28 de março de 2010

Patrícia Maranhão e a essência da moda

Por Bruno Zanini Kairalla
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Fotos: Bruno Kairalla



Laços, luvas, babados, bolas, pérolas, gorros, boinas. Lembra das polainas? E daquelas famosas ombreiras? Não. Você não voltou para décadas passadas, pois elas estão mais atuais do que nunca e conforme a designer Patrícia Maranhão e a empresária Emilice Freitas Satte Alam, seguindo um estilo rock in roll apaixonado, romântico. Detalhes em couro no jeans, no casaco. A ordem do momento é: abuse dos acessórios. O novo luxo está seguido pelo brilho, nos grandes detalhes com laços e babados grandes, com direito a lantejoula e strass. Nos sapatos, “boas vindas” para as plataformas altíssimas ou os abotinados de bico aberto, que ousam no estilo e nas suas variadas formas e cores.



Patrícia Maranhão e a empresária Emilice Freitas Satt Alam

A empresária pelotense, das lojas Emilice em Pelotas e Rio Grande, promoveu o “Happy Hour da Moda” trazendo Patrícia Maranhão às duas cidades na última semana. No salão nobre do Sindilojas, um público composto em sua maioria por mulheres, clientes e consumidoras da loja de sapatos e acessórios participou de um coquetel de confraternização e assistiu uma palestra da designer mineira de calçados e acessórios, responsável por desenvolver coleções para diversas marcas consagradas. O encontro foi encerrado pelo desfile da Coleção Outono/Inverno 2010.
Segundo Patrícia, a moda nunca esteve tão democrática e surgiu para mostrar o estilo de vida e crenças das pessoas, revelando o que elas acreditam e as escolhas que fazem no dia a dia.
Para as estações Outono/Inverno 2010, a tendência é abusar do preto básico, provocando-o com as várias tonalidades em vermelho. Vale apostar também e muito no amarelo, rosa pink, no verde azulado e nos vários tons de cinza, do gelo ao chumbo. Outras apostas são nas formas arquitetônicas e no militarismo.

Confira abaixo, algumas dicas:



- “A moda está promovendo alguns temas do que aconteceu no mundo nos últimos anos. Ela está voltada para o passado, como se fosse uma releitura dos velhos tempos, com uma sofisticação renovada no tom certo. As formas arquitetônicas surgem como uma releitura da década de 50 e 60, que foram as décadas em que a arquitetura mundial mais cresceu. Grandes artistas que deixaram a sua marca e influenciaram não só os móveis, como a moda todo em si”, percebe a designer. “O militar pode ser tanto com brasões, como uma coisa mais grega, de uma guerreira mesmo. Essa opção foi da Prada italiana. As formas arquitetônicas com cortes geométricos que favorecem de novo as ombreiras muito usadas na década de 80 e agora voltam estruturando casacos e as blusas”.



- “O couro como um clássico muito valorizado na década de 80, volta nas roupas com muita força. Ele está de volta nas calças, blusas e jaquetas”.

- “Dentro dessas tendências, pode-se apostar também no estilo esportivo fashion, sapatos e roupas com toques e detalhes esportivos, com um zíper como fechamento. A bolsa chique acompanhada da lantejoula que também pode ser usada de forma esportiva”.


- “Essa tendência misturou o rock com o romântico, na manga uma renda, sapatos com laços, bolsas com laços”.



- “Outro destaque são as estampas com um tom divertido, infantil.

- “Na Europa, as luvas estão em alta, virou febre.

- “As peças chaves dessa estação, sem dúvidas, são as luvas, jaquetas de couro com botão, meias, lenços charmosos, as leggs continuam com força total, a calça que vem com uma bota levemente aberta, que pode ser usada com casaco”.



- “A bolsa não precisa combinar com o sapato. Não combinar faz com que o acessório cresça na composição. Essa coisa muito organizada, conjuntos perfeitos, é algo que não se usa mais. O visual tem que ser mais solto, despojado. A volta da mini carteira, da carteira de malha que já se usava muito e agora estão retornado”.

- “Para tirar a sobriedade e a palidez do inverno, procurar sempre jogar carteiras de cores contrastantes com as do sapato. Use muito Pink, violetas, verdes e rosas aplicadas”.




- “Os cintos são as vedetes dessa estação. Dê três, quatro voltas na cintura. Use cintos de elásticos, muito largos, muito finos, por cima de camiseta, da camisa, dos vestidos e também abuse muito das pulseiras. Use bolsas em todos os tamanhos, das pequenas às grandes, com babado ou uma estamparia multicolorida”.



- “Botas de camurça, de veludo, num estilo mais country. Vale ousar com as polainas por cima de uma bota curta. Algumas oferecem a opção de regular o zíper para quem tem a canela mais fina ou mais grossa. Mas, sem dúvida, a grande novidade desta estação fica por conta das botinhas curtas com bico aberto”.

- “Como nas estações passadas, os lenços continuam, com ainda mais força”.



A trajetória de PATRÍCIA MARANHÃO

 



No final de sua palestra, Patrícia presenteou espectadoras

 
Natural de Belo Horizonte (MG), Patrícia Maranhão, 50 anos, percebeu o seu fascínio e a aptidão para a moda ainda na infância. Oriunda de uma família de arquitetos e artistas plásticos, relembra que na adolescência sempre se destacava pelo visual diante as suas colegas. “Não só pelo jeito que me vestia, mas também no modo ousado e diferenciado que usava os meus acessórios e isso foi crescendo com o decorrer do tempo”, recorda.


Nos anos 80, perante as várias possibilidades, definiu que seguiria na confecção. “Como não tinha nenhum vestígio da indústria da moda dentro da minha família e nem dentro dos meus círculos de amizade, fui buscar as oportunidades”. Seu primeiro emprego foi na área de jóias, criando peças para clientes exclusivos. Inquieta, com o tempo sentiu a necessidade de lidar com algo mais dinâmico e que seguisse mais a linha de seus interesses. “Têm pessoas que falam que eu sou uma pororoca criativa, que está sempre inventando”, diverte-se.

Em 84, surgiu a possibilidade inesperada de atuar dentro de uma das fábricas de bolsas e calçados de sua região. “Naquele momento disse comigo mesma, ‘tô chegando perto da confecção’. Na fábrica, inserida na linha de produção, pensei: ‘eu entendo isso aqui. Isso aqui é a minha praia”. E da praia a qual se refere não saiu mais. Numa reflexão, Patrícia indica: “Às vezes me perguntava se me arrependi de não mexer com roupas, mas hoje vejo que o importante mesmo é a realização e que fiz a escolha certa”.

A marca

Em 87, Patrícia Maranhão lançou a sua própria marca em Belo Horizonte. “Precisava de uma coisa minha. Tinha ideias e queria colocá-las no mercado”, aponta a designer que explorou sua marca por dez anos. Neste período, Patrícia criou coleções que se tornaram referência no mundo da moda, alcançando todo o país e também a Europa.

Depois, entrou num período de “reciclagem”. “Ao mesmo tempo em que a moda mineira deu uma caída e a indústria de calçados saiu de Minas, senti necessidade de me renovar. Em 2001, vim para o sul e me encantei com o Vale dos Sinos, pois encontrei uma estrutura indiscutível e maravilhosa para um designer de calçados. Montei escritório em Novo Hamburgo que acabou virando um birô de estilo, pois descobri que tinha uma grande visão e habilidade em saber localizar as marcas competitivamente no mercado, e decidi que iria trabalhar para várias delas em vários segmentos”, acrescenta.





Estilo & Inspirações


Atenta aos detalhes, a designer gosta de tudo que provoque uma reação. “Pode ser algo simples ou alguma coisa limpa e básica, mas a peça tem que oferecer um algo mais, tem que ser um objeto de desejo. Procuro isso e transmito para o público”, analisa. Revela ainda que curte o trabalho em estampa, ama os temas que remetam a natureza e aos animais. “Minhas inspirações são trabalhadas em cima das minhas escolhas e gostos pessoais, no que acredito. Talvez, por isso, aparecem muitos cachorros, gatos. Gosto desses animais domésticos”, completa.

Patrícia também gosta da mistura harmônica entre formas, cores e figuras, não necessariamente certinhas, geométricas. “Penso que o grande diferencial do meu trabalho é toda essa parte de programação visual, da atenção aos detalhes. Dentro da sua trajetória o que mais lhe encanta é o reconhecimento por algumas características próprias. “É quando olham para um trabalho meu e logo dizem: isso aqui é da Patrícia, pois essa é a grande vitória de um designer.”

Futuro



Com relação aos seus planos e metas para o futuro, Patrícia quer ampliar a sua linha de trabalho e projeta atuar na indústria moveleira. “Não quero mais ficar focada somente em sapatos e bolsas.” No seu birô, onde conta com o empenho de outros seis designers, ela já está fazendo um trabalho mais amplo de designer, criando quadros voltados para a estamparia, não como artista plástica, mas, sim, como artista gráfica. “Na verdade, estou experimentando e me esse tempo, de querer realizar coisas ousadas, novas, de fazer aquilo que eu gosto.”

Como designer ela também já foi responsável por várias lojas, mas depois que saiu de Belo Horizonte, repasssou-as para os seus clientes. “Hoje, realizo-me através dos meus clientes, como a Emilice e outros tantos pelo Brasil, que são pessoas na verdade que acabo tendo uma afinidade muito grande e que me dão toda a realização que quero. A contabilidade, a parte financeira, tô fora”, brinca.

Casada e mãe de dois filhos, ela observa com orgulho um deles trilhar o seu caminho na profissão, ao cursar a faculdade de Estilo na Unisinos. “Ele é grafiteiro e desenvolve um trabalho bacana. Provavelmente está surgindo um designer por aí, mas que percorrerá seus próprios caminhos e ideias. Quero que ele curta a profissão e siga seus instintos”, expõe. Pela primeira vez em Rio Grande, Patrícia diz que quer voltar com mais calma, mas que até onde pode ver achou uma cidade interessante. “Volto com mais calma”, garante.



Patrícia ladeadas por Vera Souto e Emilice Freitas Satt Alam

O amigo chamado batom

BELEZA 1 - batom

Já se perdeu a conta da época em que o batom começou a ser usado. A verdade é que cem entre cem mulheres não vivem sem ele

Essa é dúvida de todas as mulheres. A cada dia aparece uma novidade, mas será que todas as novidades podem ser usadas sem cair no ridículo?

É claro que sempre vale um toque de ousadia. Mas tem que ser bem dosado e é preciso respeitar as particularidades de cada rosto, de cada tonalidade de pele e de cada lábio.

Existem algumas regrinhas que valem para todas.

Os tons rosados, marrons-avermelhados, cobres, dourados e também os cor de boca ou pêssego combinam com qualquer pele.

Os batons cintilantes acentuam as rugas dos lábios. Os pigmentos se concentram nas fissuras, aquelas que passaram dos trinta anos devem evitar.

Mulheres com peles muito claras e batom escuro ficam com um visual dramático. Melhor é optar por um visual mais suave.

É bom evitar o uso de batom vermelho quando a roupa também é vermelha. A ordem é contrastar.

Se tem pequenas peles soltas nos lábios, é só fazer uma leve esfoliação usando gotas de hidratante e uma toalha felpuda. Passe-a de um lado para outro nos lábios que as casquinhas sairão com facilidade.

Os batons de longa duração não combinam bem com bocas muito secas porque o próprio batom provoca a sensação de lábios ressecados logo após sua aplicação.

Os lábios exigem cuidados especiais assim como a área dos olhos. Aos primeiros sinais de rugas nos lábios, adote um creme à base de ácido glicólico toda noite, antes de dormir. De manhã, aplique hidratante com filtro solar para evitar os efeitos da radiação solar.

Outra regrinha de ouro é quando os olhos estiveram bem marcados com sombra e delineador, opte por batom clarinho, tipo cor de boca. Quando ocorrer o contrário, ou seja a maquiagem nos olhos estiver bem natural, daí capriche escolhendo uma cor de batom bem vibrante.

JORNAL AGORA – MULHER INTERATIVA

 

www.jornalagora.com.br

20 de março de 2010

Realce - Por: BIRA LOPES

"- Nunca mais vou lavar o rosto, nem o cabelo!"
Maria de Fátima Machado Miranda
55 anos, aposentada

“A música é boa quando nos preenche a alma”

Por Bruno Zanini Kairalla
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Fotos: Bruno Kairalla / Divulgação/ Marcos Tadeu Medeiros



“Tenho interesse pela música desde quando minha memória permite lembrar”, pontua a nossa entrevistada Giovana Suita Freitas, 46 anos, que dá continuidade à série Mulheres Especiais, em comemoração ao centenário do Dia Internacional da Mulher. Nascida - e com orgulho - no dia 22 de novembro, data em que se reverencia o Dia da Música, ou do Músico, a vice-diretora da Escola de Belas Artes Heitor de Lemos (Ebahl) e também professora de música do Instituto Estadual de Educação Juvenal Miller, onde estudou por toda vida, Giovana é uma das profissionais admiradas e mais respeitadas da cidade no que se refere aos conhecimentos de sua área, que envolve além da música, o canto.

Com o característico bom humor que carrega desde a infância, por vezes até um pouco ácido, como frisa, Giovana, dona de uma voz grave, um timbre do tipo contralto, cantou pela última vez na 5ª edição do Garotas Fazem Arte, em que sob fortes aplausos foi a primeira artista a abrir o evento, encantando o público com músicas, como Summertime de George Gershwin, Only You, de Buck Ram e Ande Rand e, encerrando com, “Oh Darling”, dos Beatles. Ao fim daua apresentação, os aplausos soaram ainda mais altos. Tudo porque, Giovana não só emociona quando canta, mas também emprega um jeito único ao interpretar as canções que marcaram época.

Para ela que no passado já cantou ao lado de feras como o grande violonista e guitarrista rio-grandino, Ary Piassarolo, é um orgulho participar da vida cultural de uma cidade, na qual reforça o título de celeiro de grandes artistas. Muitos deles tiveram a sorte de serem não só descobertos, mas refinados e aprimorados por todos os seus conhecimentos. Ao se titular “barrista”, também revela um amor incondicional por Rio Grande, e destaca a Laguna dos Patos, como outro de seus pontos fortes. “Adoro passar pela rua Riachuelo e sentir o cheiro da maresia. Acho um privilégio termos a praia do Cassino, a Ilha dos Marinheiros, tão linda”, afirma a rio-grandina, um exemplo de talento, simpatia e muita determinação, como você acompanha nos parágrafos a seguir.


 
Trajetória
Formada em música pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) onde depois também concluiu graduação em canto, as primeiras recordações de Giovana na infância datam por volta dos quatro anos, quando corrigia as desafinações de seus familiares. Também nesta idade já adorava os programas musicais e as propagandas feitas pelo seu padrinho Lúdio Porto Alegre. Das lembranças mais ativas, ela recorda que sua casa sempre foi contagiada pelo hábito de escutar música, de vivê-la. Com um pai músico, responsável por tocar contrabaixo num conjunto da década de 60 e a mãe, uma estudante de piano no antigo Conservatório de Música, a trajetória da rio-grandina não podia ser diferente e nem menos estimulante.

Outra de suas recordações mais marcantes foi quando já aos 9 anos pediu um violão ao pai e, enquanto esperava, sonhava sentindo a sensação de tocar no ilustre presente. “Nos sonhos sentia o perfume do meu violão novo. Um cheiro bem característico de madeira. Era algo muito real”, comenta Giovana, contemplada depois pelo instrumento. “Com ele aprendi a tirar os primeiros acordes. Da marca Giannini, conservo ele até hoje”, revela a talentosa artista, que na infância adorava imitar as performances de Wanderléa. Depois, já na adolescência, despertou a paixão pelo Queen e os seus arranjos vocais.

“Hoje, sempre digo que sou eclética. Entre outros, escuto, Diana Krall, Ella Fitzgerald, Aretha Franklin, Edson Cordeiro, Ana Carolina, Marisa Monte, Joss Stone, Elza Soares, Seu Jorge, Janis Joplin e gosto muito do timbre vocal de Amy Winehouse”, enumera. A professora adora blues e jazz e afirma que dentro de suas preferências não existe apenas uma única música que mexa com suas emoções e sim várias, pois tudo depende do seu momento. Porém aponta algumas de suas preferidas: “Summertime (ária da ópera Porgy and Bess) de George Gershwin. E gosto bastante também de “Alfonsina y El Mar” de Félix Luna e Ariel Ramirez e “Cry Me River”, de Arthur Hamilton”.

E para quem nasceu no dia do músico, o significado desta arte que sempre preencheu o mundo, não poderia ser muito diferente: “Tem uma frase em inglês que diz: Music is my life [Música é Minha Vida]. E este é meu lema, pois tudo gira em torno dela. Na música encontro abrigo e resposta para todos os meus momentos, sejam eles alegres ou tristes”, evidencia. 



  Com a mestra de canto Terezinha Röhrig, em apresentação no Teatro Sete de Abril




Carreira
Definindo-se como uma profissional metódica e perfeccionista, em sua área, Giovana ressalta que o que mais lhe atraí é a voz. “O canto e suas possibilidades: canto coral e canto solo”, fala. Apesar da formação erudita e que lhe auxilia dentro da construção da música popular, é esta última a preferida da professora. “Identifico-me muito com a música popular, como diz o nome, música do povo. Identifico-me com o patrimônio cultural de um povo”, estabelece.

Em relação ao crescimento musical profissional, Giovana acredita que o artista precisa, antes de mais nada, contar com a humildade. “Para melhorarmos musicalmente temos que ter a humildade de saber que sempre existe alguém melhor do que nós tecnicamente e tem que haver muita dedicação. A música é maravilhosa, mas, ao mesmo tempo, é ingrata. Exige muito esforço e dedicação. Quando fui estudar em Pelotas tive a sorte de estudar com bons professores onde, por exemplo, tive como mestra a soprano Terezinha Röhrig”, expõe.



Juvenal
No Juvenal Miller estudou do jardim de infância até terminar o Ensino Médio. Depois, por quase um ano, cursou Geografia na Furg, até descobrir que esta não era a sua praia e passar no vestibular de música da UFPel. Professora do Juvenal desde 1993, sobre a sensação de aluna passar a professora de música do Juvenal, ela descreve: “Tenho um amor muito grande pelo Juvenal Miller, pois além de ter minha trajetória lá, foi como professora dessa escola que pude mostrar o meu trabalho, montando corais de alunos”. De forma diferenciada e voltada para uma educação de qualidade, a direção possibilita aulas de música aos alunos. “Chegamos a gravar dois CDs e participar de festivais fora da cidade e também de professores”, complementa.

Ebahl
Como sempre fez parte da carreira pública, tanto municipal quanto estadual, em 2003 surgiu o convite e a possibilidade de trabalhar na Escola de Belas Artes, onde lecionou primeiramente aulas de violão. Na vice-direção está inserida desde 2006. Sobre a escola e os desafios que ela gera, Giovana analisa: “Dentro da área musical, o grande desafio foi manter e melhorar o nível da escola, pois a Ebhal goza perante a comunidade de muito prestígio e nela estudaram grandes músicos, como: Alessandra Féris, Guilherme Bulla e Ismael Domingues. Trabalhar nela é maravilhoso, pois temos a oportunidade de respirar arte todos os dias, nas aulas, nos vernissages, recitais e apresentações de dança, assim como conviver com artistas de outros lugares”.

Para ela, no Juvenal, onde trabalha com canto coral, também não é diferente: “Tive a sorte de ter sido a primeira professora de alguns alunos e ver o surgimento de vocações e artistas que hoje estão no meio musical de nossa cidade. Todos com muito talento. Entre eles, destaco o tenor Giovani Bertolino Correa, Paula Chaves, Milene Cacciamani (vocalista da banda Tracy Lords) e Aline Pinheiro”. Sobre a importância do canto coral, sintetiza: “O canto coletivo tem um alto poder de sociabilização, ajuda a formar indivíduos com as competências e atributos necessários a convivência social. No coral aprendemos a escutar o outro, além de proporcionar descontração e relaxamento”.




Cultura em Rio Grande
Como agente ativa cultural do Município, perguntamos a ela a sua avaliação nessa área. Diplomática, Giovana responde: “Acredito que sempre está se tentando melhorar, haja vista os investimentos e também surgimento de projetos, como a Quadra da Cultura que funcionou no Cassino neste verão, e onde os artistas rio-grandinos puderam mostrar um pouco do seu trabalho. Como promotores de cultura acho que hoje nos equiparamos a Pelotas, ou quem sabe, estejamos melhores. O que precisamos é informar e formar mais público. As pessoas precisam prestigiar, participar dos eventos, como sempre é dito, Rio Grande é um celeiro de bons músicos e como exemplo Beto Federal, Gigi Guterres, Guilherme Bulla, Chico Padilha, Veloir, Willian Jones entre muitos outros”, destaca.


Iatista e campeã
Além da música, Giovana possui outra paixão: o iatismo, “agora deixado um pouco de lado”, comenta. A descoberta se deu depois que nosso repórter encontrou em sua página virtual do Orkut uma foto como campeã de natação, em 1977. “Passei minha infância e adolescência no Yacht Club, onde aprendi com o meu pai a nadar e a velejar. No Yacht participei de algumas competições nestas duas modalidades. Depois me tornei instrutora de vela no iate, em que tive oportunidade de ensinar esse esporte para algumas crianças. O iatismo é um esporte maravilhoso e deveria ser oportunizado às crianças, assim como o ensino da música”, explana. Outra paixão abertamente demonstrada é por sua gatinha de estimação, a “Vicky”, de raça Siamês. “Adoro felinos”, expõe. 


 
Música que preenche a alma
Por fim, indagamos: “Em termos gerais, como analisas o contexto atual da música e do canto no Brasil? Funk, pagode, duplas sertanejas, mulheres frutas, revelam hoje a nossa curta cultura? “Não gosto desse tipo de juízo entre melhor ou pior. Prefiro aceitar que existe a diferença. A música brasileira atual está repleta de preciosidades escondidas e a margem da mídia. Quanto a qualidade, seja no passado ou no presente, sempre terá as pérolas e os poluidores. Há, sim, uma grande diferença da música do passado para a atual, no que toca a estética e tecnologia. Porém, a música é sempre boa quando nos preenche a alma”, conclui Giovana, que no futuro se imagina uma senhora com alma de criança, “mas, infelizmente, tendo que parar de cantar, pois a voz envelhece e já não temos mais a mesma agilidade vocal”.



Despojamento

vitrine de loja

 

Tenho alergia a carregar bolsas, sacolas, pacotes ou qualquer coisa que se pareça com elas. Muitas vezes, deixo de comprar só para não ter que carregar. Mas, em certas ocasiões essa mania me atrapalha bastante, principalmente quando, por exemplo, desisto de levar comigo o livro do momento. E, depois, amargurar várias horas em recepções folheando velhas revistas ou assistindo, a contragosto, programas banais de tevê.
Essa faceta já fez arrepender-me mortalmente por não ter comprado uma calça linda, botas maravilhosas, a blusa ou o vestido remarcados com preços imperdíveis. Argh! Nessas horas chego a me odiar por gostar de andar leve, de ter as mãos livres, de não ter que me preocupar em chamar a atenção para ser roubada ou assaltada... De não correr o risco de esquecer alguma coisa em algum lugar. De não sobrecarregar minha coluna com pesos de coisas supérfluas. Às vezes, nem tão supérfluas assim...
E prometo a mim mesma, parada diante de uma loja cuja vitrine exibe modelos incríveis, que vou voltar no dia seguinte preparada psicologicamente para comprar e carregar. Mas não volto. Nunca volto. Porque na maioria das vezes esqueço o nome do estabelecimento, da rua e me dá uma amnésia proposital do bairro por onde andei.
Mas, na verdade, a maior motivação que encontro nessa atitude é o prazer que sinto em caminhar longas distâncias, e fazer isso de forma despreocupada e saudável.  Como naquela famosa música de Caetano “Sem lenço e sem documento”.  O carro fica esquecido na garagem semanas a fio e, na hora da troca, a quilometragem rodada surpreende a revenda.
O mais curioso é que me sinto tão bem, ou melhor, do que se tivesse comprado (claro que o saldo bancário agradece). Mas reflito se isso não ocorre também porque me habituei a não decidir nada sem pensar muito. Sem analisar prós e contras. Sem questionar a necessidade real de adquirir determinado objeto ou vestuário ou sei lá mais o quê. E no quanto aquilo poderia me fazer sentir melhor do que me sinto no momento, ou me proporcionar prazer. No fundo, também porque sei que prazer e alegria independem de bens de consumo. Eles só mascaram a tal felicidade.
Mas... Tudo isso se inverte quando respiro o divino odor que exala dos livros. Nas megastores não consigo controlar o impulso consumista. E nessas ocasiões, nem mesmo o ralo saldo de final de mês ou tampouco a ojeriza de carregar pacotes me detêm. Viro uma consumidora voraz. Acabo voltando para casa exausta, cheia de pacotes e com a alegria de uma criança em noite de natal. Mas como sou chata, isso acaba me causando  angústia: enquanto minha pequena biblioteca cresce, esvaziam-se os pretendentes às obras...
E eu não escrevi aqui na semana passada que sofro tudo por antecipação?

Rosane Leiria Ávila

15 de março de 2010

Agora é homenageado por matéria do Mulher



Na noite do último sábado, 13, o diretor presidente do Jornal Agora, Germano Toralles Leite, e o repórter responsável pela produção das matérias centrais dos cadernos Mulher Interativa, O Peixeiro e Feliz Idade, Bruno Zanini Kairalla, foram homenageados pelo Centro Espírita Oxum e Xangô, regido pela Iyalorixá Maria da Graça d’Oxum, durante a Festa do Ebó da Maria Mulambo, que evidencia o início do período de quaresma.


O evento representa também o começo das atividades anuais do Centro. O reconhecimento decorreu em agradecimento pelo espaço cedido através da matéria “O Axé de dona Maria da Graça d’Oxum, clique e confira a matéria na íntegra, assinada por Kairalla para o Mulher Interativa, publicada nos dias 25 e 26 de dezembro, último final de semana de 2009.

A Iyá
Foto: Mirian Fichtner

Representante pela luta contra a intolerância religiosa, a Iyá Graça d’Oxum completou em 2009, 51 anos de religião e 35 como a Mãe de Santo e líder espiritual do Centro Espírita Oxum e Xangô, um local que segue tradicionalmente os princípios religiosos para qual está voltado e que por conta disso atingiu em sua trajetória prestígio em âmbito nacional e internacional.


Foto: Mirian Fichtner

Em novembro, Maria da Graça recebeu o Prêmio Zumbi dos Palmares, uma homenagem concedida a personalidades e entidades com atuação em defesa da comunidade afro-descendente. Instituído pelo deputado estadual Raul Carrion (PCdoB), o prêmio foi repassado à Graça, pela Assembléia Legislativa do RS, durante a Sessão Solene Comemorativa ao Dia Estadual da Consciência Negra, no interior do Plenário “20 de Setembro”, do Palácio Farroupilha.

Agradecimentos
Foto: Liége Barbosa

No decorrer das homenagens, a Iyá Maria da Graça d'OXum lembrou o que na época a fez aceitar o convite para participar da reportagem do Mulher. - Todos sabem que sempre fui uma pessoa muito reservada, mas quando soube que era para o Agora, não tive como recusar -, anunciou ela, e em seguida, recordou a participação que o diretor do Agora teve em sua vida.



- Na época, trabalhava como enfermeira da Santa Casa e passava muito trabalho. Um dos filhos de seu Germano, acidentou-se e ele me contratou para cuidá-lo por alguns meses. Sempre atencioso e com bom humor, ele me chamava de Alcione. Sou muito grata a ele, pois não contava nem com o que comer. Mandei meus filhos para outra cidade, pois não tinha como me manter. Muito obrigada pelo que o senhor, mesmo sem saber de todas as dificuldades, fez por mim. Gostaria que o senhor levasse essa recordação da nossa Casa e também do meu coração também -, explanou ela, entregando ao diretor uma placa de homenagem em agradecimento.


- Em nome do Agora, quero agradecer todo o carinho e dizer que o jornal procura e tem como missão estar sempre ao lado de sua comunidade, agindo de uma maneira discreta, porém, bastante honesta, sentimental, reconhecendo os trabalhos de nossa comunidade, principalmente das menos favorecidas e, graças a Deus, estamos levando isso sempre ao pé da letra -, enfatizou Toralles, que no último domingo completou 78 anos e lembrou na ocasião da trajetória do Agora, que no dia 20 de setembro, completará 35 anos.


- Na verdade, começamos em 1962, com o informativo O Peixeiro, distribuído nos cinemas, e que foi o grande incentivador da criação de nosso diário, que ampara e propaga as ações de nossa comunidade, acrescentou o diretor.

Em seguida, a Iyá, ao dirigir-se ao repórter do Agora, lembrou de sua preocupação pela exposição de suas informações no dia em que concedeu a sua primeira entrevista a um veículo de comunicação da cidade.
Foto: Liége Barbosa

- O que mais admirei foi o teu profissionalismo e o respeito que tivestes comigo, pela Casa e pelo meu trabalho. Eu, aos 58 anos, quero que sejas muito feliz. Estás num lugar em que o dono deste veículo é uma pessoa ímpar, íntegra e espero que, assim como ele, sigas fiel neste caminho da simplicidade e honestidade -, expôs ela.

Próximo de completar dois anos de formação e no seu segundo ano integrando a equipe de jornalistas do Agora, Kairalla agradeceu o reconhecimento recebido ainda num momento em que considera como o "início de sua jornada".

Foto: Liége Barbosa

- Um dos principais deveres de um jornalista é trabalhar em prol da comunidade para qual está voltado, atuando como um porta-voz dela. Essa homenagem só me incentiva a querer prestar um trabalho melhor e que possa siguir ainda mais com esse objetivo. Muito obrigado -, concluiu o jornalista.

Depois da homenagem, diretor e repórter do Agora seguiram com a recepção de sua anfitriã para uma área externa em que além de desfrutarem do banquete oferecido pela Iyá, acompanharam através de telões a festa de confraternização do Centro.


13 de março de 2010

ROCK sob o comando DELAS!

Enquanto de um lado da cidade, mulheres de várias idades se aglomeravam para atirar suas calcinhas e acertar a apontaria no cantor Wando, fazendo coro para “meu iaiá, meu ioiô”, do outro, em volta aos quadros em mosaico da artista Zezé Chaplin, presentes na sala Abeillard Barreto do Centro Municipal de Cultura Inah Emil Martensen, uma outra manifestação da arte tomava conta do local.



Por Bruno Zanini Kairalla
- Fotos-reportagem: Bruno Kairalla/Divulgação
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Editora: Rosane Leiria Ávila - rosane.jornalagora@gmail.com

Banda Outdate

Músicos rio-grandinos, voltados para um rock de ampla expressão, recebiam um público seleto e exigente por qualidade, que participou da 5ª edição do Garotas Fazem Arte, um projeto coordenado pelo músico Luiz Feitosa, 48 anos, conhecido como “Carioca”.

E foi assim, com direito a casa lotada, demonstrando não só o interesse, como também o sucesso de público, que eles comemoraram na última segunda-feira, 8, a passagem pelos 100 anos do Dia Internacional da Mulher.


- Este foi um evento criado na intenção não só de estimular a formação das bandas locais femininas, como mostrar a importância da função delas no cenário musical. Um evento criado para que as gurias pudessem mostrar o seu talento -, define Carioca.

Ao fundo, The Frowzys

E quem esteve por lá, viu: elas deram um show!

Apesar de não ter nenhuma banda formada apenas por mulheres, o evento contou com a participação de quatro bandas Outdate, VMax, The Frowzys e Tracy Lordstodas compostas por mulheres - e mais duas artistas, Marina Reguffe e Giovana Suita, que se intercalaram pelas mais de duas horas de espetáculo.

Carioca Feitosa
Contrabaixista da Tracy Lords, Carioca é responsável por um dos primeiros estúdios na cidade, criado há 16 anos, que hoje gerencia cerca de 20 bandas, todas voltadas para o rock.

Foto: Divulgação

Além da banda cover Tracy, ele atua nos vocais e guitarras da Vampiros Nordestinos, banda com canções próprias voltada ao estilo "Copy and Past Rock”. Nela, Carioca também responde pela autoria das canções. Somado a Vampiros e a Tracy, ele ainda atua no violão do grupo Som do Samba e o contra-baixo da Trashdândis.

Centro Municipal de Cultura


Responsável pela produção de no mínimo cinco eventos dentro do Centro Municipal de Cultura, todos gratuitos, inclusive este último das mulheres, Carioca desde já planeja os próximos, como o 3º Baladas Românticas, no dia 12 de junho, em comemoração ao Dia dos Namorados e a 7ª edição do Tributo a John Lennon, sempre realizado em 8 de dezembro, dia em que o cantor foi assassinado. Em 2010, a triste lembrança dos 30 anos de sua morte. Ele aponta também a 2ª edição de Nos Tempos da Jovem Guarda, que em 2010 celebrará os 40 anos de surgimento do grupo.

- Confira os eventos na comunidade oficial do Centro, clicando aqui!

Entre outros eventos organizados pelo músico, como a 3ª edição do “Cordas & Vozes – em que artistas mostram suas composições através de um simples violão, durante a programação do Maio Cultural -, Carioca destaca ainda o próximo evento que concentra sua atenção: o “Planeta Terra Festival”, na quinta-feira do dia 22 de abril.

Divulgação

- Criado em 1970 nos Estados Unidos, o Dia do Planeta Terra é celebrado em 22 de abril, pois foi o primeiro protesto nacional contra a poluição e ganhou países adeptos ao movimento. No evento que vamos fazer no Centro Municipal de Cultura, trabalharemos em cima de um material com fotos, vídeos, além de palestras e shows com diversos estilos musicais - explica e antecipa o músico.

5º Garotas Fazem Arte
- Por ordem de apresentação

1. Giovana Suita
Por toda a experiência e prestígio que adquiriu ao longo desses anos e por tudo o que já representou na vida dos artistas rio-grandinos, a professora em canto e música, Giovana Suita, licenciada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e que abriu de forma sensível e esplendida o evento, será a entrevistada principal da próxima semana do caderno Mulher Interativa.
Foto: Bruno Kairalla

Na reportagem, Giovana falará sobre a sua trajetória de vida, suas experiências na arte da música, os artistas em destaque, como também traçará uma avaliação sobre o próprio cenário musical rio-grandino. Não perca!

2. The Frowzys – “Os Carpenters de Rio Grande

A Banda
Em sua comunidade do Orkut (acesse), eles se comparam e apresentam como “Os Carpenters de Rio Grande”. O primeiro ensaio ainda é recente, data do último dia 15 de dezembro, quando a The Frowzys ainda atendia pelo nome de “Nicotines”. O que era de início apenas uma “projeto paralelo”, como evidencia Luis Espinelly, músico fundador do grupo, virou uma “banda de verdade”.


No objetivo de produzir um rock no estilo alternativo, do tipo indie rock, que busca mesclar tanto músicas próprias como a de bandas conhecidas - e outras nem tão conhecidas assim -, a estreia do grupo ocorreu justamente na 5ª edição do Garotas Fazem Arte.

Primeira banda a se dirigir aos convidados, o quinteto logo dominou o palco ao executar “Superstar” dos Carpenters, numa apresentação que empolgou o público e logo revelaria o que se podia esperar da noite.

Foto: Bruno Kairalla

Depois foi a hora de presentear o público com duas canções inéditas: “Living Life” e “Lost Souls”. Para encerrar, mandaram “Oh! Sweet Nuthin”, do Velvet Underground.

No total, a banda já responde por nove composições.

- Por enquanto, vamos continuar os ensaios, queremos gravar algumas músicas e disponibilizá-las em no nosso myspace (acesse), para então gravar um CD propriamente dito -, revela a vocalista.

Foto: Bruno Kairalla

- Estamos muito no começo de tudo e a oportunidade de participar de um evento de peso como esse foi gratificante para todos nós -, acrescenta Freak (foto acima).

Uma estrada pela frente e o público agradece pela formação dessa mais nova promessa rio-grandina!

Visão Feminina
Além de compartilharem o palco, as representantes da The Frowzys, Suellen Rubira (a vocalista Freak), 28 anos, e a baixista, Louise Silveira (Lou), de 18, também são estudantes do mesmo curso, Letras Português/Inglês.

Foto: Bruno Kairalla - As duas componentes

Como vocal feminina da banda e apesar de considerar cada membro como uma peça chave, Suellen reforça que encara o desafio com uma grande responsabilidade. Louise observa:

- Acredito que ser mulher e tocar numa banda de rock é algo que chama atenção por ser pouco comum na cidade, no entanto, aos poucos, as meninas estão ingressando nesta área que sempre foi predominantemente masculina - expressa ela.

Divulgação

As duas foram convidadas pelo guitarrista fundador da banda, Luiz Espinelly, também integrante de outra banda rio-grandina, Tangerines, formada em julho de 2006. Espinelly já atuou também ao lado de mulheres na Outdate e na Luiza Prefere A Morte.

Foto: Bruno Kairalla - Espinelly

- Queria tocar rock, não importa com quem -, explana ele, indiferente ao gênero de seus colegas. - O importante é estar entre amigos -, complementa Espinelly.

Embora acredite alguns poucos mantenham ainda um certo “ranço” com relação as mulheres inseridas no rock, ele declara que esse processo de aceitação ocorre de forma natural, com a ajuda da mídia, dos próprios músicos e garante que o mais percebe hoje é o sentimento de admiração que elas provocam no público.

DADOS
Foto: Divulgação

- 5 Integrantes: Freak (vocal), Eduardo (bateria), Lou (baixo), Aleques (guitarra), Luiz F. (guitarra)

- Influências: The Beatles, Belle and Sebastian, Carpenters, Cat Power, Damien Jurado, Hole, Jeff Buckley, Luna, Neil Young, Nirvana, Pearl Jam, Wilco, etc.

- Contato: (53) 9104-7930 (Suellen)

- E-mail: thefrowzys@gmail.com



3. Outdate – “Frescor e sensualidade ao ROCK

A Banda
Mesmo com o pouco tempo de estrada - formada em outubro do ano passado -, a Outdate já dispõe de uma identidade, com ótima performance de palco. Como bem reforça um de seus seguidores na sua comunidade do Orkut (acesse), Luiz Espinelly, a banda "já começa a ocupar o seu lugar como uma das melhores da cidade”.

Foto: Divulgação

E quem se depara com o som do quarteto, confirma. Logo nos primeiros ensaios já respondiam por três canções próprias. Hoje, já somam em oito, com letras de temas variados, geralmente abordando uma visão mais ácida das relações humanas.

Foto: Bruno Kairalla

A principal meta do grupo é a gravação do primeiro CD de inéditas.

- E com isso conseguir expandir o número de fãs, fazer muitos shows, tocar nas rádios, em outras cidades. A lista é grande -, promete a vocalista Karol, que acrescenta que a Outdate já está com um single pronto, esperando apenas pela finalização da capa.

Foto: Bruno Kairalla

No perfil do myspace (acesse), não negam que buscam na música do passado elementos que a tornem relevante no presente. - Tocamos alguns covers das bandas dos 90's e 80's -, acrescentam. Além de composições, a Outdate investe em linhas de baixo marcantes e com um papel importante e frontal na melodia das músicas.

- O trabalho de guitarras é experimental e traz às canções algumas atmosferas climáticas e viajantes. A abordagem das batidas é básica e mecânica. Os vocais soam com uma personalidade marcante -, propagam no canal.

Foto: Bruno Kairalla

Dentro do evento , a Outdate executou três de suas composições, presentes no futuro CD de estréia: The Brightest Star – com mais de 290 visualizações (confira o vídeo abaixo) -, Never Around e This Is How The Story Ends.


Fiquem de olho neste quarteto, pois para eles:
- Todas as portas estão abertas!

Visão Feminina

A proposta é apostar no rock com os vocais femininos, pois, de acordo com a vocalista Karol (foto abaixo), o grupo percebeu "uma possibilidade a explorar, trazendo frescor e sensualidade ao rock".


- Não dá para negar que a presença feminina atrai um público diferente. Avril Lavigne e Paramore estão fazendo sucesso no mundo inteiro. Por aqui temos a Pitty. A imagem feminina na música está bem aceita no mercado, mas a coisa mais importante numa banda é ter músicas boas. Sendo assim, cresceu muito o número de mulheres em bandas. Se ainda existe algum preconceito, ele não é mais tão sentido -, evidencia Karol.

DADOS



- 4 Integrantes: Karol S. (vocal), Will F. (guitarrista), Few (baixista), Rick (baterista).

- Influências: “Nossas influências são as bandas de rock, pop e dance music dos anos 80 e 90, como Garbage, Curve, Everything But The Girl e The Cardigans".

- Contato: (53) 3232-6411 e 9946-6105.

- E-mail: outdate.banda@gmail.com

- Acesse:


4. Marina Reguffe

A trajetória
Professora de inglês há dois anos - profissão também influenciada pela música, uma vez que a maioria das letras que ela sempre teve o hábito de ouvir é nesta língua – Marina Reguffe tem 24 anos e uma voz encantadora.

Foto Bruno Kairalla

E por achar que todas as mulheres são únicas e ao mesmo tempo diferentes uma das outras, como bem expôs no evento de segunda-feira, é que ela consegue dar uma interpretação pessoal e brilhante a uma canção, por exemplo, de Alanis Morissette.

Bastante incentivada por seus pais, tios e amigos, ligados à música – “principalmente meu pai, João Reguffe, que participou do evento comigo, ao tocar violão” -, Marina, modesta, aponta que “tentou” cantar quando tinha entre 16 e 17 anos. - Pedi algumas dicas para o amigo Rafael Nasic, que já cantava em alguns lugares havia um tempo -, acrescenta.

Ao lado do pai, João Reguffe

Na sua visão, a voz masculina dá força, intensidade a alguns estilos de música, enquanto a feminina no rock, por exemplo, adquire um efeito marcante pela delicadeza dos vocais contrapondo-se ao peso dos instrumentos.

- Há muita procura por vocalistas mulheres para fazer banda em Rio Grande e sempre me dei muito bem em todas as bandas que participei -, salienta Marina, que já foi integrante da antiga Lollipop.

- Eles foram muito pacientes com minhas manias e caprichos. O sexo nunca fez diferença na maneira como me tratavam -, defende.


Em homenagem às mulheres, interpretou as canções: “Someone To Watch Over Me”, composta por George Gershwin e Ira Gershwin, conhecida na voz de Ella Fitzgerald; “Take Me Home” de Tom Waits e interpretada pela cantora portuguesa Maria João e “You Oughta Know”, de Alanis Morissette. E justifica a escolha do repertório:

- A primeira escolhi por ser uma música feminina, delicada, além de ser um clássico. A segunda por ser um exemplo de voz feminina que se destaca em algumas músicas que já eram belas quando gravadas com vocais masculinos e a terceira por ser uma música de letra e instrumental fortes, ousados, e ainda assim, muito feminina -, conclui.


Marina afirma que possui composições próprias, mas revela que elas estão “escondidinhas” na gaveta.

- Música é uma diversão, uma maneira de me expressar. Não planejo carreira nessa área -, garante ela, influenciada por nomes como Alanis Morissete, Gwen Stefani, Marisa Monte, Ella Fitzgerald, Dolores O’Riordan.

Marina que junto com outras vocalistas das bandas Vmax e Tracy Lords encerrou a 5ª edição do evento, com a música da Alanis, primeiramente interpretada por ela, comenta: - Pra mim foi muito legal tocar do lado da grande cantora que é a Bia e da talentosa e queridona Milene, minha amigona - finaliza.

Confira o vídeo abaixo:




5. Vmax – “Diferencial nas bandas


A Banda
Surgida há mais de dois anos, no final de 2007, a Vmax adquiriu ainda mais equilíbrio com a entrada do vocalista Jener Porto, que se uniu ao grupo de três músicos que tocavam sem qualquer tipo de pretensão.

No ano seguinte, a banda contou também com o charme feminino e a expressão do vocal inconfundível de Bia Barbieri - o que abriu ainda mais o leque de possibilidades dentro do repertório da Vmax.
Foto: Divulgação

Apesar da curta trajetória, a banda possui a experiência de seus músicos que há muito participam do cenário musical local, passando por diferentes bandas, nas mais variadas formações.

Foto: Divulgação

- A princípio somos uma banda cover, então, estamos sempre em busca de espaço no mercado. Dentro do nosso contexto musical, estamos sempre adaptando e aprimorando o repertório, a fim de agradar ao público e conseguir ganhar até mesmo aquelas pessoas não muito ligadas em música ou que são adeptas de outros estilos musicais. (...)

Foto: Divulgação

- Fora isso, possuímos projetos de trabalhar com músicas próprias -, revela a vocalista Beatriz Costa Barbieri, 32 anos. Segundo ela, uma das primeiras composições gravadas pela Vmax, "Negra Americana" obteve destaque na mídia. "Ela rolou bastante nas rádio", comenta.

Visão Feminina
Para a vocalista Bia Barbieri, a voz feminina é sempre um diferencial nas bandas, “inclusive pelo fato de serem poucas no mercado rio-grandino”. Ela acredita que pelo fato de serem mulheres, a responsabilidade e a pressão se tornam maiores e comenta o motivo:

Foto: Bruno Kairalla

- No palco vejo que muitas pessoas ficam com aquela expectativa, esperando que eu comece a cantar para então avaliar se “ela” realmente canta”. E comenta o convite que recebeu para integrar o grupo:

- Minha integração na Vmax foi fácil, primeiro porque já tive outras bandas e segundo porque o convite partiu do meu marido - Jener Porto -, que também é vocalista da banda. E os outros guris, além de serem excelentes músicos, são gente finíssima. Então, ficou muito tranquilo -, evidencia.

Foto: Divulgação

Advogada, mãe da pequena Bruna de sete anos e do jovem Jener Junior de 14, para Bia, “ser mulher é viver essa versatilidade que só nós conseguimos".

- Fazemos um esforço fenomenal para ser uma boa mãe, boa profissional, boa dona de casa, boa esposa, boa motorista e ainda tem que sobrar um tempinho pra cuidar da gente, do visual -, acrescenta. No 5º Mulheres Fazem Arte, a Vmax presentou o público com um repertório feminino, com as canções, Mercy (Duffy), Rehab (Amy Winehouse) e Move Over (Janis Joplin).

Foto: Divulgação
DADOS



- 5 Integrantes: Bia Barbieri (vocal), Jener Porto (vocal), Marcos T. (bateria), Cesar Lima (baixo), Leo Nunes (guitarra).

- Influências: Whitesnake, Pink Floyd, Deep Purple, Peter Frampton, Jimi Hendrix, RHCP, Foo Fighters, clássicos do Blues, alguns nomes do Rock Gaúcho, "among many others".

- Contato: (53) 8423-4602.

- E-mail: arquivosdabanda@yahoo.com.br



6. Tracy Lords – “Banda pop rock de vanguarda

Foto: Divulgação

A Banda
O som é inconfundível e a sintonia do grupo é estimulante. A combinação perfeita entre identidade e a sonoridade. Há 16 anos, a Tracy Lords mantém acesa no mercado a tradição de combinar as diferentes sonoridades dançantes típica dos anos 80, década marcada pela explosão do rock inglês, prato cheio para quem viveu aquela época marcada por mudanças no comportamento e revoluções culturais.

Foto: Bruno Kairalla

- Somos uma banda de pop rock de vanguarda, que toca músicas esquecidas do passado. Por ser uma banda cover, temos uma direção a tomar; não tocamos nada nacional -, argumenta Carioca. Veja vídeo de apresentação do grupo no programa Musiurg da Furg TV:



Visão Feminina
Foto: Divulgação

Bióloga apaixonada, Milene Cacciamani, 30 anos, é a única mulher na formação da Tracy Lords e nela está inserida há oito anos. Para quem observa hoje o desempenho da vocalista pelos palcos, jamais imaginaria que no começo ela fosse uma menina tímida, incapaz de soltar a voz.

Foto: Divulgação

Mesmo assim, dentro da Escola Juvenal Miller, onde teve toda a sua formação, conheceu a regente do coral, a professora Giovana Suita.

- Ensaiava com o coral, mas não me apresentava. Era muito tímida. Quando o Carioca me convidou para a Tracy levei seis meses para aceitar. No início cantei duas músicas, depois aumentou para dez e assim foi - , recorda.

Foto: Divulgação

Ela confessa que como educadora do Ensino Médio, onde dá aulas para o Juvenal e o Colégio Albert Einstein, e já há dez anos nos cursinhos pré-vestibulares, foi obrigada a vencer o medo de encarar o público. Hoje, ela se sente a vontade em meio aos músicos e demais profissionais da cidade.

Fotos: Divulgação

Sobre ser a única mulher do grupo, Milene diz que para eles, ela é um “amigo”.

- Temos uma relação de irmãos mesmo. Formou-se uma turma bacana, com uma energia muito legal. Os ensaios são divertidos, saímos aos finais de semana para jantar, um vai sempre a casa do outro. É uma relação não só profissional, mas de amizade, familiar -, avalia.

Fotos: Divulgação

Voltada para ecologia, na área da pesquisa, Milene planeja iniciar uma pós-graduação e com os trabalhos que fez para o mestrado, dará início ao seu doutorado.

E se ela quer dará continuidade as duas profissões?

- Com certeza. A música é minha diversão. Não vou a festas. Só saio de casa para ver uma banda ou quando a gente vai tocar. Saio em função da música. Na noite sou uma pessoa super discreta, mas quando subo no palco me sinto uma pessoa livre, pronta para me manifestar de várias formas -, pontua. - Fiquei muito feliz com a entrada dela. Hoje, é ela quem comanda o repertório, o comportamento, e tudo o que vamos fazer -, evidencia Carioca.

DADOS

Fotos: Divulgação

- 5 Integrantes: Milene Cacciamani (voz & violão), Rafael Aruh (bateria), Carioca Feitosa (contrabaixo), Alex Brandão (guitarrra), Marcus Guimarães (teclado).

- Influências: New Order, Roxette, Madonna, Prince, Cindy Lauper, Blondie, Talking Heads, Depeche Mode, Divinyls, Sheryl Crow, Dee Lite, EMF, Cranberries, Bangles, Alanis Morissette, entre outros.

- Contatos: (53) 9979-7855 ou 3232-8376 [Rafael Aruh]

- E-mail: cariocafeitosa@bol.com.br

- Acesse: www.cariocafeitosa.blogspot.com