25 de setembro de 2010

Renata Elisa Nunes



O jogo virou


Por André Zenobini
- Fotos: BZK/Divulgação

O que fazer em pleno domingo a tarde?

Ver o jogo de futebol com o marido, cuidar somente das obrigações domésticas, frequentar os mesmos lugares de sempre ou produzir-se para ir a um evento feminino, de moda, beleza e que promete muita novidade e diversão?


É apostando nesta última resposta que a promotora de eventos Renata Elisa Nunes idealizou o “Momento Mulher”. Um espaço destinado apenas às mulheres que querem se divertir sem ter por perto nenhuma presença masculina.

Durante a semana, os últimos preparativos foram feitos para recepcionar um público que se solidificou em todas as esferas sociais. “Toda a equipe artística está composta por mulheres. Tive o maior cuidado para que isso acontecesse, seguranças, garçonetes e até mesmo a DJ”, argumenta Renata.


Para a organizadora, não se trata de uma “revanche”. “Os homens têm os espaços deles, de conversas com os amigos, ou mesmo sozinhos assistindo aos jogos pela TV. Nós [mulheres] também temos o direito a um momento nosso, apenas com nossas amigas”, justifica.

Aos 35 anos, a organizadora mostra-se uma mulher criativa, decidida e também determinada, principalmente na realidade que conduz sua rotina. Vivendo o seu quarto relacionamento maduro, ela encontra em seu cúmplice um grande aliado. “O maior apoio vem de casa; ele que me descobriu, exatamente por eu ser ousada”, garante a profissional.


Consultora de beleza, acadêmica do curso de Matemática da Furg, suas primeiras experiências em eventos foram ao reunir suas clientes para algumas demonstrações dos produtos que representa atuando como revendedora.

“O que eu posso passar para as mulheres? É que é possível alcançar os seus objetivos. A realização de tudo que eu faço, concentro-me, é a minha vida”, declara Renata.

Especial


“Um dia especial para as Mulheres”. Esta é a chamada principal do evento “Momento Mulher” que ocorre neste domingo, 26. A partir das 15 horas, com abertura dos portões marcadas para meia hora antes, as convidadas poderão assistir a desfiles de modas, apresentações artísticas e se divertir com as amigas num momento totalmente voltado para o universo e lazer feminino.

Diferente dos habituais eventos sociais da cidade, o local que sedia o evento também é uma nova aposta da promotora. Amplo e arejado, o Clube Náutico Almirante Barroso, ao lado do Yacth Clube e apresentado na última quarta para a equipe de reportagem, foi charmosamente decorado para receber as convidadas especiais.


Entre as atividades previstas no decorrer da tarde está o lançamento da nova Biz Rosa 2011 (acima), apresentada por um dos patrocinadores do evento. O grupo de dança Núcleo Artístico de Danças Orientais participa do evento que também conta com a cantora Lilian Mendes. A trilha sonora da festa está sob a responsabilidade da DJ Maru.

Ainda entre as atrações, sorteio de brindes e uma transformação! Outra novidade do evento, segundo Renata, é que os desfiles, com linhas infantis até a terceira idade, reportam-se as mais diferentes formas femininas.


“Não teremos apenas modelos do tipo revista”, revela a promotora ao enfatizar que o importante é que elas se identifiquem e se visualizem nas peças apresentadas.

Com a expectativa de reunir 400 pessoas, Renata quer incentivar a mulher a nunca desistir de seus sonhos. Segundo ela, o mercado depois dos 30 é mais complicado, mas que ainda sim é possível se encontrar pessoalmente e profissionalmente.

Enquanto divulgava o evento que está sendo organizado desde o dia 20 de agosto, ela conta que foi mais difícil com as pessoas que não conhecia, entre os amigos, ela teve maior facilidade e a aceitação foi muito boa. Para divulgar a iniciativa ela participou de diversas festas da cidade e agradece a colaboração de todos que a apoiaram.

Ideias


Com a cabeça repleta de boas ideias, este é o primeiro grande evento que Renata produz. Para a promotora, o evento tem como compromisso reforçar a auto-estima das mulheres. O fato de muitas desempenharem diversos papéis no decorrer do dia favorece o cansaço ou mesmo os momentos mais estressantes com tantas responsabilidades. “O mais difícil para estas mulheres é encontrar seus momentos de lazer, de sair ou deixar de lados os problemas”, avalia.

Quanto a expectativa da realização do Momento Mulher, a organizadora declara que é grande. Sobre as dificuldades, ela explica que a falta de apoio é uma das principais. Para isso, espera contar com a presença e a valorização da comunidade, até mesmo para dar uma continuidade a proposta.

“Quando acontecem esses eventos eles têm uma idéia totalmente comercial, não apenas para entreter ou contemplar as mulheres”, ressalta. Renata conta ainda que encontrou resistência por parte das pessoas já que muitas pensaram que seu projeto tinha outras conotações. “É um evento para as mulheres se reunirem, conversarem e se entreterem, sem a exposição de homens”, completa ela.


Quando questionada sobre o papel da mulher moderna ela afirma que “é uma mulher atuante em todos os sentidos e que nunca desiste daquilo que realmente planeja”, comenta. Sobre as desigualdades entre os sexos, ela diz que apesar dela estar menor, ainda é percebido quando, por exemplo, eles não aceitam que elas ganhem mais ou sejam mais independentes, decididas do que eles. Porém, Renata separa que esta é uma mudança comportamental e que o foco do evento, apesar de ser só para elas, não é propagar o feminismo, apenas reverenciá-lo.

Clima árabe


Entre as atrações está o Núcleo Místika de Danças Orientais. Em atividade desde 2001, o grupo ensina mulheres de todas as idades a arte da dança árabe.

No evento, que conta com o apoio do Jornal Agora em seus 35 anos de circulação ininterrupta, a convidada Saffia Sâmar - nome artístico da proprietária e professora do Núcleo, Claudia Bitencourt – apresenta uma dança com um véu wings e uma espada.


Ao lado de Claudia, está sua filha que dança desde os quatro anos e hoje aos 14 preparou para o evento uma dança árabe moderna. Além delas, também a dançarina Hanna Luy [abaixo] que já posou como modelo de capa do CD de Tony Mouzayek, cantor de músicas temáticas árabes na novela O Clone, da TV Globo.

“Luto pelo lado técnico da dança, do estudo aprimorado, dos ritmos e estilos” conta ela. Com uma turma de 40 alunas, ela explica que a dança serve para ajudar a aumentar a auto-estima, pois “muitas alunas já chegaram aqui muito para baixo e ao olharem depois no espelho passaram a enxergar outra mulher”.


Sobre o evento, destaca que se sentiu muito feliz com o convite, pois “as mulheres precisam de espaços para aproveitarem momentos sozinhas, livres de problemas, cobranças, homens, família”.

Segundo a professora, esse tipo de coreografia é sensual, mas não possui cunho erótico como muitos pensam. “As pessoas tem uma idéia errada, principalmente da dança do ventre, que lá é chamada de dança do leste”, acrescenta ela. Sobre suas alunas, garante que aceita apenas aquelas que querem se dedicar.

“Requer muito estudo, já neguei a entrada de alunas que só queriam uma dança caricata e sexual”, finaliza. No grupo também podem participar homens que queiram aprender coreografias árabes masculinas. A escola fica na rua João Fernandes Cardoso, 267 no bairro Parque São Pedro.

Momento Mulher




Quando: Neste domingo, 26
Onde: AREB e Clube Náutico Almirante Barroso
Local: Av. Perimetral, 780 – Ao lado do Yatch Club
Horário: 15h
Ingressos: R$ 20

Patrocínio:
Orion Motos e Orion Veículos,
Lidia Modas, Donna Acessórios e Portal da Beleza

Apoio: Jornal Agora 35 anos

Realização: Momento Eventos – (53) 9996.3861

24 de setembro de 2010

Comportamento

Mulheres devem casar por dinheiro?



Notório também pelas polêmicas sexuais em que se envolve, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi (acima), afirmou que as mulheres jovens deveriam considerar o dinheiro no momento de escolher seus parceiros.


A recomendação foi dada em uma convenção da ala jovem do seu partido, o Povo da Liberdade, no último dia 13.

Questionado por um dos seus ministros, uma mulher, Berlusconi brincou sobre os casamentos de conveniência. O bilionário afirmou que as mulheres o escolhem, porque "é um cara legal'' e "tem muito dinheiro''.


Ele relembrou uma entrevista para a televisão em que recebeu muitas críticas. "Eu disse a uma garota que procurasse um namorado rico. Essa sugestão não é irreal". No mesmo evento, Berlusconi fez outro comentário que repercutiu negativamente. Ele anunciou que contaria uma piada.


Disse que, certa vez, os seguidores de Hitler descobriram que ele estava vivo e pediram que voltasse ao poder. Hitler, então, teria dito que retornaria, mas só se fosse para fazer o mal - como se já não tivesse feito. A oposição exigiu que o primeiro-ministro pedisse desculpas para Israel e para a comunidade italiana judaica.


Casamentos famosos


Jaqueline Kennedy e Aristóteles Onassis (acima). Viúva do 35º Presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy assassinado em 1963, Jackie conheceu o rico armador antes da tragédia, no mesmo ano. Em 20 de outubro de 1968, a ex-primeira dama dos EUA casou-se com o rico magnata grego, na ilha de Skorpios, Grécia.

Para Jackie, o dinheiro e o poder de Onassis lhe davam as garantias que desejava; já para ele, desposar a viúva do carismático presidente dos Estados Unidos conferia o status social que almejava.

Com a morte do armador grego, em 15 de março de 1975, Jackie negociou com a filha dele, Christina Onassis, um acordo em torno de 26 milhões de dólares, em troca de qualquer reivindicação do Império Onassis. Ela morreu aos 64 anos, no dia 19 de maio de 1994, de câncer linfático.


Elizabeth Taylor e Richard Burton (acima) se casaram e se divorciaram duas vezes. O primeiro casamento foi em 1964 e terminou em divórcio em 1973. O segundo foi em 1975 e terminou um ano depois. Burton morreu de cirrose hepática, aos 59 Anos, resultado de uma vida marcada pela autodestruição.

Taylor adorava diamantes e Burton a presentou com um de 69,42 quilates no formato de pera. Ela o usou em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro de 1969. Dez anos mais tarde, o venderia por quase US$ 3 milhões.


Michael Douglas e Catherine Zeta-Jones (abaixo) se casaram em novembro de 2000, após pouco mais de dois anos de namoro. Durante um ano de muita negociação e fofoca, os advogados dos atores finalmente bateram o martelo. Em caso de divórcio, Catherine recebe US$ 3,2 milhões por ano de casamento e Douglas, assumidamente um compulsivo por sexo, terá que desembolsar US$ 5 milhões à mulher caso pule a cerca.


O casal de atores vendeu as fotos exclusivas do enlace à Revista OK por US$ 1,5 milhão. A cerimônia black-tie foi estimada em US$ 2 milhões e aconteceu no The Plaza Hotel, na 5ª Avenida, em Nova York.

Catherine e Michael permanece junto até hoje e possuem dois filhos: Dylan Michael Douglas (8 de agosto de 2000) e Carys Zeta Douglas (20 de abril de 2003).

Em agosto último, ele recebeu o diagnóstico de um câncer na garganta e faz tratamento de quimioterapia e radioterapia. Mas isso não o impediu de comparecer à Première do seu novo filme “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”, continuação de “Wall Street” (1987), que chegou às telas dos cinemas na última sexta, 24.


Pedrinho da RISUL


Por Bruno Zanini Kairalla

- Fotos-reportagem: Bruno Kairalla


Depois de Raul de Bem, na Semana Nacional do Trânsito e ainda em comemoração aos 35 anos de circulação ininterrupta do Jornal Agora, o caderno Feliz Idade homenageia uma das mais importantes e ilustres figuras de sua história: Pedro Alberto Jensen, um dos funcionários mais antigos da casa ainda em plena atividade e que participa hoje de uma nova edição da série "Capaz Idade", cuja proposta é reverenciar profissionais que mesmo após os 70 anos são um exemplo para quem começa a escrever ou já atravessa a sua própria trajetória profissional.


Aos 71 anos, Jensen, orgulhosamente rio-grandino, já atuou nas mais diversas funções. Ao lado da família, por exemplo, já pousou em dois diferentes momentos como "garoto propaganda" das campanhas publicitárias do Agora, sendo a última há quase dois anos, em novembro de 2008, para a promoção "Distribuindo Ilusões". Fora isso, ele adiciona em outro ponto da entrevista que em durante as férias de um dos funcionários já atuou até mesmo como segurança da empresa.



Na verdade, sua história dentro do Jornal da Terra começa muito antes dele existir, há 50 anos, lá pelo início da década de 60, quando depois de estudar na escola Bibiano de Almeida e também desistir de seguir carreira militar pelo Regimento de Cavalaria, um dia, ao passar em frente das Organizações Risul decidiu arriscar uma nova profissão ao ser admitido pelo empresário e ainda hoje diretor-presidente da empresa, Germano Toralles Leite.


Criada em 58, a Risul, que no início trabalhava apenas com vendas e consertos de pneus, foi o primeiro emprego de Jensen. Nele, ingressou atuando como borracheiro da empresa.


E se para cada escolha uma renúncia, para Pedro não foi muito fácil. Na mesma época, ele lembra que o Governo do Estado estava oferecendo vagas para interessados em atuar na área da construção civil. O objetivo era erguer o maior número possível de escolas.


Informado de que após a conclusão das obras os funcionários seriam todos dispensados, Jensen decidiu permanecer na Risul. "Quando terminaram as obras, o Estado abriu um concurso para diversas funções dentro do Porto rio-grandino e depois soube que todos os operários que já atuavam foram efetivados sem a necessidade do concurso", recorda.


Entretanto, Pedro traça um contraponto de sua escolha: "Em compensação, se eu não tivesse permanecido na Risul talvez hoje não teria esta família maravilhosa ao lado", diz ele ao olhar de soslaio para sua esposa e seus dois filhos. Pedro refere-se ao período em que na Risul conheceu sua cúmplice, dona Irene Terra Jensen.


"Ela morava próxima a Risul e nós seguidamente nos encontrávamos. Depois descobrimos que os nossos pais tinham crescidos juntos e eram muito amigos", conta ele. O que naquela época, segundo a própria dona Irene, tornou ainda maior a cobrança pelo sucesso da relação.


Pedro e Irene se conheceram em 1961, cumpriram com todo o antigo padrão de namoro, "só podíamos sair acompanhados do meu irmão" – conta Irene, e, em janeiro próximo, completam 48 anos de casados.



O maior fruto desta união é o imponente orgulho que os dois sentem ao falarem dos quatro netos, sendo que a mais velha hoje está com 26 anos e a mais nova com apenas sete.

Também é de se dar crédito a forma bem humorada com que os dois se tratam diariamente, sempre mexendo um com o outro, e ao jeito pelo qual também ainda hoje se despedem quando ele retorna ao trabalho: um beijo na boca!


Pedrinho da Risul



"A coisa que menos pensava na vida era trabalhar como borracheiro", frisa Jensen, ao voltarmos falar sobre sua trajetória na Risul. Na empresa, além dos consertos e reparos em pneus, Pedro, sempre comunicativo, logo foi manejado para a sessão de vendas de pneus, baterias, peças e acessórios, posto em que manteria contato com os clientes e não tardaria a ser reconhecido como o "Pedrinho da Risul".


Além de acompanhar os movimentos e as transformações da empresa, inclusive a troca de sede, Pedro também foi um dos funcionários fundadores das novas apostas dentro do mercado rio-grandino, do empresário Germano Leite (à esq. abaixo) a criação do periódico O Peixeiro, em 62, que com o sucesso logo depois daria vida ao Jornal Agora, em setembro de 75.



Do nascimento dos dois veículos, Pedro participou de todo o processo, da impressão, do ato de intercalar manualmente as páginas, até mesmo a sua distribuição pelos principais pontos da cidade. Distribuído aos domingos, ele lembra que no Cine Glória as pessoas não entravam sem antes pegar um exemplar de O Peixeiro.


"O pessoal ficava na sala de espera e o mais legal disso tudo era entrar na sala de exibição e ver aquele mar de gente com uma folha rosa nas mãos", recorda ele que distribuía o semanário pela rua Carlos Gomes e no Cine Teatro Avenida.


Contudo, após passar por alguns problemas de saúde e com a ajuda de Germano Leite, Pedro abriu a sua própria oficina na Avenida Portugal. Através da sua borracharia, ele conquistou dois grandes sonhos na vida de qualquer cidadão: a primeira casa e também o primeiro carro: "Um fusca 69 [ do ano de 1969] que muito rodou por aí", garante ele, com bom humor.



Novamente acometido por problemas de saúde, seis anos depois sua empresa fechava as portas. Vendeu o negócio, passando a atuar pela primeira vez como motorista da "TV Rio Grande", hoje, RBS TV.


Nesta última função, Pedro além de motorista também atuou na empresa como operador de VT e cinegrafista. Da TV também para uma rápida apresentação num programa na extinta rádio Cultura Rio-grandina. E, "como o bom filho a casa torna", Jensen foi novamente recebido pelas Organizações Risul, onde se aposentou por tempo de serviço no final da década de 90.


No entanto, foram apenas seis meses "curtindo" a aposentadoria. Em casa, para passar o tempo, cozinhava ou fazia melhoramentos em sua estrutura. Mas não era o suficiente para quem sempre tinha o dia repleto de atividades. "Aquilo foi me dando uma angústia muito grande. Precisava fazer alguma coisa, pois não gostava de ficar parado. Não gosto e não quero levar uma vida sedentária", assegura Pedro, ao também deixar claro que não pretende parar tão cedo.


O "motora"



À convite da então editora, Rosane Leiria Ávila, Jensen retornou ao Jornal Agora, desta vez como motorista da empresa e da equipe de reportagem. Na função já atua há quase uma década. Nela passou também a acompanhar diariamente os movimentos frenéticos da cidade.


No trânsito, Pedro salienta que procura sempre respeitar e se adaptar as novas regras. Considera-se um condutor cuidadoso, porém, diz que não tolera barbeiragens. Por conta disso, fala que, como muitos, já passou por várias situações engraçadas no trânsito, como por exemplo, xingar ou chamar a atenção amigos e conhecidos. "Depois a gente ri e cumprimenta", brinca.



"Sem querer ser antipático", Pedro reclama da forma que seus conterrâneos conduzem seus veículos, desconhecendo alguns preceitos básicos, como um dos principais: o andar devagar à direita e mais rápido à esquerda.


Além disso, ele fala que é muito comum os condutores esquecerem de dar o pisca para realizar alguma manobra brusca e que por conta disso o que mais se vê são cortes ou interceptações bruscas no trânsito.


Por fim, define o trânsito rio-grandino como caótico e bastante estressante. "O que acontece é que aqui temos muitos motoristas de fim de semana, que pela pouca prática não estão aptos a andar nem de bicicleta o que dirá atrás de um volante", relaciona.


Despercebida

Sobre a terceira idade, Pedro ressalta que ela entrou despercebida. Embora ele já tenha passado por duas cirurgias, gaba-se por gozar de uma boa saúde e curtir os programas ao lado de sua família.



Ao lado deles gosta de programar viagens, passear e também de praticar em casa serviços de pedreiro e outros manuais como a pintura. Além disso, para fugir da rotina estressante do trânsito, fala que já fez hidroginástica e que hoje só pratica caminhada ou mesmo 'pedaladas'.



Sobre a culinária, reforça que gosta mesmo é do desafio de executar novas receitas, uma atividade que começou quando acompanhava a gravação do programa de culinária de Laura Caruzo. "O programa era gravado às quartas e aos domingos fazia as receitas em casa", completa Pedro.



Do pai portuário, que trabalhava nas oficinas de fundição do Porto, Pedro herdou a paixão por cavalos. "Ele era turfista da região do Taim e sempre teve cavalo de corrida", acrescenta ele, intitulando-se um bom conhecedor de eqüinos.


Agora



Sem perder o foco e a atenção do que se passa na rua, Pedro é um tagarela nato. Tem opinião para tudo. Crítico, está sempre receptivo a uma boa conversa, mas também tem os seus dias de "me deixa quieto". No entanto, esses são mais raros ou não, dependendo da estressante rotina.


É chato com horários, não gosta de esperar horas pela feitura de alguma reportagem, mas não interfere e nem atrapalha. É ciente do quanto a notícia, por mais pé no saco que o tema seja, é importante para a (in)formação da comunidade.


Por ele também já passaram os mais diversos profissionais. Reconhece os melhores de longe. Faz questão de incentivá-los, cumprimentá-los quando se sente diante de um bom trabalho. Como integrante e fundador da família Agora é um dos seus principais leitores e críticos também.


Não é de usar "meias palavras" e sempre que acha que uma matéria não ficou o bicho ou que faltou algo, é um dos primeiros a sinalizar. Pela ampla rede de contatos que estabeleceu em anos de serviço, também é um ótimo indicador de fontes.



O "Pedrinho da Risul", orgulha-se também de ser uma das personalidades mais conhecidas da cidade. "Tem clientes lá do início da Risul que me perguntavam quando iria me candidatar a vereador [risos]. E pensar que tudo começou atrás de um balcão, vendendo pneus, que aos poucos fui angariando a simpatia das pessoas", celebra ele.


Além do carinho dos conhecidos, Pedro conquista também a amizade dos jornalistas que transporta diariamente para as reportagens. Sabe de suas manias, dos anseios. Ao seu lado é impossível não rir, não desabafar no calor da hora. Sabe tudo do que acontece nos bastidores.


Quanto aos 35 anos do Agora, Pedro finaliza: "Vejo esta trajetória com um ar de vitória, pois como funcionário vi este Jornal nascer, participei de sua confecção, acompanhei todo o seu crescimento, vi ele se expandir, se firmar e obter credibilidade na cidade. Eu sempre vou me sentir ligado a sua história, porque ele também faz parte da minha. Sem dúvida, foi uma entrega. Lembro que muitas vezes não tínhamos hora para sair daqui e sinceramente não me arrependo de nada do que vivi aqui dentro".


23 de setembro de 2010

O homem por trás da opinião!


Por André Zenobini
Fotos: Bruno Zanini Kairalla

Muitas pessoas nem percebem, outras começam a leitura por seus textos. O homem por trás dos editoriais do Agora começou sua carreira nos jornais como um entregador.

Nascido no dia 13 de março de 1942, Moacir Américo Santos Rodrigues é um ícone para os que com ele trabalham e trabalharam e para aqueles que são seus leitores assíduos e que por muitas vezes não lhe dão o devido crédito.

O editorial é o espaço mais nobre de um jornal impresso, que não é assinado por quem escreve, onde a opinião da empresa é apresentada. Mas nos bastidores dessa opinião existe um redator experiente e carismático que fala sobre jornalismo com amor e gratidão.


Nascido em Rio Grande, Moacir iniciou sua carreira no jornal Correio do Sul a convite de sua professora de educação física na Escola Agnela do Nascimento. Após dois meses, por convite do gerente do jornal passou a trabalhar na gráfica como tipógrafo.

Aos 14, deixou o Correio do Sul para fazer parte do jornal Rio Grande, onde seguiu na mesma função. Com a saída de um dos redatores de esporte, assumiu este desafio e passou a escrever sobre o Sport Clube São Paulo. Depois aos 15, acumulou também a editoria de polícia.

Hoje, o esporte ainda faz parte de sua vida, depois de vários anos na diretoria do Leão do Parque, pois ele faz parte do conselho deliberativo do clube, que considera como o seu time do coração.

No auge dos seus 68 anos, Moacir fala sobre a profissão: “É uma cachaça, a pessoa se vicia e não larga mais”, garante ele que teve este direito adquirido por tempo de serviço na reformulação da lei que regulamentava a carreira de jornalista.

Mesmo sem ter completado o antigo Ginásio, suas experiências lhe conferem o aprendizado necessário, e também, aquilo que nenhuma universidade ensina: a humildade. “No jornalismo não se pode haver individualidade, sempre tem que haver o espírito de equipe, se não, não funciona”, garante.


Em 1975, Moacir foi apresentado ao empresário Germano Toralles Leite, que preparava um novo jornal para a cidade. Mesmo sem vaga na redação do Agora, ele aceitou se juntar aquela equipe que iria por na rua um novo veículo de comunicação.

Sua entrada no Agora aconteceu antes mesmo da edição de número 1, já que participou dos três testes do jornal. Quando aceitou o convite do fundador do Jornal Agora, ele retornou a gráfica assumindo novamente a função de tipógrafo e operador de máquina de impressão.

Um ano depois, o Jornal Agora passou por uma reformulação e ele então voltou a fazer parte da equipe de redatores. Em 1986 assumiu a função de editor-chefe. A relação que manteve com os leitores nesses 35 anos ao lado deste diário sempre foi de respeito, e isso explica o que faz dele ser tão reconhecido pelas ruas e com a credibilidade junto as pessoas.

Enquanto fora editor-chefe, todas as criticas que recebia se transformavam em ‘Carta do Leitor’ nas edições seguintes. “Nunca me considerei o dono da verdade, sempre ouvi aqueles com opiniões diferentes”, salienta.

Em sua trajetória profissional, possui no currículo o departamento de comunicação do antigo Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais (Deprec), chefe de comunicação da Prefeitura Municipal do Rio Grande e também trabalhou em jornais menores como o da Loja Maçônica, do São Paulo e do Grupo de Escoteiros Silva Paes. Também foram 10 anos como correspondente esportivo da Rádio Gaúcha e da Zero Hora.


Mesmo tendo passado por tantos lugares, nunca deixou o Jornal Agora. Enquanto estava no Deprec, que tinha a administração estadual no Porto do Rio Grande dividia as funções de editor-chefe com Rosane Ávila e Rosane Borges Leite.

No final da década de 80, o então responsável pelo editorial do Agora, jornalista Sérgio Marchese veio a falecer. Foi então que Moacir passou a dedicar seu tempo a esta coluna diária que trata sobre os mais diversos assuntos.

“Tem dias que não tem o que falar, tem que procurar algo”, garante, sobre a dificuldade por vezes de encontrar algum assunto para abordar. Mas, seja qualquer tema, a conduta é sempre única, “o editorial do Agora pensa na coletividade, é moderada e voltada aos anseios da comunidade”, defende o redator da opinião.

Menos romântica


Mesmo sem nunca ter passado por uma faculdade de comunicação, Moacir fala sobre a profissão com a mesma qualidade que um professor leciona a seus alunos, “hoje é mais fácil fazer comunicação, mas é menos romântico” afirma ele.

Com a tecnologia, a internet e o telefone têm sido um dos grandes parceiros do jornalista, que poupa tempo de ter que se deslocar até o local para uma entrevista ou levantamento de dados.

“Antigamente tínhamos que sair correndo atrás da pauta, pegar um ônibus para se deslocar até o local, não tínhamos essas facilidades”, conta. Ainda sobre a tecnologia ele confessa que foi um dos últimos da redação a aderir ao computador e que até hoje só sabe o básico sobre essa ferramenta.


Sobre os profissionais que entram no mercado ele desabafa: “O jornalismo era antigamente pessoal, hoje é profissional”. Ao contar sobre como as pessoas entravam nessa profissão, e onde sua história se encaixa nesse modelo, ele explica que as pessoas escreviam porque gostavam, e hoje, às vezes escolhem fazer essa faculdade por ser uma profissão e que acreditam ser relativamente fácil.

Entre as suas funções, Moacir acumula a editoria de São José do Norte. Ele explica que por vezes, em uma cidade pequena é mais difícil conseguir notícias, pois, às vezes, requer mais tempo para buscar uma boa pauta.

Sobre os 35 anos de atividades deste diário, para ele “é fácil falar” já que considera “que o Agora sempre se constituiu numa grande família, mesmo nos momentos de brigas e discussões, sempre houve a vontade de fazer o melhor, pois quem fiscaliza o resultado é o leitor”, explana.


Moacir Rodrigues explica como percebe o sucesso do Jornal Agora, “nós agradamos a população porque chegamos aos 35 anos em permanente transformação; o jornalista deve sempre ser atualizado com a história e o momento da cidade para levar a informação até o leitor”.

São mais de 50 anos de profissão, 48 anos de casado, quatro filhos e uma dica para aqueles que decidirem seguir a carreira de jornalista, “para ser bom, tem que ter leitura”, garante ele.

Para finalizar nossa entrevista, ele definiu em uma frase este diário que está a mais de três décadas ao lado dos rio-grandinos: “O Agora é um bom jornal por ser simples e sem alarde e que cumpre a sua função social”.