27 de fevereiro de 2010

Muito barulho por nada

Por: Ju Blasina

Ju Blasina

Ah, férias: tempo de diversão e descanso... E arrumar os armários, o jardim, os sapatos... Todas as pequenas obras, os pequenos detalhes que o tempo nunca nos permite pôr em dia. E assim, lá se vai a oportunidade de recarregar as energias para suportar os duros dias que procedem ao tão merecido — e mal aproveitado — descanso.

É irônico que se faça mais planos para as férias do que para os outros nove ou onze meses do ano — levando em consideração que o tamanho das férias, para quem as tem, é variável, apesar de passar na velocidade de um piscar de olhos.

E mais irônico ainda é o fato de nos sentimos mal por não atingir a meta estabelecida. Isso porque há um preconceito social em relação ao acordar tarde, ao passar o dia no sofá, ao simples e singelo relaxar. Preconceito esse que nos torna culpados quando não fazemos o tempo render como deveria, quando nos permitimos um pouco mais de sossego do que o normal, quando atribuímos ao tempo vago sua função primordial: a de ser vago!

Não fazer nada é algo fácil, pois implica em fazer algo, mas experimente fazer absolutamente nada durante um dia sequer. Não se engane, é uma tarefa muito mais difícil do que se supõe. E para ser bem sucedida requer corpo e mente em harmonia e dedicação integral. Fazer nada corresponde a um intervalo no corre-corre do dia-a-dia — onde até as palavras parecem ter pressa.

É como se o tempo fosse um adversário a ser vencido, um inimigo silencioso que tenta nos roubar aquilo que temos de mais precioso, um obstáculo ao qual precisamos contornar. E a ânsia por tal confronto acaba consumindo os melhores momentos ao tornar o relógio uma ameaça constante, um placar que exibe o avançar do inimigo, vez ou outra soando alto seu progressivo sucesso, como se por meio de badaladas gargalhasse nosso aparente fracasso — sorte que as aparências enganem!

Enquanto não pudermos passar um bom tempo desplugados do tic-tac imaginário, não compreenderemos que tempo gasto em coisas boas — não necessariamente educativas ou construtivas — é tempo ganho, pois nenhum tempo bem aproveitado é perdido. E por bem aproveitado entende-se aquilo que melhor satisfaça a cada um, seja o que for, sem que aja a necessidade do consentimento alheio.

Quando fizermos do tempo um aliado, aprenderemos que a velocidade com que ele passa pode se tornar relativa, pois mesmo um breve instante recém-passado pode se tornar eterno às memórias. E assim, o que é bom deixa de durar pouco e o que não é tão bom, pode-se simplesmente deixar passar, ir e se esvair com a efemeridade do tempo ao qual chamamos presente.

Tendências para o inverno 2010

IMG_7220 Tendências para o inverno 2010 - Estilista Maria Zeli

A especialista Maria Zeli comenta sobre as tendências para o inverno 2010, e destaca modelos, cores, tecidos, entre outras informações que prometem fazer deste inverno um luxo.

Segundo ela, a modelagem tradicional está presente não só nos ambientes de trabalho, mas também nas noites das grandes capitais brasileiras. Vai ser freqüente ver jovens usando tailleurs.

Os brilhos também estarão em voga, os tacheados de metal e uma modelagem de volta ao glamour de 1980 serão fontes de referência para a moda da estação.

IMG_7177 Tendências para o inverno 2010 - Estilista Maria Zeli

 

Os acabamentos terão como características os metalizados, branqueados, desbotados, estampados, engomados, fluorescentes...

O vestido será uma peça-chave neste inverno, de preferência com tecidos acetinados ou brilhantes. O paetê continuará marcando presença como um enfeite prioritário.

O couro, a jaqueta perfecto, a cor preta e os zíperes como detalhes serão ícones.

IMG_7222 Tendências para o inverno 2010 - Estilista Maria Zeli

As cores, iniciando no marrom e passando pelo ferrugem, amarelo queimado, amarelo claro, bege e nude também ganharão destaque. Para complementar podemos citar ainda: do azul cobalto ao lavanda, verde em vários tons, do cinza claro ao grafite e do vinho e uva ao rosé.

E nem só de preto e tecidos vive o inverno – as malhas estarão muito presentes assim como o tricô e o crochê, fazendo um jogo de misturas fáceis de usar unindo seda com algodão (fibra natural).

Na malha retilínea, aparecerão longas mantas, casacos e pulls presentes com desenhos variados e canelados volumosos, lindos com acessórios em metal. As proporções serão ampliadas em todo o modelo, principalmente nas golas.

Para temperaturas mais amenas, é pode-se apostar nos cardigans leves. As modelagens serão elaboradas para dar um glamour, inclusive ao dia-a-dia, aproveitando o efeito fluído que as malhas leves têm. Os materiais paetizados e aplicações de cristal são detalhes importantes nessas malhas.

O que dizer do jeans? Lavagens ácidas, recortes, aplicações em alta, mistura de materiais e efeitos manchados para o inverno. O jeans conquista cada vez mais espaço nas coleções de grifes sofisticadas: Louis Vuitton, Chanel, Ralph Lauren e Dolce & Gabbana. Ele pode ser usado em peças descontraídas do streetwear e até em cortes de alfaiataria.

As colorações azul intenso, cinza e preto estarão presentes na próxima estação e as lavagens especiais permitem personalizar as peças. Calças com modelagens amplas e as opostas - justíssimas - serão também fortes opções.

Para a moda jovem, flexibilidade e urbanidade com associações ligadas à música e à rebeldia: punk, rock, rave e grunge.

Nesta volta às tendências da década de 80 temos também os ombros marcados, sutis ou não.

estilista maria zeli

Maria Zeli é estilista, consultora de moda e diretora da Maison Maria Zeli

Aplausos para uma guerreira


Ainda falta uma semana, mas o Mulher Interativa antecipa a celebração de mais um Dia Internacional da Mulher, brindando seus leitores com uma história no mínimo marcante e muito especial. A trajetória de Neiva inaugura com chave de ouro as reportagens especiais e as novidades que o Mulher apresenta no decorrer desse próximo mês. 


Parece história de novela, mas não é. No mínimo, inspiraria qualquer autor de folhetim. Também renderia uma bela história para ser exibida no “Lar Doce Lar”, do programa Caldeirão do Huck.

A trajetória desta família prova que na vida sempre há lugar a quem por ela luta dia após dia. Por tudo o que já viveu - e ainda vive, Neiva Marilaine Rohde Martins, mesmo só com 44 anos, merece as condecorações de uma guerreira.


Escrito por Bruno Zanini Kairalla
- Fotos-reportagem: Bruno Kairalla
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Editora: Rosane Leiria Ávila

Natural de Três Passos (RS), Neiva chegou com a família em Rio Grande quando tinha apenas 12 anos. A terceira de um total de quatro irmãos, veio para acompanhar seu pai que, na época desempregado, conseguiu trabalho numa das antigas firmas portuárias da cidade.


Atrasada nos estudos, aos 14 anos, não tinha material suficiente para usar na escola. Foi então que decidiu trabalhar. Indicada pelos irmãos, empregou-se na fábrica de peixes, Pescal.

Aos 17, começou a trabalhar como emprega doméstica em casas de família e, um ano depois, enfrentou a internação e, logo após, o falecimento de seu pai.

Próximo de seus 21, apaixonou-se por um jovem de 17 anos. Engravidou. Insegura por todo o contexto da situação, escondeu a barriga enquanto pôde. Quando decidiu contar foi como bem previa: “a criança ou eu”. “A criança é minha”, respondeu ela, sem nem pestanejar.


Durante os últimos meses de gestação parou de trabalhar. Quando seu filho, Jessé Rohde completou seis meses, enfrentou uma série de dificuldades que a levaram pedir ajuda para um de seus irmãos.

Nesse mesmo período, trabalhou para um estancieiro, limpando com fortes produtos químicos, as crinas de cavalos. Por conta disso, deixava seu filho sob os cuidados da família, que não se mostrava nem um pouco disposta.



Enquanto pôde, Neiva aturou as queixas, as intrigas e reclamações. “Minha cunhada não me queria lá dentro. Deixava claro isto. Sumiam as coisas de dentro de casa e ela dava a entender que eu estava vendendo o que era deles”, recorda. 

Incomodada, sentindo que estava perturbando na casa do irmão, Neiva não parou para pensar. Juntou o pouco que tinha, pegou o filho com ainda meses de vida e foi para debaixo dos eucaliptos da Assis Brasil. Vivendo ao relento durante os dias e as noites, enfrentando sol e chuva, por ali residiu durante intermináveis seis meses.

Eucaliptos

No abrigo, Neiva dividia seu espaço e também as noites com viciados em todos os tipos de entorpecentes, inclusive, traficantes. “Para ser bem sincera, quem mais me dava força era esse pessoal. Uns me davam o que comer, enquanto outros arrumavam uns plásticos, panos e caixas para poder colocar as minhas coisas”, conta.



A água, ela conseguia com moradores, nos arredores. Um deles, seu Antônio, guarda do local e que não sabia onde era o seu refúgio, lhe conseguia o leite para dar de alimento ao filho.

“Durante o dia, eu tapava todas as minhas coisas com um pano e pedras por cima e saía com o meu filho para caminhar. Voltava para os eucaliptos só para dormir, à noite. Foi uma das fases mais difíceis que enfrentei”, lembra. E ela ainda não sabia ainda que Jessé foi acometido por uma grave doença no dia de seu nascimento.


Para sair da situação em que se encontrava, Neiva contou com a ajuda especial de um antigo vizinho, o seu Tito, que na época tinha 78 anos. “Ele conseguiu uma casa bem modesta e simples, na Henrique Pancada, que tinha apenas uma peça e uma patente”, acrescenta. No local, Neiva ficou por quase dois anos. Saiu porque mais uma vez sentiu que estava “estorvando” alguém.

“Ele penhorava a carteira dele numa venda para poder comprar leite para o meu filho. Ele recebia apenas um salário. Aquilo me chocava”, lamenta. Neiva comentou com uma amiga que tinha necessidade de se sentir útil e que gostaria de poder morar e trabalhar para alguém. A amiga indicou. E é neste ponto que entra outra personagem dessa história.



Há 19 anos, Neiva viu pela primeira vez Paulo Luiz Martins, hoje com 60. Na época, Paulo morava e trabalhava na região do Taim e precisava de alguém que cuidasse de sua filha pequena. Neiva foi morar com Paulo. A ex-mulher de Paulo soube da existência de Neiva, e proibiu a filha de morar com o pai.



“Quando soube disso, fiquei desesperada, pensei que ia voltar à estaca zero de novo”, temeu ela na época, que ainda não via Paulo como o homem da sua vida. “Na verdade, nem pensava nisso. Estava tão traumatizada com tudo o que aconteceu no meu primeiro relacionamento que eu não queria passar por nada daquilo de novo”, expressa ela.

“Ela também não era o meu tipo de mulher. Mas, depois de um tempo, chegou um momento em que sentamos e conversamos. Disse a ela que, ao menos, tínhamos que tentar para ver se daria certo e até hoje estou esperando essa resposta dela”, brinca seu Paulo.


Na verdade, a resposta dessa tentativa chegou dois anos depois, com o nascimento de Jéssica Marisa, hoje com 15 anos. Um pouco antes, Neiva percebeu que algo estranho acometia o filho, Jessé.


“Desde que ele nasceu, ele chorava muito, mas não era visível o problema. Só depois, o médico explicou que houve complicações durante o nascimento e que ele tinha paralisia cerebral. A princípio, Jessé não tinha movimento e coordenação nos braços e nas pernas...


....Com o tratamento, revertemos essa situação, mas a fala está até hoje comprometida. Do Taim, saía com ele nos braços, caminhava quatro quilômetros para chegar na faixa, pegar o ônibus e vir para Rio Grande fazer apenas 20 minutos de fisioterapia”, explana.


Jéssica, filha do casal, também passa por tratamento, depois que foi diagnosticada dislexia (incapacidade do aprendizado). Hoje, Jéssica comemora o reinício das aulas, agora na 6ª série.

Novas barreiras
Após o nascimento de Jéssica, as adversidades retornariam a bater na porta do casal. “Paulo foi demitido e tivemos que voltar sem nada, com uma mão na frente e outra atrás, sem casa, sem nada”, recorda Neiva. Na época, a única renda que eles contavam era com os R$ 140,00 que Jessé recebia do governo para manter o tratamento.


“Cem reais pagava o aluguel da casa em que estávamos e, com os outros 40, a gente se alimentava. Paulo não conseguia serviço em lugar nenhum e começou a ir para o Parque Marinha bater de casa em casa para pedir alimentos”, relata Neiva.

Por uma cunhada da irmã de Neiva, o casal soube de um terreno quando o bairro Cidade de Águeda, ainda era todo tomado por morros de areia e nem era conhecido por esse nome. Há 13 anos nesta localidade, eles foram uns dos primeiros moradores.


A casa, toda em madeira localizada aos fundos, eles apelidaram carinhosamente de “nosso chalezinho”. Na área da frente, e sem nunca terem lidado com construção, os dois são responsáveis por, com o próprio suor, levantar cada tijolo, numa obra de seis peças que, infelizmente, ainda não conta com prazo garantido de conclusão.


“Tivemos que parar um pouco, pois a saúde de Paulo está debilitada. Ele sofre de diabete e também possui problemas no coração”, explica Neiva. Efetivamente, o terreno ainda não está regularizado e não está no nome deles.


Entretanto, no local, eles pagam água, luz e telefone. “Esse é o pedacinho que nós conseguimos, que Deus nos deu e é aqui que nós vamos ficar”, diz Neiva, cujo maior sonho é ver um dia a casa construída e mobiliada. Seguidores da Igreja Adventista, os dois estão casados há 10 anos.

Tigrão


Figurinhas para lá de carimbadas, os dois seguem a profissão que teve início há cinco anos. Na verdade, tudo começou com Paulo. Ele é quem tomou a iniciativa de ser um dos guardadores de carro na frente de uma das festas mais tradicionais da cidade, o bar Tigrão.

Neiva entrou nessa por acaso, quando Paulo ficou hospitalizado por alguns dias. “Dependíamos disso. É o nosso sustento e de onde retiramos o nosso alimento. Não podíamos ficar sem trabalhar. Foi aí que, durante o dia, passava com ele no hospital, cuidava das crianças e, a noite, comecei a substituí-lo no Tigrão”, comenta.

Depois que deixou o hospital, em fevereiro de 2007, Paulo, ao voltar para o trabalho, apenas ouviu: “Eu vou junto. Da porta pra cá é o meu lado, da porta para o outro lado é o teu”, impôs Neiva ao marido. Sobre a “profissão”, Neiva diz que tomou gosto.


“Gosto demais do que faço. Se tornou algo prazeroso”, explica. Dos piores problemas que enfrentam durante a noite, os furtos não configuram o primeiro lugar da lista. “Esses são fáceis de notar e evitar”, fala. O pior, na visão dos dois, é ter que aturar a vingança com as brigas conjugais.

“O que mais acontece é ex-mulher ou ex-marido querer se vingar e estragar o carro do ex-companheiro. Quebram sinaleiras, vidros, arranham, furam pneu, fazem de tudo. Às vezes, não tem nem como evitar e, em outras, nem notamos de tão rápido ou escondido que fazem”, relatam.

“E o pior é que para os donos a gente ainda leva a culpa”, dizem. Mas também já passaram por bons apertos, como em outubro do ano passado, em que Paulo teve uma arma apontada para a sua cabeça. “Levaram o pouco que tínhamos feito durante a noite. Sobraram só as moedas. Mas ainda bem que com os carros não fizeram nada”, comenta Paulo.


Fora isso, os dois se divertem com os bêbados da noite, riem dos porres alheios e até tentam evitar quando ocorrem brigas. Alta, forte e de origem alemã, Neiva concorda que suas atribuições ajudam na hora de manter o respeito. Mas, mesmo assim, muitas vezes tem que ouvir as piadinhas e até recusar propostas indecentes. “Por outro lado, muitos se tornam fregueses e até amigos, que saem das festas e param para conversar conosco”, discorre.

Inverno ou verão, na cidade ou no Cassino, os dois estão sempre por lá e comentam que juntos, durante uma noite, a média dos ganhos varia entre R$ 50 ou 70 reais. Sobre quem consegue um desempenho melhor durante a noite, a proeza é de Neiva. “Eu consigo tirar R$ 50, quase sempre. Já Paulo tem noites que consegue só R$ 10”, aponta.

O retorno


No final da entrevista, convidamos dona Neiva e sua família para ir conosco até o local em que ficou por meses ao relento. Ao chegarmos lá, ela e o filho, Jessé, saem na frente. Com passos firmes e sem se equivocar, Neiva percorre a trilha e segue em direção ao eucalipto principal que lhe ofereceu estrutura e suporte.


Assim que chega nele, toca-o, fica pensativa, como se estivesse visitando ou visualizando todas as suas velhas lembranças. Depois de alguns minutos, quebra o silêncio:

- Nunca mais vim até aqui. Quando passava por essa região, nem olhava. Tinha muito medo de um dia ter que precisar voltar para cá. Confesso que pensei até em me matar e só não fiz isso por causa do meu filho, que foi a minha segurança, a minha razão de vida -, pontua ela.


Por fim, emocionada, Neiva narra as angústias e os momentos de desespero pelo qual passou. “Rezava muito. Pedia para Deus cuidar de mim e dar-me forças para zelar pelo meu filho”, conclui ela, ao se abraçar em Jessé, com as pernas bambas e trêmulas.


Paulo, conhecedor de todas as fases de sua mulher, ao visitar o local pela primeira vez, fica impressionado. “Só imaginava a cena, mas nunca tinha visto o local. Realmente, ela foi uma guerreira”, finaliza.

20 de fevereiro de 2010

Sol e sombra

sol e sombra

O dia estava já estava escaldante pela metade da manhã. As sombras nas calçadas tentavam se esconder do sol. Uma mulher clara, de pele alvíssima, e uma menina caminhavam tentando se proteger nas riscas sem luz solar que ainda restavam no passeio.

Ela tinha um lenço nas mãos que de quando em vez levava às costas, em pequenas e suaves batidas. Atrás, a poucos passos das duas, o fato chamou a atenção de outra mulher, que ao alcançar a dupla comentou:

- Calorão, não? Só mesmo se abanando para driblar.

A mulher olhou para outra dividida entre a surpresa da abordagem e o próprio comentário em si. Talvez até mesmo pelos dois...

- Não é para me abanar, senhora. É para aliviar o incômodo e a dor, respondeu.

A interpelante reparou, então, nas enormes bolhas em suas costas. Sentiu-se condoída, mas também curiosa.

- O que lhe aconteceu? Queimadura pelo sol?, perguntou.

- Não, respondeu-lhe a mulher. É uma doença e estou vindo da igreja onde fui levar a receita para o pároco me ajudar com os remédios. Mas ele disse que não tinha dízimo e que eu voltasse na próxima semana...

A mulher se espantou. Como isso poderia ser possível? Embora não fosse médica, enfermeira ou trabalhasse na área da saúde, intuía que as lesões eram sérias. E que poderiam vir a se tornar mais sérias ainda. Decididamente, esperar uma semana era algo impensável.

Pediu a receita e com ela em mãos atravessou a rua em direção a uma farmácia. A poucos passos dela, a mulher e a menina a seguiram.

À atendente no balcão solicitou um orçamento das medicações. Começou a se sentir nervosa, pois também não tinha muitos recursos no momento. Na verdade, tinha na carteira apenas o suficiente para a sua manutenção naquele dia – transporte e alimentação.

- São R$ 22,50, disse-lhe a atendente. Ela apertou os lábios, apreensiva. Tudo o que tinha eram R$25. Olhou para a mulher e viu em seus olhos a humildade com que ela lhe agradeceria, mesmo que não comprasse os remédios.

- Vou levar, disse.

A mulher quase não acreditou e enfileirou palavras de agradecimento.

Por seu lado, ela pensava em como lidaria com o problema que agora criara para ela. Estava sem cartões ou cheques. Bem, pelo menos tinha dinheiro para chegar em casa, pensou.

- Posso fazer algo mais pela senhora? – perguntou já na porta da farmácia, despedindo-se delas.

- Por mim, não. Nem tenho palavras pra lhe agradecer. Mas minha filha está se queixando de sede há horas, e nós saímos muito cedo de casa e estamos caminhando há muito tempo.

A mulher reparou na menina. Loira, olhos enormes e azuis, rosto angelical e cabelos encaracolados. Meiga, linda e como a mãe, humilde nas vestes e nas atitudes, como se quisesse que o mundo não reparasse nela. Imaginou – ou falou em voz alta -, que ela deveria ter por volta de 8 anos.

- Tem 10, assegurou-lhe a mulher.

Bem como ela imaginava. Subnutrida... Comprou uma garrafa de água mineral e estendeu à menina, que murmurou vários agradecimentos.

Despediu-se e saiu caminhando pelo sol que já tomava toda a rua. Ela agora tinha um problema maior, pois seus últimos R$2,5 que lhe pagariam o custo do transporte usara para pagar a água.

Respirou fundo. Olhou para o céu de um azul profundo e pensou em como estava se sentindo maravilhosamente bem. Muito melhor do que antes, quando ainda tinha os R$ 25. Pensou em Deus e agradeceu por ser ela a estender a mão a alguém.

Virou a esquina, caminho alguns passos e escutou chamarem seu nome. Um carro parou no meio-fio e ela reconheceu a colega de trabalho.

Entre, Teresa. Vou lhe dar uma carona, pois estou indo para o lado onde você mora... E, olha... Eu estava querendo comprar biscuits para dar de presente a uma amiga que faz aniversário no sábado. Você tem algum?

Ela, nas poucas horas vagas, e às vezes, madrugada a dentro, trabalhava com artesanato para aumentar sua renda.

Tenho, respondeu. Entrou no carro e agradeceu mais uma vez a Deus. Seu dia estava duplamente premiado.

Por| Rosane Leiria Ávila

http://palavras-versus-palavras.blogspot.com/

Desapego

impermanencia - castelo de areia Copacabana-2

As palavras mudam seu sentido ao longo do tempo, isto é natural e necessário. Os significados se modificam acompanhando as transformações da dinâmica da vida. Um exemplo disto é o termo desapego ou mais precisamente a expressão “ser desapegado”. Noutras eras, tinha uma conotação um tanto pejorativa, pois andava de braços dados com a idéia de desamor, descaso, frieza afetiva, irresponsabilidade. Era uma época em que a vida estava envolta na ilusão de permanência, tudo parecia ser feito para durar eternamente: dos pisos e móveis de madeira de lei, que ornavam as casas por várias gerações, aos vínculos afetivos e familiares. Passava-se a existência toda morando num mesmo lugar, convivendo com a mesma roda de amigos, frequentando familiares, ganhando o pão nosso de cada dia no mesmo emprego. Tudo era mais ou menos fixo e determinado, sem que a situação gerasse qualquer forma de frustração ou conflito. Cumpria-se o destino traçado pela geografia do nascimento ou pela tradição da família. A vida era quase estática. O dia a dia andava a passos lentos, com direito a conversas nas calçadas e convívio permanente com toda a família. Sair de seu pago representava um quase exílio, com direito a saudade e recepções calorosas a cada retorno, ainda que o destino fosse uma cidade vizinha. Mudar de emprego ou romper com o casamento era coisa dos desatinados.

Quem decidia rumar para outras terras ou se envolvia em mudanças muito constantes, se desfazendo de suas coisas e seus vínculos, era pejorativamente considerado “desapegado”. Talvez lhe faltasse amor aos vínculos ou não preservasse a importância daquilo que era então sagrado. Desfazer laços de convívio, desapegar-se, era uma atitude de gente desatinada e aventureira – expressão que também tinha um sentido muito negativo, pois a palavra aventura andava junto com a idéia de algum romance inconsequente e não com esportes ou viagens.

Virando páginas do livro da vida, nos deparamos hoje com outros sentidos para o termo desapegado. São desapegados os ambiciosos, arrojados e “descolados”, que varam o mundo para viver aventuras ou na ilusão de encontrar fortuna ou fama. Não tem apego a família, a cidade natal, aos amigos, pois querem para si o mundo. Porém são mais genuinamente desapegados aqueles que prescindem do conforto físico e dos artigos de luxo ou conforto, devotando a existência a um sentido mais transcendente e espiritualizado.

A atitude de desapego parece muito coerente e bem ajustada aos tempos presentes, nos quais o que menos se tem é permanência, estabilidade, segurança e garantia. Sofremos constantes sobressaltos climáticos, com direito a chuvas, trovoadas, raios, enchentes e mais outros espetáculos da força da natureza, diante dos quais se revela o tamanho de nossa impotência. Temos nossas vidas atravessadas e controlados por sistemas virtuais, intangíveis aos olhos e aos dedos. Este é um mundo impermanente, regido por senhas e computadores, nos quais depositamos os arquivos de fotos de nossos bons momentos e uma série de documentos que pretendemos preservar. Nossa segurança, entretanto, dura o incerto tempo em que as coisas funcionam. A qualquer momento surge uma pane e desaparece para sempre o que nos parecia tão importante e fundamental. Não é preciso perder a casa para se sentir meio sem chão, é suficiente perder tudo o que se tem por guardado no universo do computador pessoal, para se descobrir meio sem norte, meio órfão de pai e mãe.

Portanto, independente de filosofia ou de nossas condições de vida, precisamos – todos, absolutamente todos – desenvolver o desapego e aceitar perdas. Podemos cuidar, zelar pelo que temos afetiva e materialmente e também por nossa saúde, vitalidade, mas tudo isto é transitório como nossa existência. Cedo ou tarde, voluntária ou involuntariamente, aprenderemos o valor do desapego e é melhor, bem melhor, que seja um aprendizado guiado por vontade própria e não talhado pelas penas de duras experiências.

Por: Silvia Lúcia, psicóloga

Andréa Meirelles: Uma artista ao encontro do momento e de suas linguagens

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Cada vez mais os rio-grandinos ocupam um espaço no cenário artístico do Estado e, inclusive, do Brasil. Andréa Meirelles, 34 anos, é um exemplo que estampa bem essa valorização da arte originada na cidade mais antiga do Rio Grande do Sul.

Há 16 anos, ela se dedica à profissão de atriz.

Há quatro anos, ela mora em Florianópolis, onde integra o O’Gia Grupo de Teatro, diretamente vinculado ao projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro” da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Na peça além de atuar, Andréa também assina o desenho dos figurinos. E no mês que vem ela deve gravar seu CD junto com dois amigos músicos. Nove canções já foram finalizadas.Como uma artista completa, que interpreta, canta e dança, Andréa revela que seu maior desejo é ter sempre inspiração. “Sem isso não se consegue nada. Vivo o momento, cada dia. Realizo-me desta forma. Está dando tudo certo”, finalizou.

Reportagem: LORENA GARIBALDI

Fotos: divulgação

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Você sabe usar filtro solar?

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Com tanta propaganda e informação, será que estamos usando o protetor solar da maneira certa?

Primeiro, é preciso ficar atento à qualidade e procedência do produto escolhido. Como já foi dito, a indicação de contém FPS virou moda, mas nem tudo é o que parece.

Segundo a Food and Drug Administration (FDA), para conquistar uma boa proteção no rosto, deve-se usar dois miligramas de protetor solar para cada dois centímetros de pele, e reaplicá-lo a cada duas horas.

Um adulto de estatura média e peso de 70 quilos, por exemplo, deve usar de 30 a 40mg. Já uma mulher, de estatura média, 30mg de protetor solar, é suficiente; em outras palavras, essa quantidade na forma caseira corresponde a duas colheres de sopa.
No corpo, é necessário cerca de três colheres de sopa, contanto que a aplicação seja em um período de 30 minutos antes da exposição ao sol, pois esse é o tempo médio que o filtro solar necessita para agir na pele.

 

cabelos

Para proteger os cabelos, usar hidratantes, se possível com protetor solar, além de chapéus que ajudam a bloquear a exposição dos fios, mesmo em dias nublados, pois os raios ultravioletas atravessam as nuvens e, com temperaturas mais amenas, ficamos mais tempo expostos sem perceber.

Sucos energéticos garantem energia no verão

Os sucos – principalmente os energéticos com opções de mistura de frutas, verduras e folhas verdes - são ideais para aguentar o pique de dias mais agitados. Além de darem mais energia, ainda contribuem para manter a boa forma e ajudam a dar aquela refrescada nos dias mais quentes.

sucos-energeticos

Eles são reidratantes, revigorantes, além de serem ricos em sais minerais – como potássio, sódio, cálcio, zinco, magnésio, fósforo, etc – e em vitaminas, como A, B, C, betacaroteno, etc – e fibras, que ajudam no bom funcionamento do intestino..

12 de fevereiro de 2010

A CORTE da FOLIA e do SAMBA



Reportagem e fotos: Bruno Zanini Kairalla
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com


A cada ano elas aparecem quando soam os primeiros sinais do samba papareia. Antes de eleitas, são avaliadas, criteriosamente observadas e escolhidas. E caso ainda ninguém tenha se dado conta, elas representam não só um período festivo, mas a própria figura da beleza e do charme feminino rio-grandino.


Afinal, quem melhor para representar a festa mais sensual do planeta do que as tituladas que fazem jus a folia carnavalesca? Além de simpatia e desenvoltura, é preciso ter muito samba no pé. E isso, elas provam que dominam!


De nova no grupo, só mesmo a segunda princesa, Vanessa Gregório. Pela primeira vez lidando com os holofotes, ela aguarda com expectativa o momento de entrar na avenida. E apesar das outras duas representantes repetirem a parceria de uma dobradinha – assim como neste ano, em 2008, Ana Maria também foi rainha e Tatiane dos Santos a primeira princesa – todas as três são para lá de experientes, pois vivenciam e carregam o samba no pé de longa data.


Além da dobradinha de 2008, Ana Maria e Tatiane já representaram uma mesma faixa. Em 2006, Tatiane foi eleita a Mais Bela Negra da cidade. Um ano depois, entregou o título para a atual Rainha da Corte Municipal. Vanessa fala que além de conhecer Ana, também já conhecia de vista Tatiane.

A ‘novata’ da Corte acrescenta que quando surge alguma duvida, recorre sempre as suas colegas, que pela experiência passada lhe servem como uma referência. De tudo, Ana só lamenta o triste falecimento de Fausto Oliveira, que como Rei Momo, sempre acompanhava a corte para todos os lados.


“Ele era muito engraçado. A gente ria demais com ele. Mas, o pai da Tati também é divertido. Será muito bom viver cada momento desses próximos dias de folia”, prometem as tituladas.

A CORTE DA FOLIA PAPAREIA


As três são rio-grandinas, trabalham no comércio local e adoram dançar. Estão na faixa dos 21 e 22 anos, possuem diversas aspirações profissionais. Dominam as passarelas, pois vivem o carnaval há muito tempo. 

São vaidosas, gostam de futebol e garantem que serão futuras vovós da folia. Abaixo, conheça um pouco mais das três mulheres que vão esbanjar energia e muita saúde na passarela do Centro Municipal de Eventos, a partir deste sábado.

Uma vez rainha, sempre...


Em 2008, ela já tinha provado a todos que era a rainha do samba. Mesmo assim, decidiu se inscrever neste ano e levou novamente o título de Rainha da Corte do Carnaval 2010. E olha que ela confessa que bem diferente da outra vez, neste ano nem estava assim tão “empolgada”.

A única diferença é que desta vez ela representa o bloco do Miko ao invés de A Grande Família. Para participar do concurso, Ana Maria Amaral Pereira, teve apenas uma semana para aprontar a fantasia. “Foi tudo corrido. Fui com uma amiga nos ensaios do bloco no Parque Marinha e me convidaram para concorrer ao título. Pensei, vi quem eram as meninas, concorri e ganhei. Aí tive que me empolgar, né?”, declara ela, que por perceber as adversárias mais fortes neste ano, pensou que ficaria apenas com o título de 2ª princesa.



Com a experiência de 2008 – da qual comenta que ao fim quase não sentia mais as suas pernas - Ana afirma que a partir deste sábado fará ainda mais jus a coroa. “Vou tentar sambar muito mais. Agora, conheço mais pessoas e quero fazer mais bonito”, aponta.

Rainha de outras escolas de samba no passado, como Império Serrano, Capivara, musa do Nós de Casa, só para enumerar algumas, Ana diz que guarda suas faixas num canto especial de casa e que o fato de vencer esses concursos já a motivou ao ponto de enviar um DVD seu para o programa Big Brother Brasil.




Tinha 14 anos quando saiu pela primeira vez como passista numa escola. “Lembro que saí na Ala do Fogo, uma fantasia linda, quando os desfiles eram todos concentrados na rua Marechal Floriano”, recorda ela.

A principal diferença daquele tempo, ela avalia: “A timidez. Morria de vergonha se me deparava com algum conhecido. Dava meia volta. Agora, quanto mais pessoas reconheço, mais me aproximo”, destaca.


Significado de Carnaval para a Rainha? “Tempo em que todos deixam sua individualidade de lado para se unir e ser feliz. Além de rever gente que há tempos não via”, enfatiza. E se ela pensa em concorrer pela terceira vez ao título nas próximas edições? “Claro! Se Deus quiser. Mesmo velhinha, vou sair nem que seja como baiana, mas vou sair”, garante a titulada.

PERFIL


- Nome: Ana Maria Amaral Pereira
- Idade: 22 anos
- Signo: Peixes
- Formação: Magistério, em 2006
- Aspiração: “Desisti de Jornalismo, mas pretendo fazer Artes Cênicas, em Pelotas”
- Profissão: Caixa operadora do Supermercado BIG [há dois anos]
- Sonho: Participar de um desfile em alguma escola de samba do Rio de Janeiro; estudar artes cênicas; ser professora de dança profissional e constituir uma família
- Relacionamento: Noiva [há quase um ano]
- Altura: 1m73cm
- Peso: 60 quilos
- Qualidade: Comunicativa
- Defeito: Orgulho
- Uma palavra: Amizade
- Uma pessoa: Mãe
- Um medo: da Morte
- Cor: Roxo
- Música: “É Preciso Saber Viver”, Titãs
- Filme: Corrente do Bem
- Ídolo: Beyonce
- Comida: Estrogonofe
- Frase: “Nunca deixe para depois, o que pode ser feito agora”
- Beleza: “O nosso cartão de visitas”
- Lazer: Dançar muito!
- Esporte: Futebol
- Concursos que já disputou: A Mais Bela Negra (2007) e outros carnavalescos
- Inspiração carnavalesca: “Gosto do brilho do carnaval”
- Um samba: “Não deixe o samba morrer” da Alcione

Domínio que está no sangue


Por tudo o que o caderno O Peixeiro mostrou na última terça-feira, pode-se concluir que o samba está presente em sua carga genética.

Filha mais nova do líder de uma equipe de seguranças que atua em eventos no Município e que desde o dia 30 também responde pelo título de novo Rei Momo da cidade do Rio Grande, Valdemir do Amaral Vargas de Cabral (capa do último Peixeiro), Tatiane dos Santos Cabral, tem como inspiração e exemplos carnavalescos, os seus pais.




Isto porque, Valdemir e esposa desfilam como casal de passistas desde o início da década de 90 e, de certa forma, também sempre estiveram enraizados na folia. O pai de Tatiane começou no samba, por exemplo, aos 12 anos. Ela, ainda mais nova: aos cinco.

Juntos, pai, mãe e filha representaram na última década, a escola de samba tetracampeã, Unidos do Mé. E do Mé para o sambódromo rio-grandino, pai e filha - ao lado da rainha e 2ª princesa - possuem a missão de recepcionar as entidades carnavalescas e também o compromisso de disseminar toda a energia para milhares de foliões.

Pela segunda vez honrando o título de 1ª Princesa da Corte Municipal do Carnaval, Tatiane conta que se inscreveu na própria escola, Unidos do Mé, e que não houve fortes preparações para a disputa. “Apenas procurei me alimentar pouco no dia”, salienta.




“Estavam todas lindas. Mas, alguma coisa, eu achei que ia tirar, pois acho que a minha simpatia conta bastante”, aposta. Além de se considerar uma mulher simpática, Tatiane revela que também possui o importante quesito, domínio da passarela. “Aprendi esse domínio com a minha mãe”, responsabiliza.

Domínio este que foi aprimorado desde que tinha cinco anos, quando participou pela primeira vez ao lado dos pais e da irmã um ano mais velha, do bloco Renascer da Esperança, do Parque Marinha.

PERFIL


- Nome: Tatiane dos Santos Cabral
- Idade: 21 anos
- Signo: Touro
- Formação: Ensino Médio
- Profissão: Auxiliar de supermercado do Guanabara
- Sonho: Ingressar na Faculdade de Medicina para atuar como Pediatra
- Relacionamento: Namorando [há dois anos e um mês]
- Altura: 1m68cm
- Peso: 68 quilos
- Qualidade: Amiga
- Defeito: Ansiosa
- Uma palavra: Sonhos
- Uma pessoa: Minha mãe
- Um medo: da Morte
- Cor: Roxo
- Música: “Nosso Sentimento”, Sonho de Amor
- Filme: Titanic
- Ídolo: Netinho de Paula
- Comida: Lasanha
- Frase: “Correr sempre atrás dos sonhos, dos objetivos”
- Beleza: Cartão de visitas
- Lazer: Dançar e cantar
- Esporte: Futebol
- Concursos que já disputou: Mais Bela Negra (2006), Corte (2008)
- Inspiração carnavalesca: “O povão”
- Um samba: “Astrologia”, da Unidos do Mé

A Estréia de uma Princesa


Em termos de colocação, ela ficou com o 3º lugar. Entretanto, diferente de suas outras duas colegas, Vanessa Ferreira Gregório, vive sua primeira experiência de representar uma das coroas que compõem a nova Corte.

Há dois anos como integrante da Unidos da Rheingantz, Vanessa conta que neste ano em sua escola passou de 1ª Princesa à Rainha e que com o novo título foi pela Rheingantz levada a participar do concurso municipal. “Não esperava. Foi muito bom concorrer pela primeira vez e ganhar o título”, expõe.


Apesar das novas emoções, Vanessa reforça que participa dessa época de folia desde os nove anos, quando obteve, na verdade, o primeiro título mirim carnavalesco. Moradora da 4ª Secção da Barra, a 2ª Princesa recorda que quando menor tentava sambar em frente ao espelho (um hábito que mantém até hoje, quando diz que adora dançar) e era corrigida por sua mãe.




“Eu tinha cinco anos e lembro que ela falava: - Vanessa, mexe mais essa cintura”, diverte-se ela. Aos nove, foi rainha mirim do bloco Unidos da Barra. “Desde então, fui me destacando, participando de concursos. O carnaval é tudo, magia, sonho, e a liberdade de expor os mais diversos sentimentos. Posso ficar velhinha, mas o Carnaval sempre vai existir na minha vida”, pontua ela.

PERFIL

- Nome: Vanessa Ferreira Gregório
- Idade: 21 anos
- Signo: Capricórnio
- Formação: Ensino Médio
- Aspiração: Concluir o curso técnico de enfermagem para entrar na Marinha e após cursar a faculdade de Enfermagem.
- Profissão: Vendedora da loja Shanadu [há dois anos e dois meses]
- Sonho: “Oferecer uma vida mais estável para a minha família”
- Relacionamento: Solteira [há 3 meses]
- Altura: 1m67cm
- Peso: 54 quilos
- Qualidade: Perseverança
- Defeito: Insistente; teimosa
- Uma palavra: Vontade
- Uma pessoa: Mãe
- Um medo: “De não ter forças ou contar com ajuda para superar obstáculos”
- Cor: Preto
- Música: “Já Deu”, Pura Cadência
- Filme: Crepúsculo
- Ídolo: Reynaldo Gianecchini
- Comida: Feijão, arroz e couve
- Frase: “Ser o que eu sou e não ter a vergonha de ser feliz”
- Beleza: Equivale à simpatia e vaidade de cada um
- Lazer: Ler, estudar, dançar
- Esporte: Academia, corrida
- Concursos que já disputou: Só relacionados ao Carnaval
- Inspiração carnavalesca: Escola de Samba Mangueira
- Um samba: O novo samba-enredo da Rheingantz, em homenagem ao Município de São José do Norte