5 de dezembro de 2009

Partilhas

Crônica escrita pela editora Rosane Leiria Ávila
- E-mail: rosaneleiria@gmail.com


Um dos primeiros sábios do Cristianismo, Santo Agostinho (354-430), disse que quando as pessoas partilham suas alegrias, a felicidade de todos aumenta porque cada um aquece a chama do outro.

Porém, como é difícil, às vezes, manifestar aos outros a nossa felicidade! A nossa alegria! A nossa satisfação com algo que recebemos!

Por receio da inveja ou maledicência, acabamos fechando-a em casulos. Trancada e longe de olhos alheios que poderiam invejá-la ou até roubá-la de nós, infantilmente nos iludimos de que poderíamos aumentar as chances de eternizá-la por algum tempo mais.

O professor Hermógenes, professor e divulgador brasileiro de Hatha Yôga, 88 anos, certa vez declarou que, ao ser perguntado “Como vai?”, responde: “Vou bem, só não vou melhor para não causar inveja!”. Nada próximo a não estar ótimo, apenas ele não faz propaganda gratuita disso.


Nesta semana, a declaração de uma irmã se afinou com a linha de pensamento do professor, embora o sentimento fosse justamente o oposto. Ela se referia a doenças e a diagnósticos ruins: “Não devemos confidenciá-los a pessoas que não estejam extremamente ligadas a nós pelo amor ou pela amizade verdadeira, porque muitas – até inconscientemente - se alimentam disso”.

Que lástima! Fossem todos os povos movidos pelo amor ao outro, sentiriam em suas próprias existências o reflexo da partilha da qual Santo Agostinho falou.

A Terra seria irradiada pelo bem. Todos poderiam expandir sua felicidade. Os homens poderiam se comprazer com a alegria dos homens. Porque embora a alegria ou a felicidade não sejam uma constante, os momentos felizes fazem o diferencial para uma vida inteira.

Quanto ao oposto, ficaríamos mais confiantes em também dividir. Afinal, não há conforto na solidão na hora de sofrer ou chorar.

Esplêndido seria dividir com os outros o “ouro” da felicidade e o “zinco” da tristeza...

Sem medos ou receios...

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