5 de julho de 2010

Terceira parte:

O escultor da beleza


** Texto: Bruno Kairalla
** Fotos Realce: Bira Lopes

Em setembro, Bira completa 34 anos de atuação no mercado.

Cabeleireiro, maquiador, estilista, artista plástico e, a partir de 2011, quando somar 55 anos de vida e 35 de profissão, também será de fato um psicólogo diplomado.

De fato, pois na prática, das inúmeras histórias que giram em seu salão, ele sempre foi considerado também por seus clientes um “consultor”, ou mesmo, um aconselhador, nato!

Há muitos anos, seu salão também é a porta de entrada para a sua casa.

Uma porta que, por sinal, não possui placas que indiquem o caminho para seu salão. Não precisa! Seu nome e talento natural conquistam e solidificam a sua trajetória.

O sucesso do artista está intimamente ligado ao dom de sua criatividade, ao poder de suas observações e, claro, habilidades de suas mãos.

Culpa também da genética.


Natural de Bagé (RS), “só de nascimento”, como prefere, é filho de mãe cabeleireira e de pai barbeiro – o que de certa forma explica o fato de ter se tornado um escultor sensível da beleza.

Morou por alguns anos no Rio de Janeiro e também na capital gaúcha.

Mas é em Rio Grande que está boa parte de sua vivência.

Casado e pai de uma filha, hoje já adulta, Bira se recorda de uma das grandes lições que retirou para si, assim que chegou do Rio, em 81.

Responsável por conferir charme e beleza aos trajes da corte da Festa do Mar

Foi ao atender a domicilio o marido e o filho de uma cliente (numa época em que homens não iam até salões de beleza por serem considerados redutos femininos), que escutou dela um pedido: “Vê se agora, por ficar famoso e reconhecido, tu não te tornas um bobalhão”. “Aquilo ficou na minha cabeça, talvez até por não saber o que era ser um bobalhão”, fala Bira.

Perfeccionista em tudo que assume, talvez por esta razão defenda que não tenha uma preferência entre as atividades que desenvolve, Bira já teve que responder qual tipo de cliente era mais “chata”.


“Depois de muito pensar, respondi que não tinha, porque se fosse avaliar, acho que eu seria o mais chato. Acho que supero qualquer uma que entre aqui, pois compro a idéia e viajo no delírio delas”, justifica.

“Mas, também já mandei muitas embora, por não concordar com que elas queriam fazer, como cortar demais o cabelo, exatamente por perceber que o problema não era a cabeça por fora e sim por dentro. A aparência é algo que está muito ligada ao teu lado emocional. Tem que ter cuidado. Depois, elas me ligavam agradecendo. Tem muito de mim no que faço e acho que tem que ter esse feeling”, discorre.

Confeccionados por Bira Lopes

O curso de psicologia lhe serviu apenas como um complemento teórico. “Dei-me conta de que a psicologia já estava há anos inserida na minha vida. Tem clientes que hoje eu conheço só pelo olhar ou pela maneira que elas entram aqui e largam a bolsa”, aponta o profissional que hoje já atende a terceira geração de sua clientela.

Realce


Sobre a coluna, ele observa: “Além de estético, considero um trabalho social, pois nele procuramos favorecer pessoas que não tem condições econômicas, sociais, de freqüentar salões para se maquiar, pentear e obter orientações”.

Um trabalho que ele define como bastante complicado: “Não é divertido, pois se lida com a expectativa da pessoa em sua identidade. Para isso, a pessoa tem que estar consciente. A intenção de mudança tem que vir com a pessoa”, pontua.


Dos oito anos de Realce, Bira Lopes guarda muitas histórias.

Algumas hilárias, como o caso dos maridos que vão até o seu salão para pedir um “realce” às suas esposas, ou da mulher que, fã da coluna, guardou como coleção todos os Realces publicados, até ser ela própria contemplada; ou ainda de outra mulher que, sem que Bira se desse conta, inscreveu-se e participou pela segunda vez da coluna.

“Por aqui passam muitas pessoas e só percebi quando ela disse que tinha ficado melhor e bastante diferente da primeira vez”, salienta ele.

Fato que demonstra o talento do artista, ao dar propriedade à cada obra de arte, seja ela manifestada por um de seus quadros, vestidos, ou, corte de cabelo e uma maquiagem.

“Foi legal porque me fez ver que o trabalho que faço depende do teu momento enquanto artista, da interpretação, da visão que tu tem naquele dia ou naquela hora”, comenta.


Potencial explorado

“Tem gente que diz que transformo as pessoas; outros brincam que elas passaram por cirurgia plástica. Porém, sempre friso que o talento até pode ser meu, mas o potencial de beleza é delas; apenas exploro aquilo que elas têm de melhor. Na verdade, a maquiagem foi criada exatamente para favorecer a beleza”, pontua.


Pontecializa-se a beleza, muda-se também o astral e a vida. Bira lembra do caso de uma senhora que divorciada, passou pelo “Realce” e em seguida recebeu com flores o pedido de volta do ex-marido.


“Outras mandam bilhetes ou voltam para dizer que a transformação não foi apenas por fora”, assegura o artista. Histórias de vida e gratidão que em breve ganharão o formato de livro. Nele, a trajetória do Realce e, claro, as dicas de beleza, que com certeza não podem ficar de fora.



3 comentários:

  1. Sou moradora do Rio de Janeiro-RJ, no bairro da Tijuca,(não é Barra da Tijuca),a dois anos e meio e não consigo encontrar um profissional competente para corte em cabelos lisos e maquiagem. Hoje, todo mundo tem cabelo igual não importando se o corte fica bem com o tipo de rosto e idade de cada pessoa.O corte hoje não é mais personalizado, sai todo mundo com a mesma cara e por vezes, muito mal cortado.Tive um excelente cabeleireiro quando morava em Jacarepagua, era o cabeleireiro Carlinhos do salão Visoré na Praça Seca, mas como mudei de bairro a mais de dois anos e fica muito distante, venho tentando conseguir um bom profissional por aqui pelo bairro da Tijuca para corte, tintura, penteado e maquiadores, porém, até o momento não encontrei ninguém e não é somente eu que estou nesta busca não, tenho amigas que também estão sempre reclamando dos cabeleireiros aqui no Rio de Janeiro.Cabeleireiros e salões de beleza tem muitos, mas não profissionais que sabem escolher o corte de acordo com o tipo de cabelo, idade e formato do rosto de cada pessoa.Vendo as fotos do profissional Bira Lopes, deixo uma pergunta a ser respondida.- Não existe a possibilidade deste profissional vir para o Rio de Janeiro, abrir um salão de beleza aqui na cidade?Como já disse, salões de beleza existem muitos, mas profissionais capacitados é que está difícil encontrar.Parabenizo o salão Realce por ter este profissional.
    Teresinha Villas Boas Santos.

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  2. Oi Teresinha vc tem um irmão chamado Jose Henrique?
    Se tiver escreva para alexmagnoneto@hotmail.com
    Aguardo
    Abs
    Alex

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  3. sempre acredtei que meu sonho de conhecer bira e participar do realce ia acontecer e aconteceu hoje me sinto linda e me amo muito graças a acreditar no meu sonho bira me fez ver que a vida e bela para quem sabe viver curta a vida pois a vida e curta aproveite e acredite em sonho pos eles acontecem

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