16 de outubro de 2009

O beijo que provoca e incomoda



E se o mundo todo fosse homossexual e o simples fato de “ser” heterossexual fosse algo imposto pela sociedade como uma condição "anormal" de se viver? Esta é a proposta do curta-metragem Shame No More, ou, “Vergonha Não Mais”, lançado há 10 anos.

Com cerca de onze minutos de duração e todo em preto e branco, a história decorre da década de 50, na fictícia Cherry Creek (EUA). Quanto a cidade o filme adverte: “Um lugar que parece com qualquer outra cidade normal, mas as aparências enganam”, emblema o curta ao mostrar encontros de casais heteros de forma vergonhosa e escondidos por becos obscuros.


Irônico e numa inversão dos papéis, o curta mostra também a triste decepção de um pai ao descobrir que o filho se tornou uma pessoa “anormal” e heterossoxual. Mantendo encontros com a mulher amada as escondidas, o pai decidi puni-lo e manda o jovem para um reformatório de “Psico-correção”. Jonny se cura da “doença” e todos voltam a serem felizes.

Intolerância


Outro ponto alto que aproxima o curta da realidade é a intolerância da sociedade sobre todas as formas de se amar uma pessoa. O cenário está melhor, sem dúvida. Apesar de ainda existir uma discussão interminável se uma pessoa nasce ou se torna gay durante a vida, os homossexuais estão perdendo o estereótipo de pessoas confusas, doentes e até anormais.


Há mais respeito, mais discussão sobre o tema, porém, as leis ainda demoram a garantir um amparo maior no que diz respeito a violência seja ela física ou verbal.

Mas, entre todas as dúvidas, resta apenas a certeza de que o momento é de evolução e aceitação do modo de vida escolhida pelo próximo. E isto, de forma explícita sem moralismos ou falsos pudores. E quando não há respeito o jeito é lutar e ir em busca dos seus direitos. E por isto que estas duas jovens estão presentes nestas páginas de hoje.

CONHEÇA NOSSAS ENTREVISTADAS


Elas se conhecem desde maio, mas estão juntas há três meses.Diante a vários casais considerados “normais”, elas foram impedidas de trocar beijos e carícias dentro de uma das casas noturnas da cidade. Por pouco não foram retiradas do local. Agora, elas estão nas páginas centrais do caderno Mulher não só para expor o ocorrido, mas também para pedir por respeito ao amor, seja ele de que forma for.

:: O FATO


Madrugada do dia 12 de setembro, por volta de 4h30min. Depois de curtirem um show bem agarradinhas, em um PUB presente no centro da cidade, Ornella e a sua namorada, Isadora, decidem dar continuidade a aquilo que foi feito a noite inteira. Quando, durante mais um beijo foram interrompidas por uma segurança da casa. A mensagem foi clara: No local, aquela atitude não era permitida.

Quer saber mais?!
Então não perca o Mulher Interativa deste sábado.
Até lá! :)



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Um comentário:

  1. Pois é,minha filha Francieellen estava com elas e também sofreu o mesmo preconceito,foi dito à elas que "OU PARAVAM DE SE BEIJAR OU SERIAM RETIRADAS DO LOCAL"Hipocrisia,é o minímo que posso dizer a esse respeito,já que temos visto casais comendo-se dentro destes recintos.A pergunta é:Se for um casal de heteros podem fazer isso,sexo explícito dentro das festas?Este comportamento como vem de um homem e uma mulher pode é aceitável,não fere a moral e os bons costumes?Eu,Rejane Maria Rocha Duarte digo não.Acredito na justiça,nas leis em uma sociedade na qual temos os mesmos direitos e digo novamente,não.Abaixo as festas denominadas"GLS",não precisamos mais disto.Que as festas sejam abertas para todos sem distinção,abaixo o preconceito e a hipocrisia que destrói a sociedade.Vamos nos unir e lutar,uma guerra pacífica,silênciosa,mas na qual vamos dar nosso recado.Eu só tenho mais uma coisa à dizer para vcs:Eu sou mãe de uma hetero,amo ela com toda minha alma e quero muito que vcs pensem o seguinte:Hoje sou eu,amanha pode ser vc aqui deste outro lado,quantas pessoas vc gostaria que estivessem com vc em suas lutas?Ornella,Isadora,Franciellen e Priscila eu amo todas vcs,quero que saibam que vcs são lindas e que não estão sozinhas,eu estarei sempre com vcs.E isso serve para todos vcs,não importa sua raça,cor,religião ou sexualidade,vcs jamais estarão sozinhas(os).

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