23 de julho de 2011

Perfeição não existe

Muitos homens e mulheres buscam o corpo perfeito a qualquer preço... 
Mas será tal que beleza é realmente importante?



Uma mulher que veste 46 pode passar pelo constrangimento de ouvir “ah, não temos o seu tamanho”, da vendedora. Sem contar que muitas vezes os tamanhos GG na verdade vestem corpos de tamanho M. Mas uma mulher vestir manequim 46 é algo perfeitamente normal e compatível, mas eis que os “padrões de beleza” não aceitam isso.



Não resta dúvida que o padrão de beleza apregoado é ser magra ou magro. Quem sai fora disso, é tido como fora do padrão e tem dificuldade em encontrar roupas que vistam bem o seu corpo, principalmente se buscar algo fashion (ou aquilo que “está na moda”), pois tudo parece ter sido costurado para os manequins 38 a 42.



O resultado é que temos uma multidão de mulheres insatisfeitas consigo mesmas. Podem fazer o teste, falando do assunto com o seu grupo social: dois terços das mulheres entre 15 e 60 anos de idade evitam atividades básicas da vida porque se sentem mal com sua aparência; mais de 92% das garotas declaram querer mudar pelo menos um aspecto físico; nove entre dez mulheres querem melhorar alguma coisa no corpo.



Realidade cruel




A realidade dos números é cruel. São raras as mulheres satisfeitas com a sua beleza. A maioria corre atrás do padrão estético das beldades que posam para revistas e desfilam na tevê. Quem não se encaixa nele - quase 90% - sente-se excluída e humilhada e tende a aceitar qualquer sacrifício em nome da "beleza ideal".
Diante desse quadro, cabe perguntar: como as mulheres chegaram a esse ponto, depois de tantas conquistas importantes no último século? Quais são as consequências dessa obsessão para as adolescentes? Onde entram as "diferentes" (gordinhas, velhas e de raças diferentes) nesse sistema? Por que é tão difícil aceitar a diversidade da beleza?

É preciso dizer que os homens entraram neste esquema também. As camisas “da moda” se apresentam com uma espécie de ajustamento nas costas e parecem vestir bem apenas aos modelos, pois pobre do que tiver uma barriguinha! Terá que optar por um modelo mais clássico, que nem sempre combina com o seu gosto e nem com a moda para sua idade. Como conseqüência ele irá para uma academia tentando fazer de tudo para ter as costas do tamanho da camisa. Será que não deveria ser o contrário?


Especialistas neste assunto alertam que existe uma possibilidade real de o excesso de vaidade se tornar um problema de saúde pública, dada a interferência da mídia, da publicidade e dos interesses do mercado na formação das crianças e adolescentes.
O ideal de beleza cria um desejo de perfeição, introjetado e imperativo. Ansiedade, inadequação e baixa autoestima são os primeiros efeitos colaterais desse mecanismo. Os mais complexos podem ser a bulimia e a anorexia, nem mesmo as mulheres adultas escapam desta armadinha e podem ter sua estabilidade emocional afetada.

Vigorexia


Existe ainda outro tipo de distúrbio alimentar, pouco conhecido, chamado de vigorexia. Esta é determinada pela busca de um corpo perfeito e é conhecida por Doença da Vaidade. Na verdade, é o excesso de preocupação em ter um corpo forte. Os portadores desse transtorno, normalmente, ficam horas em academias realizando uma diversidade de exercícios físicos, pesam-se várias vezes e procuram comparar sua musculatura com a de seus colegas. Como alternativa, na maioria dos casos o uso de anabolizantes é frequente entre os vigoréxicos.

- As mulheres brasileiras estão entre as que têm a autoestima mais baixa, provavelmente em consequência do modelo de beleza eurocêntrico e inalcançável para a realidade nacional.

- O Brasil também apresenta o maior índice de mulheres que declaram ter feito cirurgia plástica. Outros estudos revelam ainda que a população feminina no Brasil, comparativamente, é a que mais se submete a sacrifícios pela "beleza". Isso inclui dietas, malhação, remédios, cosméticos e toda a parafernália oferecida para alcançar o inalcançável.

- A brasileira busca se aproximar da silhueta típica das européias (mais longelíneas) ou das americanas (de seios mais fartos). As mulheres estão bastante desconfortáveis consigo mesmas. Desconfortáveis e provavelmente com sentimento de culpa.

 É preciso investir numa mudança de consciência que beneficiará enormemente as futuras gerações, com mulheres mais autoconfiantes e jovens menos vulneráveis.

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