24 de setembro de 2011

A BALANÇA E SEUS ALIADOS


Foto: Bruno Kairalla/JA

É ao fim da jornada de trabalho que em ágeis segundos a sala de aula, dedicada ao ensino das séries iniciais, transforma-se rapidamente num espaço inteiramente restrito aos movimentos e gêneros da Dança de Salão. 


Cadeiras para um lado, mesas pro outro, e o grupo de professoras da Escola Jardim do Sol mostra-se apto para mais uma aula ministrada pela professora Raquel Caetano Pereira, que desde o mês de abril vem acompanhando o grupo que se tornou, na última edição de março, destaque do caderno Mulher Interativa (reveja a reportagem clicando no link abaixo das imagens).




Na ocasião, o grupo comemorava os resultados pelo primeiro ano de atividades do grupo de emagrecimento, criado por iniciativa das próprias professoras, sob orientação da nutricionista Vivian Laurino Almeida, depois que ouviram uma severa crítica feita por uma mãe, sobre o peso que elas se encontravam, questionando se elas não deveriam servir de exemplo para os alunos da escola. 


Batizado de G-10, por estar composto de 10 professoras, em um ano, o grupo eliminou um total de 113 quilos – uma média de 11 quilos por integrante.


Passados mais seis meses, porém, nem tudo são flores. 


O grupo que tinha por meta emagrecer outros 21 quilos até julho último – uma média de dois quilos por participante – não avançou. 


Não regrediu, mas estagnou. 


Segundo a nutricionista Vivian Almeida, o grupo manteve quase o mesmo peso eliminado. 


- Em março eram 113,2 quilos. Hoje, somam 113,6 quilos eliminados - indica Vivian, que explica: - De março para cá, houve um equilíbrio, pois enquanto aquelas que já haviam atingido a meta se mantiveram, outras obtiveram um leve ganho de peso (de 2 a 3 quilos), o que fez o montante do peso eliminado permanecer quase o mesmo – diz ela, que computa ganhos e perdas do grupo em sua planilha virtual.


- É normal, após atingir a meta ou estar muito próxima dela, ter a sensação de dever cumprido e automaticamente relaxar um pouco. É normal também a dificuldade em limitar os deslizes, principalmente quando comer se tornou o vício permitido e socializador. Historicamente, a mulher também não foi programada para ter prazer, e emagrecer comendo de tudo, sem tanto sacrifício, parece algo inatingível - explana Vivian.


Para a nutricionista, o diferencial do grupo é que, além do apoio profissional, impera entre as integrantes uma união forte, parcerias, compromisso e afinidade com outras pessoas com os mesmos objetivos e dificuldades semelhantes. 


- Percebe-se que não é o único com o problema e que o do outro pode ser pior que o seu. Isso divide expectativas, angustias, fortalece as conquista e quando se apóia aos outros, se reafirma os seus propósitos - reflete Vivian. 


- Posso dizer que tenho quase que a certeza de que se o tratamento fosse individualizado, muitas já o teriam abandonado e recuperado grande parte do peso, como acontece na maioria das vezes. Três integrantes até estão afastadas por motivos particulares e familiares, mas espero que temporariamente - conta ela.


Segundo Vivian, as maiores dificuldades do G-10 hoje: 


- ter uma percepção clara da sua imagem corporal atual, uma vez que o efeito sanfona era freqüente com as dietas anteriores;


- encontrar o equilíbrio em relação à exigência da sociedade e delas com a figura feminina, colocando fim à ditadura da magreza e um corpo extremamente idealizado e por outro lado ficar distante da obesidade e sobrepeso;


- aprender a não testar os novos limites, tanto corporais quanto alimentares;


- saber lidar com os resultados positivos sem se autosabotar e sem achar que o dever está cumprido (uma vez que o processo é para toda a vida e os cuidados também o são);


- a comer sem culpa nos deslizes e retornar ao cuidado em seguida (dosar as escapadas);


- dominar a ansiedade (que de fato já é bem menos intensa em todas as participantes).


PROCESSO GRADUAL


Para Vivian, o que aconteceu com as G-10 é o mesmo que ocorre com todas as pessoas que já fizeram inúmeras tentativas de emagrecimento. 


De início, a maior dificuldade é incorporar os novos hábitos saudáveis para uma afirmação da reeducação alimentar. Quebrado o medo do impossível e diante dos primeiros sinais de mudança, vem a euforia. Depois uma estagnação, pois o corpo se adapta ao novo ritmo de vida e passa a exigir ainda mais dedicação.

Mas, segundo a nutricionista, o emagrecimento não é só matemática. “Há todo um emocional e psicológico envolvido”. Por esta razão, nesta próxima semana, o grupo passa a contar com o reforço e as orientações da psicóloga Camila Lemos dos Santos, 29 anos, que levará para o grupo seus conhecimentos sobre a Terapia Cognitivo Comportamental.

Especializada neste tema (Psicoterapia Cognitivo-Comportamental) e em psicologia clínica, Camila ressalta que este modelo de terapia baseia-se no conceito de que a maneira como as pessoas pensam afeta o que elas sentem e fazem, ou seja, que o pensamento distorcido ou disfuncional influencia nas emoções e no comportamento dos indivíduos. 


Então, o objetivo principal é a correção dos pensamentos distorcidos. - Associando a reeducação alimentar a mudanças comportamentais, vejo que as possibilidades de desistência serão bem menores e a manutenção dos resultados mais promissora. Ela trabalhará no sentido de tornar a mente, o psicológico, um aliado na mudança alimentar - enfatiza Vivian.


- O que farei com os grupos não é um tratamento psicológico, a proposta não é essa, mas sim ensinar estratégias para que as pessoas consigam enfrentar as dificuldades e assim resolver os problemas que surgem nas dietas (dentro da reeducação alimentar) - observa Camila. 


Para ela, a melhor maneira de não deixar o emocional prejudicar o processo do emagrecimento é a pessoa não se sentir sobrecarregada com outros problemas pessoais e a dieta não ser vista como a solução de todos os problemas.

Seguindo este ponto de vista, ela também fala sobre a desistência. - Muitas vezes a pessoa não encontra o apoio necessário, e com medo de fracassar acaba desistindo. Este é um ponto importantíssimo a ser falado nos grupos, de a pessoa saber lidar com a decepção. Caso não consiga emagrecer, tentar outra alternativa, em outro momento, de outra maneira. Em outros casos, por medo de não alcançar o objetivo final, a pessoa desiste mesmo quando as coisas estão dando certo. 


- A motivação sucede a ação, necessitando de um esforço inicial, fazendo suas atitudes parecerem um tanto artificiais no começo, porém, após, essas atitudes se transformarão em comportamentos automáticos e logo a motivação surge”, acrescenta a psicóloga. 


- O corpo perfeito precisa ser construído, equilibrando mente e corpo. Essa é a grande transformação de quem busca um emagrecimento saudável. Para isso estamos trabalhando e estudando cada vez mais...”, conclui Vivian. 


MOTIVAÇÃO NA DANÇA DE SALÃO

Fotos: Bruno Kairalla/JA

Disposição é o que não falta ao grupo de professoras, pelo menos nos dois encontros semanais das aulas de Dança de Salão. É o que garante Raquel Pereira, 28 anos, há cinco meses lidando com os desafios de perdas calóricas do G-10. 


- Durante este tempo de trabalho já é possível perceber os ganhos que elas tiveram em relação à desenvoltura e a flexibilidade. Outro ponto importante é o relacionamento que existe entre elas. Além de serem colegas de trabalho, elas também são amigas, o que dá um clima especial para a realização das aulas - define Raquel.



A professora observa como transcorrem as aulas. 


- Primeiro fazemos um aquecimento, depois um breve alongamento. Na sequência, iniciamos a aula de ritmos, trabalhando o axé, o funk e outros gêneros da Dança de Salão. Depois partimos para os exercícios aeróbicos e finalizamos com um relaxamento - descreve Raquel. A professora garante que apenas numa única aula é possível queimar uma média de 600 calorias.




Em conversa com o repórter do Mulher, o grupo admite o não cumprimento da meta do grupo e que espera encontrar um novo ânimo com o início dos encontros com a psicóloga Camila. - O que mais se nota é uma insegurança. Muitas se enxergam mais gordas do que estão - apontam elas. 


Animadas com as aulas de dança, as professoras dizem que mesmo cansadas pela jornada de trabalho, sentem prazer quando se aproxima o horário do encontro. - A relação do exercício com o emagrecimento não é só com fins de queima calórica, mas com fins terapêuticos (aumentar bem estar, serotonina, relaxar, diminuir a ansiedade) - finaliza a nutricionista Vivian.


RAQUEL PEREIRA
Foto: Bruno Kairalla/JA

Bailarina, coreógrafa e professora de dança de salão há onze anos da Academia Art e Manhas, Raquel também é fundadora da Ritmos Cia de Dança, em atuação há cinco anos no Município. 


Começou a dançar aos 16 anos, seduzida pelo Jazz e a Dança de Rua. Apaixonada pela Dança de Salão, teve como mestres Carlinhos de Jesus, Jaime Arôxa e Marcelo Chocolate. Casada há um ano e meio, é mãe de um lindo menino de um ano. 
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Dentro da Ritmos, Raquel conta com a experiência de 26 bailarinos, cada um com sua especialidade, e que atuam nos mais diversos eventos culturais da cidade e do Estado. Também já teve uma série de apresentações premiadas em importantes festivais. 


Raquel gravida de 7 meses
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Depois de lotar o Teatro Municipal em julho último, com o espetáculo Varietá, neste momento, a companhia se prepara para promover a 4ª edição do RIO GRANDE EM DANÇA, projeto estreado em 2004, sob coordenação inicial de Rodrigo Soares. 


O evento que promove um encontro entre profissionais e concurso de danças, será realizado nos dias 09 e 10 de dezembro,


PELO FACEBOOK... 


"Fui ao nutricionista e abri meu coração: estou gorda e preciso emagrecer... Ela disse: VOCÊ É O QUE VOCÊ COME!!!! Fiquei pensando... Eu como pizza, churrasco, sorvete, feijoada, chocolate, bebo cerveja e caipirinha... Conclusão: Eu sou muuuuuuito da gostosa!" 






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