27 de abril de 2010

Feliz Idade - 29 de abril

>> A CAPA:
- clique na imagem e amplie


Alegria: a fonte do sorriso


Por Bruno Kairalla e Karol Ávila
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Fotos: Bruno Kairalla/Divulgação

Família reunida, jogo de futebol, matar a saudade, um dia de sol. Ela está nas pequenas coisas do nosso dia a dia.

Escondida, por trás, ou mesmo diante daqueles sorrisos mais abertos, sinceros e nos gestos mais honestos, como um piscar de olhos, um carinho no rosto, no abraço ofegante, tão cúmplices e confortantes.


A alegria é o estado de espírito capaz de transformar e colorir a vida. Ela nos renova, nos faz crianças. Um momento de motivação, que nos faz sentir vivos, que nos torna imãs das energias positivas e também disseminadores de felicidade.


Ontem, 28 de abril, foi celebrado no país, o 3º Dia Nacional da Alegria, uma iniciativa ainda recente, idealizada em caráter nobre pelo Sistema Integrado Nacional de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), que nessa data abrem suas portas e atendem grupos de crianças carentes, para que os pequenos cidadãos sejam inclusos no mundo dos parques temáticos e, é claro, na diversão garantida.


Mas e você? Já parou para pensar na importância da alegria em sua vida? Ou no que de fato gera este estado de espírito? Talvez ainda não. Seu significado pode ser encontrado de diversas formas por milhares de pessoas e os benefícios que essa sensação de prazer nos trás são fortalecedoras.


Em Rio Grande, um grupo que sabe muito bem disso é o grupo teatral Fingini, que inspirados no filme “Patch Adams - O Amor é contagioso" e "Doutores da Alegria", têm como objetivo tirar o sorriso de pessoas. Uma tarefa difícil mas realizada com muito amor e com resultados certamente muito valiosos. Confira!


“O sorriso é tudo o que queremos”


Momentos pesados, estressantes e até mesmo de muita angústia, são comuns a todos. E com toda a certeza o que mais se precisa nessas horas é de alguém que possa não só nos confortar, mas também trazer mais ânimo e motivação.

Foi pensando nisso que o grupo teatral Fingini, através do projeto de extensão intitulado Raiz do Riso, criado no final do ano passado, propõe momentos de alegria aos pacientes do Hospital Universitário (HU) da Furg e também por outras entidades carentes.

- "O sorriso é tudo que queremos. Para rir é preciso abrir a boca, mas para sorrir é preciso também abrir o coração. Visitamos locais onde as frustrações, tristezas e ansiedades então presentes o tempo todo".


- "No momento em que um paciente hospitalizado minimiza sua dor para nos dar atenção e retribui as nossas expectativas com um sorriso, um gesto de carinho como um beijo nos sentimos totalmente realizados. Saímos do local com a certeza de que fizemos o nosso melhor para o melhor do outro -, afirma a trupe que faz, também, visitas a asilos e orfanatos.

Para a idealizadora e coordenadora do grupo Fingini, Aline Gonçalves, 26 anos, a experiência mais marcante ocorreu na primeira visita do grupo ao HU, em 27 de dezembro do ano passado.

- Uma menina que estava internada se dirigiu a uma das integrantes do grupo como "Gordinha". Esta integrante fingiu que ficou magoada e fez uma expressão de tristeza. Neste momento, a menina olhou para ela e disse: "Não fica triste, eu quis dizer que tu é gordinha, por que tens comida em casa. Eu sou magrinha por que não tenho -, recorda.


- Neste momento todas ficaram surpresa com a resposta de menina, porque ela usou um argumento triste dela, mas não como lamentação, e sim como uma forma de não magoar outra pessoa. Não demonstramos no momento, mas quando saímos ficamos pensando no que ocorreu -, comenta a estudante de Ciência Contábeis da Furg.

O grupo revela ainda que as vezes não é nada fácil a missão de levar alegria as pessoas "Há situações difíceis cuja a internação já dura muito tempo e a patologia em sí é mais delicada, mas conquistamos o sorriso aos poucos, com o tempo".

Comentam também a lição pessoal acrescentada por esse projeto "Sempre existirá problemas maiores que os nossos, mas ver e rever esses problemas é o que nos dá força para seguir em frente e fazer o bem".


Com intuito de distribuir ainda mais felicidade, o grupo tem projetos futuros de comprar uma Kombi para facilitar a ida aos hospitais da região como Pelotas, São José do Norte, Santa Vitória e Chuí.

E sobre o Dia Nacional da Alegria, os voluntários deixam uma mensagem: "Para nós, a Alegria é sorrir e se emocionar com pequenas coisas que muitas vezes as pessoas deixam passar despercebido", expõe o grupo.

>> "SÓ NO BLOG" - A ENTREVISTA

Como tudo começou


- “Conversando com o enfermeiro Eder Portes, comentei que tínhamos um grupo de teatro, na qual fazíamos animações, peças e esquetes teatrais. Foi quando ele me deu a ideia de fazer Clown de Hospital. Começamos a buscar pessoas interessadas em trocar a plateia do palco italiano, por outro tipo de plateia, na qual nos é que vamos até ela.

- Vimos os filmes do Patch Adamns, Doutores da Alegria; estudamos e pesquisamos livros e artigos relacionados ao tema “palhaço em hospitais e outras entidades. Montamos o projeto e fomos apresentar ao professor Gibbon para torná-lo projeto de extensão. Em 27 de dezembro do ano passado, foi o nosso primeiro dia dentro do hospital, a partir dai começamos a ir duas vezes por mês”.

1) Já houve casos em que por mais que vocês tentassem levar alegria, não conseguiram tirar o riso do paciente?!

Aline - Sim, e quando isso acontece insistimos mais um pouco com a brincadeira, mas as vezes não obtivemos o resultado esperado que é o riso. Muitas vezes quando entramos algumas nos olham com indiferença-tipo os adultos-nos fazem perguntas, criticas e mesmo nao rindo essas qdo estamos indo embora, nos abanam, ENTÃO MISSÃO CUMPRIDA, houve o retorno de certa forma.

2) Qual o tipo de paciente ou pessoa MAIS DIFÍCIL, quase impossível, de conquistar a sua alegria e porque?!

Aline - Dizer que uma pessoa é dificil esta indo de encontro ao nosso ideal que é levar Alegria, mas Há SITUAÇõES dificeis cuja a internação já dura muito tempo e a patologia em si é mais delicada.

Tivemos uma experiência com uma menina de 13 anos de idade, internada há alguns meses onde sua doença abalou seu estado emocional e psicologico. Ela tiva vergonha de seu estado físico e muito baixa auto estima.

Mas conquistamos seu sorriso aos poucos. No primeiro encontro não conseguimos um riso. No segundo contato conquistamos sua confiança. Já em um terceiro momento sorriu e cantou cantigas infantis conosco. Saímos de lá realizadas.


3) "Hospitais, orfanatos e asilos para levar arte circense, cultura e alegria aos funcionários e internados". A apresentação, bem como a linguagem, é diferenciada para cada ambiente frequentado pelo grupo? Qual desses ambientes exige um desdobramento, uma performance maior, mais elaborada e porque?!

Aline - Sim. Realizamos reuniões e oficinas para nos prepararmos para cada local de visitação. Tudo é discutido. Quais cantigas podemos ou não cantarolar, pois temos que ter cuidado para não ferir ninguém, por exemplo, não podemos cantar "eu vou, eu vou pra casa agora eu vou" porque o maior desejo das pessoas que visitamos é de ir para suas casas.

Dos ambientes acreditamos que o ambiente hospitalar exige um desdobramento, uma performance maior e mais elaborada, porque as pessoas ali estão muito vulneraveis e temos que lidar com a dor e angustia pela situação da doença.

Como um snehor que estava baixado desde set/09, começamos em dez/09,sendo que na 1°visita ele estava mau, mas ja na segunda tinha melhorado e nos recebeu com alegria, na sequencia foi piorando seu quadro e veio a falecer, então essas situações nos exige e muito, mas pelo menos um momento o senhor ele riu mesmo na situação que se encontrava.

Temos que avaliar de imediato as condições de saúde dessa pessoa para podermos interagir com ela. A adaptação ocorre simultaneamente ao momento que a conhecemos. Não há como ter previsão nenhuma do que encontraremos.

Mensagem


"Alegre-se com pequenas coisas. Não espere que aconteçam grandes coisas para ficar alegre. Sua alegria deve despontar a partir de pequenas coisas. O olhar, o sorriso, a mudança agradável de temperatura, a chuva que cai, o vento leve, a alegria alheia, devem ser o suficiente para você se alegrar. Quanto mais você exercita a alegria nas pequenas coisas mais se capacita para a senti-las nas grandes." (Lourival Lopes)

Planos & Futuro


Se tudo der certo com a FURG, estamos querendo fazer um curso de especialização em Clown com a professora francesa Laurence Marafente, estamos aguardando deferimento da FURG.

Outra coisa, temos vários apoios de várias empresas, no que tange a material, mas o que esta "pegando" é o patrocinio atraves da LIC Municipal , lei de incentivo a cultura, na qual nosso projeto foi aprovado e que ainda nao conseguimos troca nossa carta de referencia nas empresas, para abatimento de ISSQN ou IPTU.

Histórico


2005 - É criado o grupo teatral Fingini, com intuito de fazer peças e animações em datas comemorativas;
2006 - Fingini faz animação em Clown – Peça Menino e Menina na escola Santana;
2007 - Apresentação do musical – As Frenéticas, na Fearg;
2008 - Animação Semana do Comerciário e outras datas festivas;
2009 - Monologo das Mãos - QUIP e Eles-Livre, adaptação Caio Fernadno Abreu, no Fórum de Economia FURG.
2009 – Em 27 de dezembro, estreia o projeto de extensão Raiz do Riso, quando a coordenadora Aline atuou na Secretaria de Saúde.

Os integrantes
Nome – idade – Naturalidade – Curso/instituição – Personagem


- Aline Gonçales, 26, Rio Grande, Ciencias Contabeis/Furg (Drª Espavita)
- Ediane Vianna, 26, Rio Grande, Administração/Anhanguera (Drª Risadinha)
- Helena Chuinguer,74, Rio Grande, Dama de Honra (DrºRosinha)
- Débora Miranda, 15, Rio Grande, 8°série, Emilio Luis Mallet (DrªPipoca)
- Letícia Rosa, 22, Rio Grande, Direito/Anhanguera (Drª Jubinha)
- Vanessa Bastos, 28, Rio Grande, Téc.Enfermagem/Senac (Drª Gominha)
- Vanessa Barros, 27, Rio Grande, Enfermagem/FURG (Drº Lilica)
- Tifani Bidart, 25, Rio Grande, Tec Contabil/Getulio Vargas (Drª Ceus)
- Sheila Bidar, 41, Rio Grande, Auxiliar Administrativo ( Drª Florentina)
- Patricia Vaz, 20, Rio Grande, Teatro/UFPEL ( Drª Pimpolha)
- Oscar Oliveira, 43, Pelotas, Mecânico (participação especial como Coelho)
- Silvana Garcia, 29, Rio Grande, Economia/FURG (Drª Paçoquinha)

Auxiliares de equipe

- Carol Ortiz, 27, Rio Grande, Enfermagem Furg
- Veronica Fiussen, 42, Rio Grande, Letras Português, Furg
- Alfredo Martin Gentini, Professor de psicologia, Furg
- Coordenador do Instituto de Ciências Econônicas, Administrativas e Contábeis, Furg, Arthur Gibbon

>> RAIZ DO RISO
- Contate-os: (53) 9152-3854 ou 8117-1181
- E-mail: grupoteatralfingini@gmail.com
- No Orkut, busque: Fingini


ENTREVISTAS
O que faz você feliz?


Esta é a principal pergunta veiculada pelos comercias do Grupo Pão de Açúcar.

Sob a narração das conhecidas vozes de Arnaldo Antunes e Gilberto Gil, o comercial mostra imagens simples e comuns do nosso dia a dia, adicionando outras perguntas:

“Comer na panela? Viajar pela rua? A pausa que te faz pensar? Sentir o vento, esquecer o tempo. O céu, o sol, um som. Uma pessoa ou um lugar? Ensaiar o passo, correr para o abraço, ou é andar descalço é o que faz você feliz?


Ou é adivinhar desejo, estalinho de beijo, amar de paixão, arroz com feijão, uma bela salada e um miolo de pão. Talvez a macarronada. Brincar de nada. Fazer de tudo, fazer o que você sempre quis. Me diz... o que faz você feliz? Também faz alguém feliz?”.


Responda e também confira as respostas de nossos entrevistados.

Flores


Assim que a nossa equipe de reportagem chega ao Mercado Municipal, um dos cenários de nossas entrevistas, ela se depara com o atual presidente da Câmara Municipal do Rio Grande, o vereador, Renato Espíndola Albuquerque (PMDB), que por seus respeitosos 69 anos foi convidado a discorrer sobre a alegria.

- Ela é composta pela relação com as pessoas, buscando-a primeiramente no seio familiar, uma convivência harmônica, respeitosa e ao mesmo tempo amorosa. Na família, se você tem um ambiente saudável, amigo, participativo e de companheirismo, isto se traduz em felicidade, em alegria.

- E no momento em que você traz para o seio da sua casa, essa felicidade contigo, você tem condições de espargir ela para os demais, pois a felicidade é contagiante. Quando se é feliz, você irradia esta felicidade e contagia os demais -, reflete Albuquerque.

Além da família como fonte de alegria, Albuquerque destaca ainda a presença dos amigos que, segundo ele, são tão importantes para um bom estado de espírito da pessoa quanto a própria família. “Alguns amigos ficam acima até mesmo da relação familiar, pois são aqueles do desabafo, da confidência, do conselho”.


Ao se declarar um “otimista por excelência”, Renato observa que a alegria faz parte do seu dia a dia, e complementa: “Sou brincalhão, estou sempre procurando tirar a tensão de qualquer discussão ou dos ambientes sérios, através de uma piada, uma brincadeira. Isto porque acho que a discussão ou aquele dia a dia em que se vive perseguindo algum objetivo de forma obstinada demais, tira um pouco daquela alegria de viver”.

Por fim, o presidente da Câmara, oferece algumas dicas:

- O caminho que leva a felicidade pode ser percorrido por qualquer um. Mas, para isso precisamos nos dispor a enfrentar todas as dificuldades. Tantas pessoas que passam pelas ruas e são incapazes de reconhecer a beleza de uma flor. Olham para uma árvore e não enxergam a beleza daquele esplendor da natureza -, conclui ele, ao lembrar do período em que atuou como titular da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU).

“A primeira coisa que fiz foi transmitir o meu estado de espírito, a minha alegria de viver através das flores. Então, iniciamos um trabalho de florir a cidade e essa ideia permaneceu em outras administrações”, expõe o vereador.

Novas lições


O que faz de seu José Radicio Nigro, uma pessoa alegre aos 76 anos?!

- Conviver com as pessoas que nos transmitem alegria e bem estar -, aponta.

Ele, que se considera uma pessoa alegre desde quando percebe as primeiras luzes do amanhecer, garante que se sente muito feliz quando encerra o dia com uma nova lição de vida aprendida. “Temos que valorizar todas as nossas experiências colhidas”.


E não é só.

- Também fico alegre quando vejo o sorriso de uma criança ou simplesmente o abano contente da calda de um cão. A natureza toda em si me motiva, mesmo num dia mais escuro e nublado como este. É importante agradecer tudo isto -, responde.

Por outro lado, “a estupidez humana” lhe tira a graça do dia e da alegria.

Viver bem


O técnico de eletrônica Alexandre Almeida, 65 anos, diz que viver bem, ter contato com a família e preservar a sua dignidade são alguns dos elementos que fazem a sua alegria. Mas quando o assunto é o que lhe tira essa felicidade, ele como bom cidadão, responde:


- Ver ou ouvir um discurso político, com falsas promessas, revela. Seu Alexandre por fim relata que nem mesmo um dia nublado o tira a sua alegria de viver.

Motivado a ser feliz


"Ele pode estar triste, mas sempre passa uma coisa boa". É o que afirma Cristiana Domingues (acima), 30 anos, sobre seu amigo João Mário Schimidt (abaixo), de 74.


Experiente e comunicativo, o empresário revela que fazer o semelhante feliz, o deixa muito alegre. Também aponta o diálogo e a cultura como itens que sempre aguçam a sua felicidade.

Questionado sobre o que lhe deixa triste, ele responde "ver essa maldade no mundo, a falta de carinho, de respeito, a discriminação e até a corrupção" expõe ele que já viveu altos e baixos financeiros, porém, foi salvo pela motivação diária de seguir em frente e ser feliz.


Orgulhoso de seu conhecimento, o pai de quatro filhos, espera viver ainda muito tempo, o suficiente para realizar todos seus sonhos. E segundo ele, são muitos.

"Temos que ter alegria"


A agricultora aposentada Norma Vieira, 73 anos, disse que as pequenas coisas a deixam feliz, inclusive "o sorriso bonito e agradável" oferecido pelo repórter no momento da entrevista.

Dotada de uma grande simpatia, ela observa que "a vida é bela, a vida é boa e nós temos que ter alegria".


Viúva há 16 anos, dona Norma fala que seu neto, sobrinhos e filho são atualmente os motivos de sua alegria.

Bastante religiosa, essa rio-grandina afirma que Deus é uma coisa que sempre lhe deixa feliz.

25 de abril de 2010

PEIXEIRO - 27 DE ABRIL

- A CAPA:
- clique na capa e amplie


O bicentenário de um patrimônio da arte


Por Bruno Zanini Kairalla
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Fotos: Bruno Kairalla

Mãos que deslizavam ao som de cada nota retirada do teclado, com precisão, sutileza e uma ousadia robusta. Personalidade única, contemplada por um dom particular e ímpar.

Na profundidade de sua sensibilidade, o amor criativo pela composição e pela música.

Um patrimônio da humanidade capaz de provocar e resistir ao tempo, desafiando novos talentos que entoam no bicentenário de seu nascimento a força e o impacto de toda a sua sonoridade, de sua expressiva melodia.


“Imagine um homem de grandíssimo refinamento no modo de ser e se portar, sentado ao piano e tocando sem qualquer movimento do corpo e raramente algum movimento dos braços, dependendo inteiramente de suas cuidadosas mãos femininas e seus dedos finos. Sua delicada dinâmica musical é de um efeito indescritível”.

A declaração acima se reporta a Frédéric Chopin, gerada por um pianista amador inglês e reproduzida na última quarta-feira pelo diretor da Unidade de Cultura, Luis Henrique Drevnovicz, momentos antes de oficializar a abertura das comemorações no Município ao “Ano de Chopin”, assim definido mundialmente o ano de 2010 pela Unesco.


Após o discurso de Drevnovicz, dois jovens pianistas, formados pela Escola de Belas Artes Heitor de Lemos (Ebahl), foram encarregados de iniciar a uma programação que ainda está sendo elaborada para o decorrer de todo o ano.


Juntos, Anna Carolina Santos e Tomaz Storino (foto acima) comandaram o espetáculo, conduzindo musicalmnte os convidados a uma época em que o mundo reconhecia um de seus melhores compositores e pianistas.


Sede do evento, a Sociedade Cultural Águia Branca, fundada há 114 anos por descendentes poloneses, tornou-se por momentos um templo da sonoridade de Chopin, em pleno berço esplêndido e genuinamente rio-grandino.


Storino abriu as homenagens ao som de Noturno Póstumo e Valsa Opus 64 nº 2. Depois foi a vez de Anna Carolina receber fortes aplausos pela execução de Estudo Opus 10 nº 12 e Fantasie Impromptu Opus 66.


Emocionados por todo contexto ali gerado, o público ainda foi contemplado por “Polonaise Opus 40 nº 1”, executado em sintonia e a quatro mãos dos jovens talentos (acima).

Uma noite especial que culminaria ainda com a inauguração de uma mostra de quadros reunidos de concertos realizados mundialmente em homenagem ao compositor polonês (abaixo).


Conforme a responsável pela divulgação da Sociedade Águia Branca, Vanda Kubaski, as imagens foram enviadas pelo Consulado da Polônia em Curitiba (PR). Juntamente com a exposição, foi servido aos convidados um coquetel de confraternização.

Clima familiar polonês



Assim que chegavam, os convidados eram convidados a entrar num clima polonês ao serem recepcionados por crianças vestidas com trajes típicos do páis e que ofereciam pão e sal aos convidados, o que na tradição polonesa significa boas vindas, “uma vez que o sal significa vida e o pão o alimento que nos nutre, os dois juntos se tornam símbolos da prosperidade e progresso”, diz Vanda.


Em seguida, foi entoado pelos presentes o Hino Nacional. Formado por descendentes, o grupo de estudos de língua polonesa da Sociedade Águia Branca cantou a primeira parte do hino da Polônia (foto acima).


O encontro também contou com a participação de Edson Gobbi, filho do imortal escultor Érico Gobbi, que levou ao palco um medalhão com o perfil de Chopin (abaixo), esculpido há mais de 60 anos pelo artista.


De origem polonesa e representado a Prefeitura do Rio Grande, o diretor da Unidade de Cultura proferiu:


“É expressiva e inegável a contribuição da comunidade polonesa ao nosso Município. Essa sociedade que hoje nos abriga, luta através de seus associados e do seu grupo de estudos para manter viva a cultura desse povo em nossa comunidade. E isso comprova, hoje, nesta noite quando une-se à Polônia e ao mundo para celebrar a obra e a música eternas de Chopin. A Prefeitura não poderia deixar de dar a este evento o caráter oficial que hoje lhe confere”, discorreu Drevnovicz.

Chopin


Há 161 anos, vítima de tuberculose, o mundo perdia aos seus recentes 39 anos, um dos maiores compositores da era romântica e um dos pianistas mais importantes da história, comparado historicamente a Mozart e Beethoven.

Fryderyk nasceu na pequena aldeia de Żelazowa Wola, Ducado de Varsóvia, filho de mãe polonesa e pai francês-expatriado.


Aclamado em sua terra natal como uma criança prodígio, aos vinte anos Chopin deixou a Polônia para sempre. O motivo: guerras e revoltas.

Em Paris, fez carreira como intérprete, professor e compositor.


Após sua morte, seu corpo foi enterrado em Paris e a seu pedido, o coração foi enviado numa urna para Varsóvia, lacrado dentro de um pilar da Igreja de Santa Cruz, sob uma citação do evangelho de São Mateus: “Onde seu tesouro está, estará também o seu coração”.


Neste ano, estão previstas duas mil iniciativas em todo o Mundo em sua homenagem. Dessas, 1.200 serão na Polônia. Entre as mais importantes celebrações está a reabertura do Museu Chopin que ocorreu em março no Castelo Ostrogski, em Varsóvia.

>> Confira a programação:


Para comemorar os 200 anos do nascimento de Chopin, a comissão já elaborou a prévia da programação. Embora boa parte dela ainda não esteja fechada, com datas definitivas, as atrações já foram planejadas para o decorrer do ano [confira abaixo].

Conforme Vanda, outras atividades ainda serão elaboradas com a devida parceria de entidades da cidade, como a Furg, Ebahl, Escolas Municipais e a Casa de Cultura do Município, bem como sua comissão cultural.

Maio
- Dia da Comunidade Polonesa [solenidade a ser divulgada na imprensa];
- Dia 30: Café colonial polonês na Sociedade Cultural Águia Branca, com apresentação do Grupo de Danças Folclóricas Polonesas “Solidarnosc”, da cidade de Dom Feliciano;

Junho
- Exibição do filme sobre a vida de Chopin na Sociedade Cultural Águia Branca;

Julho
- Apresentação de danças pela Academia Art&Manhas no Teatro Municipal;


Agosto
- Exibição do filme sobre a vida de Chopin no Teatro Municipal;

Setembro
- Alunos da rede municipal de Ensino encenarão uma peça teatral na Sociedade Cultural Águia Branca;

Outubro
- Exposição de trabalhos das escolas municipais na primeira quinzena do mês;

Novembro
- Apresentação da Banda Rossini na Sociedade Cultural Águia Branca, executando músicas polonesas, entre outras.

Muito além da velha cartola

- Texto e fotos: Bruno Kairalla


Quando o espetáculo dessa dupla começa, a imaginação simplesmente se desprende dos limites da realidade. Já imaginou uma garrafa de refrigerante de dois litros sumindo em pleno espaço?
E pombas que surgem entre espessuras tão finas quanto um papel ou por lenços em chamas? O fogo, por sinal, é um elemento a parte no trabalho destes dois que ainda brincam de levitar os seus convidados no palco.


Números que fascinam, desafiam a lógica e de forma interativa envolvem, surpreendem todas as idades. Assim é a mágica de Thelvis e Will, que com o show “Abracadabra” estiveram em Rio Grande, no último dia 14, em três apresentações no Teatro Municipal.


O show ousado segue uma aventura em estilo circense, onde a plateia é a base e fonte de alimentação para os artistas no palco, num espetáculo, dividido por diferentes esquetes, compostas por personagens, músicas, jogo de luzes, ilusionismo e muito movimento.



Nele, a dupla também ensina como fazer algumas mágicas simples, mas que divertem e captam a atenção dos baixinhos. Entre os números, velhos truques com o uso de moedas e cartas, que adaptados ao contexto atual adquirem ainda uma nova roupagem, um novo figurino.

Nada de cartolas. A palavra de ordem é ousar na criatividade e descontrair, fazendo com que a plateia viaje para um mundo de fantasia, diversão e ilusão.

A trajetória

Thelvis é o nome artístico do mágico pelotense Everton de Lima Osório, 35 anos, e Will do bageense, Wilson Hernandes, 26 anos. Juntos estão há dois anos.


Everton se dedica a carreira já há 17 anos. O apelido, porém, surgiu antes, ainda na infância, depois que foi chamado por seus colegas na escola de Elvis por usar o cabelo com gel escorrido para trás.


Em seguida, já era reconhecido por todos, como Thelvis. O interesse pela mágica, no entanto, surgiu depois de observar profissionais da arte mostrando suas habilidades em pleno calçadão de Pelotas.


Após os números, os mágicos vendiam objetos para a prática de alguns truques. Everton não resistiu e comprou uns dez números. Começou timidamente, treinando e mostrando o que sabia fazer em casa, apenas para amigos e familiares.

Um ano depois, participou de um encontro internacional de mágicos em Camaquã. Frente a outros profissionais, percebeu que tinha capacidade, talento e dom. Desde então, nunca mais parou.

A arte de impressionar e levar alegria para crianças e adultos, levou-o a criar o grupo de animação de festas, com uso de malabares, pernas de pau e shows que abrangem teatro de bonecos e recreação com palhaços.


“Embora muitos rissem da minha escolha no início, sempre fui muito insistente. Hoje, vivo da mágica e de animações de festa”, orgulha-se ele, que considera a manipulação de cartas, um de seus números mais desafiadores.


Will (acima) faz parte desse grupo que se apresenta em diferentes lugares e regiões do Estado. Mas, diferente de seu colega que sempre se direcionou para essa carreira, só foi fisgado por ela há pouco mais de três anos, quando conheceu um amigo advogado em Balneário Camburiu (SC), quando chegou lá para montar uma franquia de uma multinacional de roupas e acessórios, as lojas, C&A.

“Fui aprendendo aos poucos, fazendo de brincadeira, porém, chegou um momento que vi que aquilo podia me render algo mais, que dava certo e um retorno financeiro legal”.

Resultado: pediu demissão, dedicando-se especialmente a sua arte.


“Vi que a mágica era o que faltava na minha vida”, declara Will (acima).

Com planos de viajar para a Austrália e atraído por um curso de inglês que prometia conclusão em até um ano, Will chegou a Pelotas e conheceu o colega de palco, Thelvis.

“Além de um amigo e companheiro, Thelvis é um professor”, completa o mágico, responsável por cativar a plateia em seus números de “mentalismo”, em que adivinha o pensamento e preferência do público.

Perspectivas


Hoje, os mágicos sonham e fazem planos de um dia chegar a Las Vegas, considerada o grande point destes profissionais. Para eles, o que é essencial para a carreira?

“Carisma e ousadia. Habilidade, com certeza, mas não basta, pois você tem que conquistar o seu público; fazer com que ele confie e acredite no cenário que está se criando ou propondo. Há mágicos que trabalham somente com uma música de fundo, pois não conseguem se comunicar com o seu público”, afirmam.


A dupla também traça um perfil dos profissionais atuais.

- Aquela visão do mágico que usa cartola e tira coelhinho para as crianças já está ultrapassada. Hoje, qualquer um que tenha acesso a internet pode trocar informações e aprender os números. A tecnologia facilitou muita coisa e o mercado nessa área está maior, mais competitivo e se você não expandir o público, não se atualizar, buscar conhecimento, o aperfeiçoamento das suas técnicas, e ainda não tiver como trunfo alguns toques pessoais, não se mantém na área -, reforçam, Thelvis e Will, que se concentram agora na criação de um novo espetáculo de ilusionismo, mais direcionado aos grandes palcos e também ao público adulto.


>> Serviço:
- O que: Abracadabra
- Contato: (53) 8404-9408.
- Apresentações: Teatros e escolas



MUDANDO DE ASSUNTO...

1. O som chiclete da Déjàvu do Brasil

- fotos: divulgação
- texto: bruno kairalla


Não, não é “déjà vu”, termo francês que significa “já visto”, dando a impressão de algo que já aconteceu quando na verdade está ocorrendo.

Por mais que as performances e o som vibrante desse trio remetam ao de outros dois shows passados e de muito sucesso, Aviões do Forró e Bonde do Forró – esses sim, já vistos por aqui -, a banda “Déjàvu do Brasil” – escrita assim mesmo - pisa pela primeira vez em terras papareias na próxima sexta-feira, 30 de abril, véspera de feriado.

E com ela, seus três integrantes, Anne Liss Silva, Michael Fernandes e DJ Julinho Malboro, cujo nome verdadeiro é Francenildo Reis. Assim como nos outros shows citados acima, a realização mais uma vez leva a assinatura de dos experientes produtores, Kátia Valdez da K&G Produções e Eventos, e do pelotense, Rudinei Machado, a frente da RM Produções.

E para tornar a festa um espetáculo a parte do feriado, a Déjàvu vem acompanhada por grandes nomes, como os grupos, Euseiki Tudanssa, a Cia de Dança Sandro Vieira e a batida sonora inconfundível da Gang do Batidão.

E por falar neles, a banda rio-grandina realiza neste dia a sua última apresentação na cidade, antes de partir para Canoas (RS), no início do próximo mês e onde devem passar uma longa temporada no objetivo não só de expandir a sua carreira, mas também levar as suas músicas para todas as querências.

Chiclete


Falou em “Déjàvu do Brasil” falou em música chiclete. Daquelas que no primeiro refrão já grudam no ouvido e permanecem por horas a fio.

Quem não curte pode até criticar o quanto quiser, mas é impossível negar o destaque que essa banda paranaense, originada em 2006 e marcada pelo ritmo “tecnobrega” ou “tecnomelody”, vem obtendo ao levar seus shows para o país inteiro, bem como por suas apresentações nos programas de TV.

Destaque esse obtido graças as composições de seus hits melódicos e contagiosos: “Me Libera”, “Rubi”, “Se eu te pego”, “Nave do Amor”, “Larga do Meu Pé”, e a mais recente, “Porque te amo”, adotando um estilo mais romântico, se assim for possível definir as batidas envolventes do grupo.

>> Serviço:
- O que: Déjàvu do Brasil
- Participações: Gang do Batidão, Euseiki Tudanssa e Cia de Dança Sandro Vieira
- Quando: Próxima sexta, 30 de abril [véspera de feriado]
- Local: Clube Ferroviários
- Realização: K&G Produção e Eventos e RM Produções

2. As Gravuras de Salvador no Centro de Cultura

- fotos: divulgação


Inaugura na Galeria Municipal de Artes do Centro de Cultura nesta quarta-feira, 28, a exposição de gravuras “Objetomatriz”, de autoria do artista plástico, José Salvador. O evento, que integra a programação de comemoração dos 25 anos de fundação do Centro, ocorre das 18h às 20h, com a participação especial do músico rio-grandino, Gilberto Oliveira (foto abaixo), numa apresentação em voz & violão.


Para compor a exposição, Salvador usou a técnica do “piso vinílico” como material para a construção de seus objetos. Nele as imagens são gravadas com bisturis e a entintagem é feita unicamente em preto. O artista batizou esta mostra de “Objetomatriz”, pois são as matrizes organizadas em forma de livros ou álbuns que permitem ao expectador a interação, explorando a ludicidade na gravura. Nos álbuns estão gravadas imagens, cenas, situações e figuras que condizem com as suas preocupações.

O artista
Formado pela Furg em Educação Artística e habilitado em Artes Plásticas, desde 1998, Salvador atua como gravurista, desenvolvendo pesquisas e investigações na área de xilogravura e impressão em relevo. O artista plástico já realizou exposições individuais na Furg, na Escola de Belas Artes Heitor de Lemos (Ebahl) e no Centro de Cultura. Em Rio Grande e demais cidades, como Esteio (RS), Vitória (ES) e Resende (RJ), também participou de várias coletivas.

>> Confira:
- O que: Exposição de Gravuras “Objetomatriz”
- Artista Plástico: José Salvador
- Local: Galeria Municipal de Artes [Centro Municipal de Cultura]
- Onde: Rua Mal. Floriano, nº 91.
- Até quando? 21 de maio
- Visitação: Das 8h30min às 11h30min e das 13h30min às 18h
- Entrada: Franca

3. Cores que originam formas na Ebhal

- fotos: divulgação


Por dentro das novidades da Escola de Belas Artes Heitor de Lemos (Ebhal), na Galeria Breche foi inaugurada na última quinta-feira, a exposição Quando a Cor Cria a Forma, da renomada artista plástica Maria Clara Leiria.

Em suas criações, a artista propõe aos visitantes uma viagem artística que vai do figurativo ao abstrato, num trabalho que usa como recurso o acrílico sobre telas com uma arte livre, despojada de convencionalismos e que convergem para composições verdes e agressivas com cores vibrantes e explosões cromáticas. Uma das exposições mais atraentes exibidas neste ano pela Ebahl.

A artista


Maria Clara Leiria é formada em Desenho e Artes Plásticas na UFPEL, com pós-graduação em Artes Visuais. A artista foi diretora do Museu da Gravura Brasileira na URCAMP em Bagé e participou de salões e mostras coletivas e individuais no Estado e também no Uruguai.

>> Serviço
- O que: Exposição "Quando a Cor Cria a Forma"
- Artista Plástica: Maria Clara Leiria
- Local: Galeria Breche da Ebahl
- Onde: Rua Carlos Gomes, 583
- Até quando? 03 de maio
- Visitação: Das 8h30min às 11h30min e das 14h às 20h