9 de maio de 2010

Tabagismo reduz as chances de uma mulher ser mãe

barrigão - mãe - parto - gravidez

Com a participação da mulher no mercado de trabalho, seu papel social foi se alterando rapidamente. A mulher passou a ter mais poder, tanto aquisitivo, quanto de decisão. Em decorrência dessas mudanças, a mulher tornou-se um dos alvos prediletos da publicidade da indústria do tabaco

cigarro - bagana

O estilo de vida é cada vez mais reconhecido como um fator determinante nos tratamentos de reprodução assistida, não só no que diz respeito à relação custo-benefício, mas também no que se refere aos riscos relacionados com o bem-estar e o futuro da criança a ser gerada. Um artigo publicado recentemente - Lifestyle-related factors and access to medically assisted reproduction - pela Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia - na revista Reprodução Humana, analisa o impacto do estilo de vida e aponta como a obesidade, o tabagismo e o excesso de consumo de álcool podem afetar o processo reprodutivo dos casais, daqueles que concebem naturalmente e dos que contam com o apoio dos procedimentos de reprodução humana assistida.

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Tabagismo e fertilidade

O tabagismo feminino reduz globalmente a fertilidade, causando um atraso da primeira gestação. O atraso na concepção reflete-se numa gama de possíveis efeitos adversos na reprodução, como interferência na gametogênese ou na fertilização, dificuldade de implantação do óvulo concebido ou perda subclínica após implantação. “Estudos e pesquisas dos últimos anos apontam que o tabagismo materno influi mais decisivamente na fertilidade do casal do que o tabagismo paterno, o que significa que o sistema reprodutivo feminino é mais vulnerável ao tabagismo que o sistema masculino”, afirma o ginecologista e obstetra, Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis.

mother & baby

Até algumas décadas atrás, acreditávamos que os efeitos da dependência do tabaco eram mais fortes nos homens, mas à medida que novas gerações de mulheres fumantes foram surgindo, verificamos que as mulheres são igualmente ou mais suscetíveis aos malefícios do fumo, devido às peculiaridades próprias do sexo, como a gestação e o uso da pílula anticoncepcional. “A mulher fumante tem um risco maior de infertilidade, câncer de colo de útero, menopausa precoce (em média 2 anos antes) e dismenorréia (sangramento irregular)”, afirma o ginecologista.

O risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite em mulheres jovens que usam anticoncepcionais orais e fumam chega a ser dez vezes maior do que o das mulheres que não fumam e usam este método de controle da natalidade. Segundo dados do INCA, Instituto Nacional do Câncer, o tabagismo é responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade.

Dados da OMS

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar. (FONTE: INCA)

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