, Diego destaca que ficou nervoso e ansioso por notícias. Depois, confessa que chorou quando soube que, por fim, mãe e filha estavam bem.
A primeira visão da filha surgiu quando ele foi convidado a acompanhar o primeiro banho. Uma imagem e emoção que ele define: “Jamais vou esquecer”.
Com Gabriely
Por enquanto, o casal pretende esperar algum tempo antes de investir em irmãozinhos para Gabi, e confirmam: “Ela sempre virá em primeiro lugar. Faremos de tudo para que ela seja muito feliz”.
Gabriely, menina de sorte, tão pequena que ainda não possui a mínima noção do amor que já lhe é reservado. Missão cumprida, para os repórteres fica a imagem da força de uma mãe que vale por muitas. Ou do exemplo de muitas, reunidas em uma só.
A equipe do Mulher Interativa deseja à Gabriely e sua família um futuro brilhante de grandes conquistas, e que ela possa aprender a cada dia com a sua mãe, Adriana, o valor da maternidade e dessa figura tão majestosa e importante na vida de cada um.
SÉRIE MÃES REAIS
Próximo Sábado, 22 de maio:
“Mães e Filhos Parecidos”
Nossas próximas protagonistas....
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