25 de janeiro de 2010

Sabedoria EM FALTA...


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Há distantes quinze dias, defendi a mãe natureza e de lá para cá mais tragédias climáticas aconteceram.

Os maus tempos que encerraram 2009 se agravaram neste iniciar de 2010.

Quem poderá nos salvar dessas insistentes dificuldades?

O mundo atual não é dos espertos?


É, parece ser, mas a grossa tropa dos versados na esperteza não poderá ser convocada, pois está ainda mais ocupada do que antes, aproveitando novas oportunidades de negócios diante de mais um caos coletivo...

Lucros volumosos poderão advir das tratativas de socorro dos aflitos e da reconstrução dos lugares atingidos. Alguns vislumbram a possibilidade de notoriedade, de galgarem importância social ou política.

Os espertos têm mentalidade rápida, ágil e impaciente. Apreciam resultados imediatos, sem se ocupar com riscos, custos e valores morais envolvidos.

O aumento de faturamento ou outras vantagens lhes fazem brilhar os olhos, que não enxergam sangue e lágrimas derramados. São alpinistas, a vida para eles é uma competição, uma escalada para o sucesso.


Impossível contar com a turma da esperteza, ela cuidará apenas de seus interesses.

Mesmo com o chão tremendo, vão continuar bailando nas oportunidades mais vantajosas e se divertindo nos BBBs da vida.

E os inteligentes cientistas, os pós-diplomados, os especialistas podem ajudar a evitar tantos desastres?

Eles parecem poder contribuir com boas idéias sobre o que fazer, tem a tecnologia adequada, dominam o conhecimento instrumental, são hábeis em cálculos, projeções, previsões, mas são reféns de outros interesses.


As pesquisas estão comprometidas com metas já definidas e não podem sofrer o atraso de desvios para tratar de interesses tão genéricos como o meio ambiente e a sobrevivência do planeta, salvo algumas exceções, que não tem a força de abalar a regra.


Para piorar, alguns brilhantes cientistas sucumbiram à vaidade intelectual, gastam precioso tempo digladiando teorias como se fosse um concurso para descobrir quem está certo. O planeta está esquentando, dizem uns, sendo contrariados por uma minoria teimosa e insistente que afirma que a Terra está esfriando.

Enquanto isto, frios glaciais num lado fazem efeitos tão desastrosos quanto os calores intensos noutros; falta água em vastas regiões, outras são assoladas por chuvas jamais vistas. Excesso de consumo e lixo para uns, fome e privação extrema para outros.


O que mais precisamos não é da esperteza reinante, nem das inteligências aprisionadas, precisamos de sabedoria, algo precioso e cada vez mais em falta.

Sabedoria é uma forma de inteligência completamente diferente, resultado de um processo de longa maturação.


Existem sábios diplomados, mas também analfabetos capazes de entender o que muita gente com doutorado nem enxerga, pois seu conhecimento não reside nas academias e por vezes provem de fonte absolutamente misteriosa.

Os sábios sempre surpreendem com sua capacidade de mostrar o que sempre esteve oculto, quando terá sido o óbvio, como diz a antiga música de Caetano Veloso.

Se os governantes atuais se assessorassem pela prudência dos sábios e não pela voraz e insaciável ganância dos caçadores de tesouros, estariam mais protegidos de sedutores assédios.

Teriam suas mentes iluminadas por bons conselhos e poderiam tomar mais adequadas decisões.


Entretanto, os sábios são perigosos, não aceitam conchavos e nem propinas, são livres pensadores e por isso foram banidos dos ambientes palacianos, tomados por interesses transversais.

Mas o mundo dá muitas voltas e mantém acessa a chama da esperança.


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