11 de novembro de 2010

A magia de adoçar a vida


Texto: André Zenobini
Fotos: Deyver Dias

Pode ser o melhor dos protetores e o mais cruel dos carrascos. No dicionário é descrito como algo temperado com açúcar, mel ou qualquer ingrediente sacarino. O doce é um dos principais companheiros da vida, que pode ajudar ou atrapalhar o nosso corpo. Saber dosar o consumo é muito importante, porque mesmo um bom amigo às vezes pode se tornar um dos nossos piores inimigos.


Quem nunca assistiu a um filme ao lado da panela de brigadeiro? Ou afogou as mágoas do término do namoro em um pote de sorvete? Caminhar na rua e ver aquele quindim ‘te olhando’ de volta é uma tentação que poucos são capazes de resistir. A vida, às vezes, nos coloca em caminhos complicados onde o chocolate se torna um bom consolo. Mas não é somente nos momentos ruins, as comemorações pedem que um bolo ou uma torta sejam servidos para celebrar o amor e a felicidade.




O chocolate


O chocolate está presente na vida de todos nós. Gostando ou não, ele circula em quase todos os momentos, seja no supermercado, na escola ou nos momentos de lazer. Mas como ele surgiu e passou a ser utilizado? Os primeiros registros do uso do cacau, fruto do cacaueiro, são do ano de 1.500 a.C com a civilização Olmeca que habitava a região do México.

Após esse período, o cacau volta à história com o povo Maia, que considerava o fruto como alimento dos Deuses. Transformada em bebida os sacerdotes o ingeriam em rituais religiosos. Após o descobrimento da América pelos europeus, o fruto foi levado para o velho continente onde agregaram a bebida, açúcar e outros ingredientes. Foram os suíços que tiveram a idéia de misturar o cacau ao leite, o que deu origem ao chocolate como o conhecemos. O Brasil hoje é um dos maiores produtores de cacau do mundo e o maior da América Latina.




O doce da vida


A nutricionista Mirian Valério (foto acima) conta que “algumas pessoas buscam no doce, principalmente no chocolate, um conforto psicológico, e que todo o excesso faz mal”. Hoje, temos vários os tipos de chocolates, eles podem ser amargos, ao leite, meio-amargos, brancos, enfim... E todos eles causam a mesma sensação de bem estar; o chocolate nos proporciona essa sensação, pois mexe com algumas substâncias no nosso corpo causando esse conforto”, explica Valério.

É por isso, que mesmo sendo um delicioso alimento que torna o dia mais saboroso, saber escolher e dosar as quantidades é essencial para a saúde do nosso corpo. “Entre os diversos tipos de chocolate, devemos ter alguns cuidados de sempre escolher aqueles que tiverem entre 50 e 70 por cento de cacau, pois eles possuirão mais substâncias antioxidantes que ajudam as células do nosso corpo. O chocolate amargo é o melhor a se escolher já que o ao leite é bem mais gorduroso”, afirma a nutricionista.

Mas, e quem resiste aquele bombom ou o sorvete nos dias quentes? Na preferência dos nossos entrevistados, o bombom de morango é quase unânime. “O chocolate tem cafeína; é por isso que alguns aconselham a comê-lo antes de praticar algum exercício físico, mas possui o mesmo efeito que uma xícara de café, que já é suficiente. Portanto, é necessário manter o equilíbrio e evitar os excessos”, diz. A nutricionista Mirian Valério ainda complementa que “o ideal seria ingerir apenas 15 gramas de chocolate por dia”, conclui.




Ana Vasconcellos: os docinhos do Banrisul

Trabalho saboroso


Achamos difícil no dia a dia olhar e não resistir às maravilhas dos doces, mais difícil ainda deve ser trabalhar com e eles diariamente. “É muito bom trabalhar com os doces todos os dias, dá vontade de comer, embora estar no meio deles acabe às vezes fazendo a gente enjoar, mas, uma vez por semana ao menos tenho que comer um”, afirma a funcionária Ana Vasconcellos do Stand Doce Tentação, ou como são conhecidos na cidade “os docinhos do Banrisul”.




Para quem produz, a felicidade é ver a alegria dos clientes. “É tão bom saber que a gente trabalha para momentos especiais, ver que as pessoas quando olham o que vão levar, ficam alegres; é possível sentir a emoção da pessoa... Isso não tem preço”, afirma Aline Novo, uma das proprietárias da Tortas e Cia. Esses momentos especiais são motivados pois as pessoas confraternizam a felicidade e, assim, utilizam do chocolate uma forma de homenagear e comemorar.



A proprietária, em Rio Grande, da Cacau Show, Litz Mary Corrêa, concorda: “As vendas de final de ano aumentam muito, pois as pessoas passam a confraternizar com as diversas festividades dessa época do ano. Também tem os eventos como amigo secreto nos quaisas pessoas gostam de presentear e ganhar chocolates. E, para quem dá o presente não é caro”, afirma ela.


Apesar do calor do verão que se aproxima e dos cuidados que as pessoas passam a ter com o corpo no final do ano, as vendas de doces, tortas e bombons não diminuem. “Mesmo com o verão, as vendas aumentam bastante, principalmente com as festividades do mês de dezembro”, afirma Olga Novo, sócia da Tortas e Cia. De acordo com Litz Mary, em um mês normal chegam a ser vendidas cerca de três mil trufas.


Sobre os principais compradores, a resposta é única entre os vendedores: as mulheres são as que mais compram. “As mulheres são as campeãs”, diz Aline Novo que é apoiada por Litz Mary da Cacau Show. “Elas são as maiores compradoras, muito pelo desejo de saborear o chocolate; entram na loja e compram vários ou chegam para degustar sempre a mesma trufa, todos os dias. Os homens são mais rápidos e determinados, vem, escolhem o que querem, não olham muito”, afirma ela.

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