20 de janeiro de 2010

O ROCK - também - veste SAIA


Três bandas - com a maioria feminina -, comprovam que as mulheres também se garantem e cada vez mais se firmam no som alto das guitarras: Hell Dolls (RG), The Breguetes - Hard Rock Girls (Gravataí) e Scarlet Rose (Pel) participaram do “Rock das Mulheres”, no balneário Cassino

(Matéria na íntegra publicada em 16/01/2010)

Nas BATIDAS do ROCK, o COMANDO é DELAS

Banda pelotense, Scarlet Rose (Divulgação)

Três bandas, Hell Dolls (Rio Grande), Scarlet Rose (Pelotas) e The Breguetes - Hard Rock Girls (Gravataí), compostas em sua maioria por mulheres, garantiram a noite de quem curte o som alto das guitarras no Boliche do balneário. O “Rock das Mulheres” também contou com a participação da vocalista da banda Dead Flesh Walking, Lady Manson, do Rio Grande. Regida pelo princípio Para aqueles que curtem Rock, nós saudamos vocês, o evento foi promovido pela produtora rio-grandina Fábrica do Rock.

Por Bruno Zanini Kairalla
- Sugestões: bruno.kairalla@gmail.com
- Editora: Rosane Leiria Ávila
- Fotos: Divulgação

Iniciada ao promover três shows do gênero no Clube Ferroviários, em março de 2009, o produtor Cristiano Landgraf diz que a Fábrica adotou por lema: “Todas as licenças em Arte”, uma ideia do revolucionário russo, Leon Trotsky, que incita:

“Em matéria de criação artística, importa essencialmente que a imaginação escape à toda sujeição, não se deixe impor filiação sob nenhum pretexto. Àqueles que nos pressionam, hoje ou amanhã, para que consistamos que a arte seja submetida a uma disciplina que sustentamos radicalmente incompatível com seus meios pomos uma recusa inapelável, e nossa deliberada vontade de nos manter no lema: "Todas as licenças em arte”.

The Breguetes (Divulgação)

Apesar de contar com a participação do público e com isso garantir o sucesso do evento, Landgraf aponta o seguinte: “Infelizmente não tivemos o apoio de nenhuma empresa. O rock não é bem visto pelo comércio local. Mas acredito que seja por falta de informação, pois Rio Grande tem um grande potencial. Existem por aqui mais de 100 bandas de rock dos mais diversos estilos. Excelentes músicos que são reconhecidos, mais fora da cidade do que aqui dentro. Pessoas como Enio (Hell Dolls/Dead Flesh), Miro (Suicide Sisters) e Martins (Escória) estão há muitos anos na estrada e são muito conhecidos no Estado”, expõe o produtor.

Scarlet Rose (Divulgação)

“Gostaríamos de ter mais eventos, mas a questão financeira pesa e como temos por prioridade cobrir todos os custos, como sonorização, local, músicos e prestadores de serviços, optamos por um calendário mais pé no chão”, evidencia. Quanto ao “Rock das Mulheres”, o produtor indica: “As gurias no palco foram demais. Elas mostraram que rock também é coisa para mulher”, comenta Landgraf.

Dead Flesh Walking (Divulgação)

Mesmo com todas as dificuldades na parte de divulgação, ele desde já aposta numa possível segunda edição. “Queremos que aconteça. Talvez para o fim do ano ou até no próximo verão. Para isso, esperamos contar com mais bandas femininas do Rio Grande. Inclusive o evento foi uma maneira de incentivar e estimular as nossas gurias que gostam de rock a se organizarem. Por isso, tivemos que chamar bandas de fora e somente uma era total de mulheres”, conclui o produtor.

Hell Dolls


Composta por três mulheres e um homem, a rio-grandina Hell Dolls está assim dividida: Serena Hell no baixo, Vampira King na bateria e nos vocais, He Lesbos na guitarra e Kura Gil, no vocal. Com direito ao lançamento do primeiro CD e músicas próprias, a banda rio-grandina foi a terceira e última a se apresentar no Rock das Mulheres.


Com um estilo definido pelo “new punk”na comunidade virtual do Orkut, eles definem o seu estilo: “Rock and Roll desleixado, toscão, chinelão e putanheiro, feito por três garotas (mais um varão doido) que preferem a ironia à hipocrisia (viva a irreverência)". Na parte de “geral” dentro do myspace, é evidenciada a sede pela música: “Queremos nos propagar pelo mundo como um vírus”. Uma apresentação mais aprimorada, deixamos por conta da irreverência do grupo, no myspace [confira: www.myspace.com/helldollsband]:


“Durante um festival de rock, que ocorreu precisamente no dia 11 de outubro de 2008 (Funeral Voix Fest), Serena Hell (Dieny Silva, Rio Grande/RS, 1987, baixo) e Vampira King (Tábata Matos, Rio Grande, 1983, bateria), frequentadoras constantes do efervescente cenário roqueiro local (extremo sul do Brasil), decidiram que já era hora de participar de forma mais ativa da cena; para tanto, teriam que montar uma banda.


A amiga Barbie Streisand (Cris Schivittez, Rio Grande, 1986, vocal) se interessou pelo projeto e entrou como vocalista. Serena, sem experiência anterior junto a bandas, decidiu-se pelas quatro cordas, enquanto que Vampira, a única que já havia se envolvido com música antes, assumiu, além das baquetas, a segunda voz. Nessa fase inicial, surgiram músicas como Sex in Hell e Meninas Malvadas.


Desde o princípio, a intenção foi a de trabalhar com material próprio, tocando músicas compostas pelo grupo. Além disso, as fundadoras da banda tinham em mente uma temática diferenciada para as letras, ao menos em relação ao que se via na época em bandas de rock que contavam com mulheres, presas a apelação estética e cujas letras, limitadas, costumavam versar sobre amor idealizado e frivolidades femininas, isso quando não se perdiam em temas místicos e pseudoesotéricos, conforme o modismo então em voga.

As letras da Hell Dolls enveredam por outro caminho, em tom mais direto e realista, mas sem pressão ideológica, livrando-se do ranço politicamente correto, assim como do “feminismo dogmático”; a banda se legitima propondo uma visão “vindicativa”, em que a figura feminina, livre das amarras machistas e morais impostas pela sociedade, busca sua identidade falando de liberdade, erotismo, fetichismo, orgulho, caráter...

Com ousadia, de forma ácida e irreverente, sem maiores ornamentos, mas com inconformismo e atitude, quebrando regras. O som é Rock and Roll direto, baseado em três acordes, com pouquíssimas nuances de blues, básico e feito para contagiar, casando perfeitamente com a parte lírica.


Após algumas tentativas para completar o time com outras garotas, o namorado de Serena, colaborador constante desde os primeiros ensaios, é convidado e aceita assumir as seis cordas como membro efetivo, criando para si o pseudônimo He Lesbos (Enio Pereira, Rio Grande, 1971, guitarra). Tal atitude contraria a intenção inicial de montar a banda só com mulheres, mas reforça a perspectiva de irreverência presente nas letras.


Depois da primeira apresentação, Barbie deixa o grupo, que passa a se concentrar em novas composições. A vocalista Kura (Gabriela Gil, Porto Alegre, 1990, vocal) descobre que o posto está vago e se candidata ao cargo, sendo imediatamente aceita. Com a formação estabilizada, a banda começa a fazer shows mais consistentes e a planejar passos importantes, como a gravação de videoclipes e o primeiro registro em CD de seu repertório, que já conta com 14 músicas, a fim de divulgar sua arte pelo mundo. As Bonecas do Inferno, Hell Dolls, vieram para ficar”.

Scarlet Rose


Formada por mulheres em março de 2009 e composta pelas guitarristas, Patricia Freitas e Daiana, a baterista, Flávia Balboa, a baixista Nati Carivalis e a vocalista, Carol Peres, a banda de hard rock, Scarlet Rose, vem conquistando o seu espaço no cenário musical pelotense, com muito rock in roll e feminilidade.


Longe de rótulos e com influencias de Vixen, Skid Row, Bon Jovi, Aerosmith, Beatles, Deep Purple, Kiss, AC/DC, Motley Crue, entre outros, as meninas da Scarlet foram o segundo grupo a subir ao “Rock das Mulheres”.


Quanto às influências que inspiram, elas pregam: “Dispensamos rótulos e tentamos ao máximo fazer algo que tenha a nossa cara”. A banda se prepara agora para lançar músicas próprias. Hoje as meninas tocam no Armazém Universitário, em Pelotas.

- Acesse: www.myspace.com/scarletrock

The Breguetes


Adotando o estilo hard rock dos anos 80, três mulheres e dois homens comandam o som da The Breguetes, da cidade de Gravataí (RS). São elas, Graci Zapello, Miss Stradlin, Vania Mckagan. Na ala masculina, Iago Izzy Rocker e Piru Stradlin. A banda começou sua trajetória, através dos ensaios no final de 2007, com Miss Stradlin (rhytm guitars), Piru Stradlin (lead guitars), Vania Mckagan (bass guitars), juntamente com outra vocal e batera.


Logo no início de 2008, Graci Zapello se juntou à banda e em maio a banda fez seu primeiro show com a nova formação! Durante 2008, The Breguetes se espraiou pela região, ganhando diversos admiradores. Em 2009, com a entrada de Iago Izzy Rocker na bateria, a banda – ciente de que ainda há mais a fazer e conquistar – pode se considerar completa.


Na noite do Rock das Mulheres, eles foram os primeiros a subir ao palco e abrir o show por volta da 0h30min de domingo. Além de algumas canções próprias, no palco cantaram sucessos consagrados de Van Halen, Motley Crue, Whitesnake e Bon Jovi. A próxima cidade visada pelo grupo é Novo Hamburgo, no próximo dia 23, dentro do Masmorra Bar.

>> Programe-se:

Confira os eventos da Fábrica do Rock, no Boliche do Cassino, só para quem AMA o ROCK:

30/01 - NOITE GRUNGE
► Crossword
► Trend
► Nitrovoid

06/02 - NOITE DO HARD ROCK
► Gueppardo
► Perfect Scar
► Suicide Sisters

13/02 - DESAFIO DO ROCK

20/02 - ROCKLÂNDIA (DESPEDIDA DE VERÃO)


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