12 de dezembro de 2009

Quem GASTA mais: ELES ou ELAS?!

Elas têm fama de “gastadeiras” e chegam a ser motivo de piada e indignação entre os homens. A verdade é que para as mulheres ir às compras é prazeroso, alivia o estresse, melhora auto-estima e renova as energias. A grande maioria das pessoas concorda com essa ideia, no entanto, admite também que, geralmente, são as mulheres as responsáveis pela administração da casa. Mas, por que os homens depositam essa confiança nas mãos femininas? Quem, na realidade, gasta mais, homens ou mulheres?

Escrito por Melina Brum Cezar - melina@jornalagora.com.br
Editora Rosane Leiria Ávila - rosane.jornalagora@gmail.com
Fotos: Bruno Zanini Kairalla - bruno.kairalla@gmail.com

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Uma reportagem publicada no site da empresa e-bit - referência no fornecimento de informações sobre o comércio via internet nacional - há pouco mais de dois anos revela que apesar da fama, quem gasta mais são os homens. Dá para acreditar?

A matéria aponta um levantamento realizado pelo Ibope em 2007 com base em 16.768 entrevistas realizadas em noves cidade de médio e grande porte em todo Brasil.

A pesquisa revela ainda que em média, os homens gastam 12% a mais que mulheres em supermercado e 8% a mais em lojas de rua. A diferença é ainda maior quando se consideram apenas as despesas feitas em uma única visita ao shopping, onde eles desembolsam cerca de 24% a mais, segundo a Pesquisa da Associação Brasileira de Shoppings Center (Abrasce). E nas compras via internet o consumo masculino também é 30% superior, conforme o estudo do Instituto de Pesquisa e-bit.

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Conforme a pesquisa: “uma das explicações para esse resultado inesperado sugere que os homens são compradores menos conscientes devido a um legado cultural. Em um passado não muito distante, a função deles era apenas trabalhar, enquanto as mulheres ficavam em casa ou apenas iam ao supermercado. A partir do momento em que elas conquistaram o mercado de trabalho, ir às compras deixou de ser uma exclusividade feminina. Pouco à vontade na nova função, os homens de hoje tentam se livrar do fardo o mais rápido possível. Recusam-se a fazer lista de compras e colocam produtos no carrinho sem olhar os preços - um pecado inadmissível para as mulheres. Quando passam no caixa, o valor de suas compras é invariavelmente mais alto”.

Bruno Kairalla/JA
O casal Marcelo Furtado e Giovana Valente

Já as mulheres têm um comportamento diferente. Conforme os dados do Ibope, 54% das entrevistadas sentem prazer em ir ás compras, seja qual for o produto. Elas têm mais paciência para olhar as mercadorias, pedem opinião e também compram roupas e brinquedos para os filhos, presentes, entre outros. Além disso, elas costumam aproveitar as liquidações e promoções. No entanto, “a freqüência que falam sobre o tema e que são flagradas entre prateleiras ou nos corredores dos shoppings ajuda a alimentar a fama de que gastam sem controle”, reforça o site.


Para o professor de economia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Tiarajú Alves de Freitas, analisa que não deve haver distinção entre os gastos femininos e masculinos. Isso porque, para ele, homens e mulheres podem ser mais consumistas ou organizados. “O problema é quando o casal costuma gastar muito e isso gera dívidas e problemas futuros”, explica. Entretanto, Freitas admite que elas são mais cautelosas na hora de comprar, pesquisam mais e avaliam melhor os custos.

Administrando a casa


A dona de casa Célia Regina Passos de 50 anos e seu marido, o estivador Ivonei Passos, de 55, divertem-se quando o assunto é “quem gasta mais”. Os dois respondem que é Célia, claro. E quem administra a casa? É Célia, claro.

Mas se ela é gastadeira, por que controla as finanças?

“Eu confio mais nela, pois sabe melhor o que é preciso comprar e pagar. O homem é desligado, sempre deixa tudo para depois”, garante Ivonei. Nesta semana, os dois saíram para comprar uma cozinha nova.


O marido admite que sua preferência era por um computador (mesmo tendo três em casa) ou uma TV de plasma. “Apesar disso, sei que a cozinha é uma necessidade dela agora e por isso não trocaria a compra”, explica ele.


A esposa se considera mais gastadeira, no entanto, a preferência das compras é pelo uso de todos, ou seja, as utilidades da casa. “Também sou um pouco impulsiva. Já aconteceu de comprar uma roupa e me arrepender depois”, diz ela. Experiente consumidora se há uma coisa que ela faz muito bem é pedir descontos quando faz as compras. “Isso, ainda estou aprendendo com ela. Não costumo pesquisar muito. Quando quero alguma coisa olho e compro. Já ela sempre pesquisa e analisa antes”, conclui o estivador.


Casados há poucos mais de um ano Dilce de Tunes Pires trabalha com serviços gerais e Ladir Lemos da Rosa com manutenção de equipamentos. Na casa dos dois, em comum acordo, eles decidiram que as contas e compras seriam administradas por ela.

“Homem não pensa muito nessas coisas, não tem controle de preços. Prefiro que ela administre”, salienta ele satisfeito com a organização da mulher. Em relação ao gosto pelo consumo, marido e mulher também concordam: Dilce adora comprar.

“Mulher é mais vaidosa e quando vê alguma coisa diferente quer logo experimentar. Agora eu estava comprando um forno elétrico. Acho importante a gente que trabalha facilitar o serviço de casa e ter um pouco mais de conforto”, comenta ela que mesmo gostando de comprar, garante que controla as despesas.


A pedagoga Giovana Valente de 28 anos e o contador Marcelo Furtado de 24 anos estão casados há um ano. E mesmo ele sendo o homem dos números, dentro de casa, quem administra é Giovana. E acredite: a decisão é um consenso, porque entre o casal quem mais gosta de gastar é Marcelo.

“Eu gosto muito de sair para comer fora e a Giovana cuida melhor dos gastos e das contas. Com ela estou aprendendo a ser mais controlado, até porque agora temos uma casa para sustentar. Os gastos não são mais só conosco”.


A pedagoga admite que de tão controlada às vezes chega ser autoritária. “Com os gastos do casamento, tivemos que viver com o dinheiro contado. Não quero que isso aconteça de novo, por isso sou mais cautelosa”, aponta. Embora uma boa administradora, ela garante que não é tão radical e às vezes até dá uma escapadinha e acaba comprando uma roupa, “que é umas das coisas que mais chama a atenção das mulheres”, divertem-se.

Tempo de mulher


O fim do ano está aí e com ele todo um clima quase que irresistível aos olhos e impulsos femininos. E se o prazer das mulheres está nas compras, essa é época em que elas ficam mais felizes com as festas de Natal, Ano Novo e o valioso, 13º salário.


Formanda do curso de Medicina, Melina Vaz Sarmento de 26 anos, afirma que adora fazer compras e nessa época de Natal tudo fica mais atraente, desde os horários do comércio até as vitrines com os últimos lançamentos. O que mais chama atenção da jovem é o setor de vestuário e decoração.

“Confesso que às vezes sou meio compulsiva, e acabo ficando com a consciência pesada”, diz. Ela conta que muitas vezes o pai, que até então custeava os gastos da filha, ficava irritado e o noivo sem entender porque ela gosta tanto de comprar.


“Já a minha mãe, apesar de conversar comigo, não fica braba porque entende as necessidades femininas. A verdade é que nós pensamos em tudo, e por isso gastamos mais”, diz.


Cristiane Domingues, 35 anos, é psicóloga e garante com toda sua experiência profissional e pessoal que as mulheres são compulsivas por natureza. “As festas em geral abalam as finanças femininas. No fim de ano, com a variedade de produtos e os preços, a empolgação é ainda maior devido ao 13º, que todas querem gastar”, explica.

O que mais atrai Cristiane nessa época são as roupas, sapatos e jóias. Embora ela saiba que nesse momento de muitas tentações é fundamental ter auto-controle. Ela garante que é difícil resistir e, muitas vezes, acaba comprando sem fazer as contas, para depois pensar em como vai pagar.

Como gastar nesse fim de ano

As facilidades, preços e novidades acabam chamando atenção dos consumidores de modo que muitos acabam transformando o prazer das compras no pesadelo das dívidas. Para saber como administrar os gastos no fim do ano convidamos o professor de economia, Tiarajú Alves de Freitas para dar algumas dicas para gastar o seu dinheiro com responsabilidade.

As dicas são simples. Freitas afirma que as famílias devem se planejar e principalmente pensar nos impostos, como IPVA e IPTU, que devem ser pagos logo após o início do ano. “É importante já reservar parte do 13º para esses impostos”, salienta.

Além disso, o dinheiro extra é também uma ótima oportunidade para que as pessoas possam honrar com as dívidas pendentes e, com isso, aproveitar para deixar o nome limpo no mercado.


“Depois de pensar em tudo isso, aí sim a família deve planejar os gastos com as ceias de Natal e Ano Novo”, acrescenta. Na hora das comprar uma recomendação importante é pesquisar os preços e utilizar esses comparativos para ganhar um desconto maior. Por fim, Freitas alerta que os consumidores devem pagar as compras à vista, evitando o parcelamento e, com ele, os juros.

Fama de “gastadeira”


De acordo com o e-bit, os estudiosos dizem que a fama de “gastadeira” das mulheres tem origem em uma das figuras mais importantes da história moderna: Maria Antonieta. Ela expôs, durante o seu reinado na França e ao lado do marido Luis XVI, o seu lado consumista.


O apego de Maria Antonieta ao consumo era tanto que, mesmo nas vésperas da Revolução Francesa, a imperatriz foi presença constante nas lojas de Paris comprando sempre pilhas de vestidos.


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Um comentário:

  1. adoi esta crônica,ela mim ajudo
    bastante com um trabalho da escola
    magna queiroz
    colegio:c*e*m*e*p*b*
    série:8 a
    cidade:GENTIO DO OURO BA
    BJNH

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