11 de setembro de 2010

Aline Kosinski de Oliveira

"Fazer o bem sem ver a quem"


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Imagens: Divulgação/BZK

Se generosidade gera generosidade, ela também produz inúmeros efeitos, cujo um dos principais é a esperança.

Aquele velho mandamento, "amar o próximo", mostra-se cada vez mais indispensável num mundo em que o "próprio umbigo" impera no mesmo tamanho da futilidade, do ostracismo, da superficialidade e também do consumismo.


Doar-se, preocupar-se com o bem estar daqueles que estão - ou não - por perto, além de generosidade, também revela o nosso caráter e a nossa capacidade de amar a si próprio ao compreender uma das nossas principais vocações neste mundo: o de sermos todos um só.

Quem coloca-se no lugar do outro, compreende melhor a vida e a sua própria existência.


Na próxima terça-feira, 14 de setembro, é um novo dia para a esperança numa nova realização da Campanha de Cadastro de Doadores de Medula Óssea, que pode salvar vítimas de doenças graves como leucemia, outros vários tipos de câncer e várias espécies de anemia.

Para participar, basta comparecer no Espaço Vida Unimed Litoral Sul (na rua Aquidaban, em frente ao Jornal Agora), das 9h às 16h.

O transplante de Medula Óssea é indicado para o tratamento de doenças hematológicas, onco-hematológicas, imuno deficiências, doenças genéticas hereditárias, doenças auto-imunes e alguns tumores sólidos.


Iniciada há três anos em Rio Grande, a inciativa ganhou expressão e representatividade pela médica hematologista Aline Kosinski de Oliveira, em parceria com a Unimed Litoral Sul e o Hemocentro de Pelotas.

A coordenadora de mais uma edição da Campanha é formada há 12 anos pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), com residência médica em Medicina Interna na Santa Casa do Rio Grande, residência medica em Emergencia pelo Hospital de Clinicas de Porto Alegre e residência médica em Hematologia e Hematoterapia no Hospital Nossa Senhora da Conceição, também de Porto Alegre.


Atualmente trabalha em seu consultorio particular, no Hospital Santa Casa do Rio Grande, na Unimed e também nas internações do Hospital da Furg.

"A cidade do Rio Grande tem contribuído muito para o aumento de números dos cadastrados. A cada campanha percebemos o interesse e o empenho da população na busca de salvar vidas", comenta a médica hematologista, que faz questão de informar e sinalizar as próximas informações:

O cadastro


O procedimento para efetivar o cadastro é simples: é colhido uma pequena quantidade de sangue (10 ml) do antebraço que será analisado, arquivado e quando houver necessidade irá mostrar a pessoa certa para doar a medula para alguém compatível.

Para ser um doador voluntário:


- Comparecer com o documento de identidade;

- Ter entre 18 e 55 anos e estar com um bom estado de saúde;

- o cadastro consiste no preenchimento de uma ficha de identificação e na coleta de um simples exame de sangue para o teste de compatibilidada (HLA).

- É preciso estar bem alimentado e não estar me jejum;


- Seus dados e sua tipagem (HLA) serão cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME);

- Quando aparecer um paciente com a medula compatível com a sua, você será chamado;

- Novos testes sanguíneos serão necessários para a confirmação da compatibilidade;

- Se a compatibilidade for confirmada você será consultado para decidir se deseja fazer ou não a doação;

- Seu atual estado de saúde será então novamente avaliado;


>>> Em tempo:


- Em 2003, tínhamos 40 mil doadores registrados. Em cinco anos o Brasil se tornou o 3º país com o maior número de doadores de medula óssea, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Alemanha. Em 2010, o cadastro conta com mais de 1.750 milhão de brasileiros.

- Porém, temos uma característica peculiar: a imensa variedade ética dos brasileiros torna mais difícil de encontrar um material compatível em banco de dados de outros países. A chance de compatibilidade entre brasileiros é de 1 para 100 mil e entre doadores estrangeiros chega a 1 para 1 milhão.



- O REDOME [Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea] foi criado em 2000, com a intensão de realizar os registros e os cruzamentos dos dados em todo o Brasil.

- De acordo com o Ministério da Saúde, de 2003 a 2009 a quantidade total de transplantes realizados aumentou quase 60% - passou de 12,7 mil para 20,2 mil ao ano.

- Só os de medula representam 7,5% do total de transplantes realizados no Brasil - o número de procedimentos cresceu 57,5%, saltando de 972 (2003) para 1.531 (2009).


- Essa quantidade considera as 3 modalidades de transplantes:

- Autólogo (com material retirado do próprio paciente);

- Aparentado (com doadores na família);

- Não aparentado (com doadores voluntários).

Aline Kosinski


Diariamente, a doutora Aline atende em sua clínica cerca de 15 pacientes, alem dos internados e dos plantões na Santa Casa e na Unimed - uma rotina frenética, mas que ela não reclama e afirma nem sentir.

"O grande segredo é fazer o que se gosta com amor. Aí não tem cansaço. A escolha da carreira é uma vocação. Ser médico, acima de tudo é amar a vida e lutar não so pela cura mas pelo bem estar do paciente", expõe.

Para a doutora, sangue é a vida. "Costumo falar que se não fosse o sangue, como o coração ia bater? E o que o nosso rim filtria? E como o cérebro funcionaria? E como os pulmões fariam as trocas gasosas? [risos] O sangue é o fluido vital que transporta oxigenio até os tecido. Sem ele não há vida. E é tão facil doar sangue. Refazemos nossas reservas rapidamente", aponta.


Questionada sobre como é a reação de seus pacientes quando estes ficam cientes de que vão precisar de uma doação compatível de medula óssea, ela responde:

"O primeiro impacto do paciente é o desespero de saber que está com a doença. Depois vem a fase da esperança e a luta diária com as medicaçoes, a quimioterapia e a expectativa de não precisar entrar na angustiante fila dos transplantes".

Para ela que acompanha tão de perto estas realidades tão angustiantes qual o significa que a palavra esperança possui?

"Ela é o que move as nossas vidas. Esperança de dias melhores. Esperança que cada um faça sua parte e contribua para um mundo melhor. De nada adianta a teoria sem a prática; cruzar os braços e achar que não somos responsaveis pelo proximo".

Das experiência com seus pacientes, ela reflete: "São tantas historias, tantos pacientes... Lutas emocionantes, que muitas vezes me levaram as lagrimas e é justamente histórias tristes que me levam a coordenar a campanha de cadastro de doadores de medula óssea. Meus planos para o futuro são continuar investindo na luta a favor da vida. E ser HUMANA sempre...", finaliza.

Células-tronco

São células potencialmente capazes de dar origem a qualquer tecido ou órgão do corpo humano. A doutora rio-grandina também é representante na cidade do HemoCord - o primeiro banco de células-tronco de cordão umbilical da região sul, que tem como uma de suas clientes a apresentadora global Fernanda Lima.


"Decidi fazer a coleta de células-tronco de cordão umbilical porque é uma maneira de me prevenir e ter o material biológico dos meus filhos reservado, caso precise no futuro", alerta a apresentadora.


Todos os tecidos possuem células-tronco, entretanto, estas se encontram naturalmente em maior quantidade na medula óssea e no sangue do cordão umbilical. Inúmeros relatos científicos têm comprovado uma característica importante das células-tronco adultas: sua capacidade de participar do processo de regeneração de um tecido diferente daquela que lhe deu origem.


Por isto, estas células são alvo de estudo da medicina regenerativa e terapia celular de doenças cardíacas, hepáticas, neurológicas, entre outros. Aline reitera que coletar o sangue de cordão umbilical no momento do parto é a oportunidade de armazenar as células-tronco de forma indolor e não invasiva.


São celulas jovens, que não sofreram danos ao longo da vida que poderiam limitar sua qualidade. Várias doenças podem ser tratadas hoje com o sangue de cordão umbilical, entre elas, doenças hematológicas malignas e benignas e outros tumores sólidos.

Contato Dra. Aline:

Clínica: Paranaguá, nº 220.
Telefone: (53) 3035-1035
E-mail: aline.kosinski@hotmail.com

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