23 de julho de 2011

Amigas para sempre




Tema batido, mas nunca esquecido, a amizade, comemorada no último dia 20 de julho, jamais ficará fora de moda. Embora, muitas vezes, não seja entendida e vivenciada na plenitude de seu significado e importância.
Maria Alice conhece Maria Antonia (também Maria) desde que começaram a dar seus primeiros passos, no quarteirão onde foram criadas. Fosse hoje em dia, seria no playground de algum condomínio. Mas, naquela época, era na frente das residências que não tinham quase meia dúzia de fechaduras, muito menos grades.
Alice começou a ser levada a passear na rua, em suas primeiras tentativas, pelo pai. Antonia, idem. Os pais tinham a mesma profissão - engenheiros mecânicos e, antes de serem vizinhos, eram amigos também. Talvez igualmente nos primeiros passos.


A amizade que une as duas é a mesma que unia seus pais. Foram cúmplices em tudo, desde cedo. Tanto, que uma nem precisava falar para a outra saber o que a amiga estava pensando, ou melhor, arquitetando. E nas pequenas mentirinhas dadas às mães para ficarem até mais tarde na rua ou irem a uma boate no final de semana, sem que elas desconfiassem, não havia contradições. Eram bem construídas, uma coisa de parceria mesmo.
Passaram pelas adolescências fortalecidas pela amizade que as unia. O que uma queria para si, também o desejava intensamente, e de coração, para a outra. Dividiram sonhos, expectativas, risos, lágrimas e projetos de vida. Idealizavam quase a mesma vida, o mesmo perfil de marido e filhos. Um menino e uma menina para cada. E nessa ordem.
Mas nisso a natureza não se dobrou aos seus caprichos: Alice teve gêmeos e Antonia, duas meninas.
Formaram-se juntas no ginásio, no magistério, na faculdade, que foi a mesma:  Letras – Português/Inglês. Casaram-se no mesmo ano, com os dois amigos engenheiros. Foram felizes, viram os filhos crescer, riram e se preocuparam juntas quando eles começaram a ficar ‘grandinhos’ e a ficar até mais tarde na rua, ou a dormirem fora de casa.


Há pouco, Alice fez 62 anos. Antonia, daqui a alguns dias também fará 62.  Passaram por crises, sim. Principalmente, depois que o mundo ‘abriu-se’ e as tentações se tornaram mais acessíveis. Mas, juntas, superaram a traição do marido de Antonia. Que estava lá na sala, enquanto eu conversava com as duas, ‘com as antenas ligadas’, riu-se e segredou-me Alice.
“Não fosse essa amizade, que é muito mais do que uma amizade só desta vida, nossas vidas teriam sido menos intensas, com menos conquista e menos superação. Essa amizade que nos une nos conduz sempre ao melhor caminho, a uma melhor solução para os problemas enfrentados”, conta Antonia.



As duas não se imaginam longe uma da outra, pelo menos por muito tempo. Quando Alice se mudou temporariamente para o Canadá com o marido, e lá permaneceu por intermináveis 14 meses, Antonia deixou de lado sua resistência a computadores e pediu a uma das meninas, agora uma bela moça, que lhe ensinasse a falar no MSN, no Skype, a ligar câmera na web, a mandar e-mails. Falavam-se todos os dias, muitas horas por dia. E nem mesmo essa facilidade, foi desculpa para Antonia deixar de aportar no Canadá para uma visita relâmpago e passar alguns dias ao lado da amiga.
“Nossa amizade é maior do que tudo. É o nosso alicerce. Nossa amizade é um laço para sempre”, finalizaram.


Por: ROSANE LEIRIA ÁVILA
Fotos: Divulgação

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