Texto e fotos-reportagem:
Não é clichê ou uma forma de tentar ser simpático.
Lorene Carazzai nem de muito perto aparenta ter 60 anos.
Não só pela aparência, mas pelas idéias, pelo jeito como observa e sente a vida, com um refinado senso de humor.
Ao lado do seu companheiro e amigo, o filho caçula Geisel de 28 anos (acima), ela administra desde junho de 2009, a loja de bijuterias e acessórios Questão de Styllo, situada na rua Silva Paes quase esquina Duque de Caxias.
Além de Geisel, Lorene é mãe de mais dois filhos e orgulhosamente uma avó de cinco netos.
Há três anos voltou a conhecer de perto a solidão ao ficar viúva de seu segundo marido.
“Mais do que um marido, ele era meu companheiro, meu amigo”, comenta Lorene, que antes de sua morte, cuidou até o fim de sua sogra. Tantas dores geraram um certo “toque de recolher” na comerciante que gosta de bailes mas não saí mais.
“Perdi o gosto de me divertir”, diz ela, que avisa logo em seguida: “Mas não me anulei para a vida”, garante ela que se define uma mulher alegre, feliz, moderna, para frente e já planeja em breve fazer sua primeira tatuagem. “Uma borboleta na perna”, indica ela.
“Eu me amo muito e amo o meu próximo”, evidencia.
Dos amores, Lorene também guarda histórias curiosas.
O primeiro casamento durou 16 anos. Separou-se por incompatibilidade de gênios.
Entretanto, afirma que do fim nasceu uma grande amizade, não só com seu ex mas também com a mulher com que ele de novo se casou. "O meu segundo marido também gostava deles", diz. E nem mesmo a morte deles abalaram a relação das duas.
“Somos as duas viúvas e muito amigas até hoje”, adiciona.
Lorene também abre o coração e revela outras boas histórias...
O primeiro amor, primeiro beijo, a gente não esquece, correto?!
Pois é... Lorene também não.
Ainda mais quando ele ainda permanece registrado como o “maior de todos”, mesmo depois do decorrer de uma vida. Foi por um conhecido e renomado fotógrafo da cidade, quando ele ainda nem sonhava em seguir essa profissão. “Ele dava aulas de violão”, conta ela.
O cenário dos seus encontros: um dos bancos do interior da praça Xavier Ferreira. “Quando a gente não se encontrava, deixava uma flor ou uma rosa no banco para mostrar que tínhamos passado por ali”, recorda.
No entanto, entre os dois estava o primeiro marido de Lorene, indicado e escolhido por seus pais. “Naquela época, não podíamos nos colocar contra as ordens deles”, evidencia ela, com pesar.
Embora o amor de sua juventude tenha até planejado uma fuga do casal, Lorene não teve coragem suficiente para desobedecer sua família. Casou-se e foi morar por 16 anos na capital gaúcha. “Foi a única pessoa que amei de verdade”, garante ela, mesmo depois dos anos.
Num dos últimos reencontros, sentiu o coração disparar. “Prova de que a gente envelhece só por fora, porque internamente os sentimentos permanecem os mesmos”, observa.
Porém, os tempos são outros e ela é ciente disso.
Hoje seu tempo é voltado para os seus bichos e sua família.
No momento, não pensa em relacionamento, mas acredita que uma pessoa sozinha não pode se sentir completa. Teme ficar sozinha, mas não se assusta com a velhice.
“Quero viver muito ainda”, ostenta. Depois, declara um desejo: “Sim, sinto-me jovem suficiente e ainda gostaria de viver uma grande paixão. Estou parada mas não morri”.
Sexo? “Claro! Sinto-me bem mulher para isso, mas sinto mais falta de uma companhia”.
O que falta para ir ao encontro de uma nova vida? “Tirar as vendas dos olhos, abrir uma porta”, finaliza.
Perfil
- Lorene Soares Carazzai, 60 anos
- Naturalidade: Pelotas (RS)
- Signo: Sagitário
- Cor: Verde
- Personalidade: moderna, contemporânea, calma, alegre e alto astral
- Frase: “O importante não é ter ou ser uma estrela e sim saber brilhar”;
- Hobbies: Gosto de música, “arranho um acordeom”;
- Música: As do cantor Wando, “mas gosto de tudo, até de funk, forró, pagode...”
- Como define sua atual fase: “Fechada para balanço”
- Sonhos: Viajar de avião, conhecer Fernando de Noronha (PE) e outros lugares
- Homem ideal: “Antes de tudo um leal amigo”
- Paixões: “Cuidar dos meus bichos” – Lorene tem 4 cachorros e 5 gatos;
- Sexo: “É importante, mas não é tudo. Para ter um sexo legal é preciso ter química e isso só ocorre através da amizade, da cumplicidade e da parceria”;
- “Enquanto estou com as pessoas, meus filhos, não gosto de demonstrar tristeza, por isso tento sempre me manter feliz e bem por fora”.
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